Pelourinho de Ouro – O facto até podia ter passado pelas zonas cinzentas da comunicação social, assim em jeito de rodapé em página par, desapercebido no meio de tanta informação. Assim teria sido se fosse o Zé ou a Antónia quem tivesse atirado para o lixo o cartão de militante, tivesse virado a camisola do avesso ou, como se diz em gíria da meia-laranja, tivesse virado a casaca. Mas não foi um Zé qualquer. Foi um militante socialista, combatente da liberdade noutros tempos, quem de repente descobriu o Sol e a Verdade nas hostes comunistas. Ex-responsável pela concelhia bejense do PS, o que lhe pôs na boca as maiores críticas aos executivos da Câmara Municipal, aproveitou um rebuçado que lhe puseram na frente e zás, dá cá o pelouro enquanto é tempo. Agora discursa como um bom comunista, ortodoxo espiritual, coluna vergada por uma casaca que não lhe assenta nada bem. O Pelourinho não vai para o vereador – que não merece – mas sim para o facto em si: mandar às malvas a liberdade, a troco de umas migalhas para a reforma.
Pelourinho de Prata – Há quem diga que é um caso de Polícia. Outros afirmam ser um caso de Política. Polícias e Políticas à parte, o Pelourinho de Prata vai, pelas piores razões, para a “Embrulhada do Pólo de Beja da Universidade Moderna”. Foi, durante 2007, um caso envolto em vários mistérios, que já metem tribunais e, principalmente, gravadores digitais, onde, supostamente, eram gravadas conversas particulares entre alunos e professores e entre estes e algumas alunas. O Caso Moderna meteu de tudo. Não se sabe se meteu águas de bacalhau, mas que meteu muita água, disso não temos dúvidas. Pode o Estabelecimento de Ensino Superior colocar à porta das suas instalações este Pelourinho e ameaçar enforcar nele quem continuar a desprestigiar a instituição.
Pelourinho de Bronze – É um Festival, mistura Cultura e Amor. E provoca alergias e irritações a quem o Amor é sinónimo de Zolvirax. Só pelas comichões que despertou no Politburo instalado nos Paços do Concelho, o Festival do Amor é merecedor de públicos louvores. Revelou eficiência organizativa e destapou a hipocrisia de alguns broncos e apparatchiki detentores do poder. Este Pelourinho é atribuído a título provisório, pois se o Festival do Amor não tiver uma edição anual, ser-lhe-á retirado.
A Academia distingue igualmente com “Menção Honrosa” os seguintes factos regionais:
– Programa “Cães Danados” – a maior pedrada no charco bejense.
– Programa “Conselho de Opinião” – Edição José Filipe Murteira – “é sempre a mesma merda!”
– Programa “O Outro Lado” – fazem fila para serem entrevistados. É bom sinal!