sem título
12 de Julho de 2006
foto: alexey nikishin
foto: alexey nikishin
(crónica assinada por mim na edição de Julho do jornal “Notícias Alentejo”)
“na praia”
Chegou o mês de Julho e com ele as constantes idas à praia. Alguns irão passar um ou outro fim-de-semana, que os bolsos vazios não permitem pagar o imposto do combustível quanto mais o próprio combustível, outros – muitos – conseguirão manter-se por lá uma ou duas semanas, alternando a areia quente com umas boas sardinhadas, regadas com sangria feita de maus vinhos e outras tantas bebidas de agressivos paladares.
Nesta ocasião a actividade “tirar fotografias” invade os nossos tempos livres e focamos as objectivas em tudo o que tenha movimento.
Primeiro conselho: durante a viagem não se ponha a tirar fotografias à paisagem porque, por mais linda que ela seja, o movimento do carro vai trazer-lhe resultados frustrantes. Ou domina a técnica de fotografar em movimento ou então pare o carro na berma e tente fazer os seus “bonecos”.
Já na praia se aconselha que imprima algum movimento às suas fotografias. Nas praias apinhadas de multidão é mais fácil, pois os movimentos são mais lentos e a volumetria dos veraneantes abarca toda a fotografia. Se quiser fazer umas fotografias da prole a dar as primeiras braçadas, não se esqueça, em primeiro lugar, da máxima “há mar e mar, há ir e voltar”, certifique-se depois que a bandeira não lhe vai cobrar uns euros de multa, e, por fim, decida-se: ou quer que na fotografia apareçam os petizes ou, se preferir, as ondas do mar. Na praia, a solução 2 em 1 não é aconselhável: de tanto mar se querer abarcar, as cabecinhas das nossas crianças vão-se assemelhar a intraduzíveis pontos negros no oceano. Poupe-se a ter que explicar aos seus colegas e amigos que aquele pontinho à direita é o Jonas e aquele lá mais ao fundo é a Clarisse.
O que fica mesmo bem é aproximar-se o mais possível da criançada, tentar captar os seus movimentos de brincadeira e, com um pouco de jeito, registar as inúmeras gotas que se formam sempre que há uma criança dentro de água e que tanto incomodam os adultos desesperados.
Como este também é um mês de muito Sol, não se esqueça que as horas mais quentes não estragam só a pele. São também as fotografias que aparecem queimadas, com um cromatismo pouco fiel à realidade e com contrastes esquisitos, fazendo com que os fotogramas fiquem sem qualidade.
Para os apreciadores, este é um período em que proliferam as fotografias ao Sol a deitar-se. Tenha cuidado, pois o astro pode transformar-lhe as fotografias numa verdadeira bola de fogo e aí você vai mesmo pensar que não tem queda para a arte. O que pode ser verdade. Ou talvez não!
Boas férias e boas fotografias!
João Espinho
Fotógrafo alemão (Essen), começou por registar imagens em todos os sentidos. Decidiu-se pelo retrato, pois são as pessoas e as suas inúmeras características que retêm a atenção de Lucassen. Entre o nu artístico e o retrato, o fotógrafo Karl-Heinz Lucassen divide-se também entre os trabalhos de estúdio e de exterior.
As suas ferramentas podem ser vistas aqui e as suas fotografias podem ser encontradas na página pessoal Hobbypicture ou no seu espaço na plataforma do Fotocommunity.
Ficam aqui algumas das imagens de Lucassen:
Não sei quem foi a cabeça iluminada que teve a ideia (mais iluminada ainda) de baptizar com o nome BAAL o ” Movimento Beja e a Coesão Territorial das Cidades Alentejanas”.
É que, se estamos recordados daquilo que lemos e vimos em filmes, o Deus BAAL era identificado como Cronos, deus que devora os seus próprios filhos. Sanguinário e praticante da voragem autofágica, BAAL é um canibal insaciável.
Será que nos estão a avisar de alguma coisa?
Ou foi só uma ligeira atitude de desleixo cultural?
Verdadeira premonição, digo eu.
foto: christoph gamper
(crónica publicada no “Correio Alentejo”, de 7/7/2006)
No momento em que estou a escrever esta crónica, a Selecção Portuguesa ainda não defrontou a sua congénere francesa, pelo que não sei se as ruas estão mais engalanadas para a festa da final, ou se, pelo contrário, as bandeiras estarão já a meia haste, em sinal de um outro final, o do sonho de Portugal ser campeão do Mundo de Futebol.
Antes de me entranhar nesta coisa da bola e prosseguir a escrita, quero fazer uma declaração, só necessária para o público que me desconhece, e que tentarei traduzir em brevíssimas linhas: sou completamente inapto para jogos, sejam de azar ou fortuna, não sei jogar à bola, não percebo absolutamente nada de tácticas levadas a cabo nos terrenos relvados e sou alheio ao mundo do futebol, seja ele jogado, escrito, falado ou televisionado.
(mais…)
E desde o seu nascimento tem evoluído na forma e no conteúdo.
Veja aqui do que se trata.
foto: lavalens