Abr 17 2023

Pedro Mafama junta cante alentejano e música cigana

Publicado por as 16:41 em memorial do palácio

“Estrada” é o título da nova canção de Pedro Mafama, artista apaixonado pelo cante alentejano que une, nesta sua mais recente criação, esta forma de expressão musical com as sonoridades de raiz cigana, através das prestações musicais do Grupo Coral do Sindicato dos Mineiros de Aljustrel e dos Ciganos d’Ouro. Carlos Marçalo, mineiro cantador, mostra-se agradado com a participação do grupo nesta experiência musical e com o resultado final, considerando, contudo, que o cante alentejano genuíno “tem de ser ouvido tal como ele é”, cantado a cappella.

Leia aqui um interessante artigo de José Serrano.
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Quero deixar aqui uma nota. Quando ouvi a canção pela primeira vez, estranhei. Depois voltei a ela, uma, duas, tantas vezes, que fiquei “agarrado”.
E pensei, não tarda que as gentes da região comecem a desancar neste projecto. Li alguns comentários nas redes sociais que confirmam os meus receios.
Agarrados às tradições, não percebem como o cante alentejano é rico, podendo adaptar-se, evoluir, revolucionar.
Mas tem sido sempre assim.
Recordo-me quando apareceu Mísia e a adjectivaram disto e mais aquilo, não sei se não lhe terão chamado “traidora do fado”. Para que conste, tenho uma boa meia dúzia de cd’s de Mísia, que regularmente ecoam no meu palácio. É reconhecida lá fora e, parece-me, quase ignorada no nosso país.
Querem outro exemplo? Rosalía. Começou por somar ao tradicional flamenco a música pop(ular) urbana. Sofreu as mais injustas críticas. Veja-se onde ela está hoje.
Por cá temos vários exemplos dos que tentam adicionar algo de novo à música tradicional . E eu gosto. Gosto especialmente de ouvir o cante alentejano, ou o fado, a derrubarem muros.

Ouçam o hino:

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Uma Resposta a “Pedro Mafama junta cante alentejano e música cigana”

  1. Vargas diz:

    Estará naturalmente no seu direito de gostar! Pessoalmente dispenso, não porque seja avesso a “fusões” agora tão na moda, mas porque não me “prende” de modo nenhum! E quando a música não nos toca, ou não nos permite viajar na alma, mais vale não insistir!
    “A música expressa o que não pode ser dito em palavras mas não pode permanecer em silêncio”. V. Hugo

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