Arquivo de 8 de Outubro de 2025
Da sarjeta
8 de Outubro de 2025A reportagem na TVI
8 de Outubro de 2025Na rubrica “Desta Rua vejo o meu País”*, a TVI emitiu ontem, 07 de outubro de 2025, uma reportagem gravada na Rua Cap João Francisco de Sousa, onde se puseram a nu algumas verdades do estado a que a cidade chegou. Alguns amigos meus insurgiram-se contra o que ali foi retratado. Seguramente desiludidos com algumas das coisas que se passam nesta cidade, estes meus amigos ainda são daqueles bejenses que acreditam num futuro risonho para a nossa urbe. Mais do que optimistas, eles querem acreditar que Beja merece mais. E defendem a nossa cidade sempre que alguém “destapa” a realidade.
A reportagem centrou-se numa só rua. Havia muito mais a mostrar, mostrar as coisas boas e bonitas de Beja.
Mas aquela Rua é um espelho do estado a que a cidade chegou.
Culpados? Somos todos nós, bejenses, que nos estamos a “borrifar”, que, por interesses diversos, evitamos exposição pública, evitamos exteriorizar os nossos lamentos. A chatice, neste caso, foi que a reportagem foi para o ar a poucos dias das eleições autárquicas, mais parecendo uma “encomenda” das forças do mal. Compreendo-os. Porém, a nossa cidade sofre de um grande mal: a ausência de intervenção cívica. Vejam-se as forças políticas concorrentes às autárquicas. São todas partidarizadas. Não há um único movimento independente de cidadãos. Estamos dependentes de aparelhos partidários como se esta fosse a única forma de fazer política.
Quem aqui me vai lendo, e este blog já tem 22 anos, sabe que sou um inconformado, muitas vezes parecendo um rebelde.
Com o decorrer dos anos vou ficando mais pessimista, e hoje já manifesto publicamente, à mesa do café, aquilo que me vai na alma. E que é: Beja não tem futuro!
Desculpem-me os meus amigos optimistas. A luta pode continuar mas, infelizmente, sem resultados.
No próximo Domingo vamos votar. Aguardemos que todos, mas todos, cumpram com o seu dever cívico.
* Para promover o programa a TVI escreve:
“A cinco dias das autárquicas, conhecemos a Rua Capitão João Francisco de Sousa, no coração de Beja, o maior distrito do país, mas também o que tem menos habitantes por quilómetro quadrado. Um retrato do despovoamento e do abandono sentidos no interior do Alentejo.”