Arquivo da Categoria ‘Autárquicas 2021’

Cuidado!

10 de Setembro de 2021

Amanhã, Sábado, dia 11 de Setembro, António Costa vai estar no Largo da Conceição, em frente ao Museu Regional, para visitar os percursos acessíveis criados por Paulo Arsénio.
Alerto para o perigo em que se encontram os referidos percursos. É que, ao mínimo descuido, pode ocorrer um incidente. E lá vai Beja continuar na lista negra do governo socialista.

NOTA: PS cancelou acções de campanha.

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Entrevista com Paulo Arsénio

8 de Setembro de 2021


Paulo Arsénio é o actual Presidente da Câmara Municipal de Beja (PS) e recandidata-se a um segundo mandato.

1 – Em 2017 candidatou-se sob o lema “Somos Beja”. Pelo meio criou o “Centro do Sul”. Após 4 anos de presidência recandidata-se afirmando “Sentir Beja”. Onde ficou Beja nestes quatro anos? Dos projectos de 2017 qual o que não concluiu e que lhe traz mais angústia?
NÃO RESPONDEU

2- Sendo o Centro Histórico da cidade uma bandeira de todos os partidos, o que pensa fazer no CH que ainda não foi feito, e que possa trazer as pessoas para ali (residir, estabelecer os seus negócios) dar vida ao centro? É sua intenção suprimir todo o trânsito automóvel no CH?
NÃO RESPONDEU

3 – No mandato que agora termina, o parque fluvial dos “5 Reis” parece ter sido a grande “obra do regime”. Sabe-se que a mesma não constava do seu programa eleitoral. Tem em mente, caso seja reeleito, outra iniciativa que não conste do atual programa eleitoral?
NÃO RESPONDEU

4 – Em 2017 venceu com uma diferença de 1444 votos para o segundo classificado (CDU). Quais são os seus receios no próximo acto eleitoral? A abstenção, o voto útil noutra força/coligação política ou a incompreensão dos bejenses perante o seu tão publicitado trabalho como líder do executivo camarário?
NÃO RESPONDEU

5 – Costuma dizer-se que “em equipa vencedora não se mexe”. Apresenta-se, porém, com alguns novos rostos. Correu alguma coisa mal ou é uma simples renovação?
NÃO RESPONDEU

6 – Caso não obtenha a maioria absoluta, é sua intenção fazer algumas alianças para poder passar as suas propostas? Com que forças políticas?
NÃO RESPONDEU

7 – Afirmou recentemente que nunca antes um executivo havia sido tão atacado. Tem consciência que as redes sociais, onde tem uma grande actividade, são hoje “um pau de dois bicos”?
NÃO RESPONDEU

8 – Imagina-se a regressar à Direcção de Finanças caso o PS não seja o mais votado no concelho de Beja?
NÃO RESPONDEU

9 – As últimas questões: que futuro para uma infraestrutura aeroportuária que não tem acessos ? O que correu mal com a AeroNeo? Que propõe, em termos genéricos, para o desenvolvimento económico da região?

NÃO RESPONDEU

Esta reacção de Paulo Arsénio, trouxe-me à memória esta de Francisco Santos em 2009. Os resultados são conhecidos.
Apetece perguntar: o que é que os separa?

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Das entrevistas

8 de Setembro de 2021


Depois das participações dos candidatos da CDU, BE, Chega e coligação PSD/CDS/IL/A, chegou a hora de publicar a entrevista com Paulo Arsénio. Brevemente, neste blog.
Até já.

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Do debate

6 de Setembro de 2021

Na generalidade, muito fraco.
Ficaram-me, porém, os seguintes destaques:
1 – Vitor Picado não evoluiu. Vive entranhado nas bandeiras do PCP e parece nada ter aprendido com os resultados de há 4 anos. Para quem quer ser presidente de Câmara, ficou aquém das expectativas.
2 – Paulo Arsénio falou do parque fluvial, única obra que conseguiu concluir em 4 anos. Como é seu hábito, apregoou milhares de euros para obras em curso, mas continua a demonstrar não ter uma ideia para o desenvolvimento e futuro de Beja. Demonstrou não estar a concorrer para manter a maioria absoluta. Basta-lhe ganhar, o resto logo se vê.
3- Nuno Ferro não soube aproveitar a ocasião para demonstrar que tem uma ideia concreta para o futuro da cidade e do concelho. Deveria ter sido mais claro e incisivo.
4 – O Gonçalo do BE esteve claramente a navegar em águas que não são as suas. A CDU deve agradecer-lhe.
5 – O Pedro do Chega tanto podia ser candidato em Beja como em Portalegre. As ideias que tem não dizem respeito ao que está em causa nestas autárquicas. Basta-lhe ter mais votos que o BE e ele vai gritar “vitória”.

Resumindo: calculo que ninguém tenha ficado mais esclarecido ou tenha mudado o seu sentido de voto.

Esperemos pela campanha eleitoral. Pode ser que algum dos candidatos se evidencie pela positiva. Ou se espalhe ao comprido. Rasteiras não vão faltar.

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Entrevista com Pedro Pinto

5 de Setembro de 2021

Pedro Pinto é o candidato do Chega à Câmara de Beja.

Agradeço a Pedro Pinto a disponibilidade em participar nesta entrevista.

 

1 – Como é que o Pedro Pinto, não sendo de Beja, aparece como candidato pelo “Chega” à presidência da Câmara Municipal de Beja? Que conhecimento tem da cidade e do concelho?

Três coisas: em primeiro lugar o não ser de Beja, nunca impediu nenhuma candidatura. Repare, por vezes, uma visão de fora, poderá ser muito importante na mudança que o concelho precisa. Depois, vivo em Portalegre, que é a capital de Distrito mais parecida com Beja, sem autoestrada, esquecida pelos sucessivos governos. E em terceiro lugar, tenho família em Beja e no Distrito, bem como imensos amigos e partilhamos os conhecimentos do concelho. Os kms a mim nunca me meteram medo! 

2 – Sendo o “Chega” conotado com ideais  racistas e xenófobos, que medias propõe para a integração social do número, cada vez mais crescente, de imigrantes? Não considera que pode passar por estes imigrantes o repovoamento de um território cada vez mais deserto?

Recuso frontalmente essa conotação que querem fazer ao CHEGA. Existem problemas graves na sociedade portuguesa que não podem ser escondidos. A diferença é essa, os outros escondem-se e nós queremos resolvê-los. Repare, acha que meter a comunidade cigana em bairros, tipo guetos, sem os integrar na sociedade e viverem à conta de subsídios, é justo? Terem só direitos e não deveres, não cumprirem as regras da sociedade, é justo? Pagarem 4,50 € de rendas de casa e irem pagar à câmara, em grandes carros, é justo? Chamam racismo? Nós chamamos justiça! Em relação aos migrantes, tem de haver um grande controlo, particularmente porque muitos estão ilegais e vivem em condições desumanas, que a câmara de Beja não vê ou não quer ver. O que acho é que temos de criar condições para os nossos jovens não saírem do concelho e fazer regressar os que saíram. 

3 – Que diagnóstico faz, em termos económicos, do concelho de Beja? Que medidas propõe para o desenvolvimento da região?

Muito claramente queremos desenvolver Beja, só com grandes empresas isso pode acontecer. Conseguir que o aeroporto funcione, quer como ajuda à Portela, quer como alternativa ao aeroporto de Faro, porque em poucos anos vai estar sobrelotado. Depois, a via férrea é extremamente importante, não podemos estar no século XXI e ficar felizes e contentes, porque o governo nos deu uma automotora a cheirar a gasóleo, para devolver a ligação entre Évora e Beja. A ligação à autoestrada é fundamental, até porque Espanha está aqui ao lado e temos de nos voltar para lá. Para isso já temos conversações com o VOX, para ver o que a Andaluzia e o nosso Alentejo precisam. 


4 – O Centro Histórico de Beja é uma das bandeiras de todas as forças políticas em tempos de autárquicas.  Que propostas tem para revitalizar o CH de Beja

Todos os anos a mesma coisa, mas com pouco desenvolvimento. Temos de pensar em grande, olhar por exemplo para a cidade de Mérida em Espanha e tirar esse grande exemplo. Dar importância às casas devolutas e contactar os seus proprietários. Queremos que Beja tenha orgulho da sua história e do seu centro histórico. 

5 – As campanhas autárquicas não se fazem só nos centros urbanos. Como tem sido a sua aceitação nas freguesias rurais? Que propostas tem levado ao mundo rural para convencer as pessoas a votar em si?

As pessoas estão fartas da campanha do costume… Reuniões com associações, esquecidas assim que são eleitos. Nas freguesias, é muita conversa, abraços e beijinhos e voltamos daqui a 4 anos. Somos diferentes, viemos para resolver os problemas. As pessoas sentem isso, não podem ficar abandonadas, com estradas que fazem corar de vergonha qualquer autarca. A população idosa tem de ser acarinhada e não ficar ao abandono e principalmente, um Presidente da Câmara tem de andar na rua e ver os reais problemas das pessoas. Um destes dias ia na rua e vem uma rapariga e perguntou se eu era candidato do CHEGA e contou-me a sua história. Vive numa aldeia, é mãe solteira, trabalha e recebe 480 €, paga uma renda de 250 €. Essa é uma pessoa que precisa de ajuda, mas a câmara prefere beneficiar os que têm cartão partidário ou de determinada etnia. 

6 – Sendo a primeira vez que o Chega concorre em Beja aos diversos órgãos autárquicos, o que será para si uma vitória? Basta-lhe ter mais votos que qualquer um dos partidos da esquerda? Caso seja eleito vereador, qual irá ser a sua primeira prioridade?

Vitória é vencer! Não estamos aqui para marcar presença, viemos para conseguir o melhor resultado possível. Sentimos na pele o que é o sistema, com ameaças a pessoas por pertencer às listas, funcionários judiciais a conturbar um processo democrático e vimos que os que apregoam Abril, cravos ao peito e dizem liberdade, são os primeiros a atentar contra ela. Beja vai ter uma grande surpresa na noite de 26 de Setembro. A primeira medida é claramente baixar o IMI e com o tempo, abolir, porque é o imposto mais estúpido que existe! 

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Cidadania

4 de Setembro de 2021

Por todos os lados,por onde ando a passear, vejo candidaturas independentes, movimentos de cidadãos, que se candidatam a diversos órgãos autárquicos.
Verifico que em Beja todas as candidaturas estão ligadas aos partidos. Que razões estarão por trás desta falta de vontade de intervenção cívica? Medo? Apatia? Desinteresse?

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Entrevista com Vitor Picado (conclusão)

31 de Agosto de 2021


(conclusão da entrevista)

4- O Centro Histórico de Beja aparece, em cada disputa autárquica, como bandeira das forças concorrentes. O que é que a CDU propõe para revitalizar o CH, que ideias tem para chamar as pessoas para o centro da sua cidade?

R: A CDU propõe-se relançar dinâmicas culturais que permitam ancorar eventos e iniciativas com vista a proporcionar no Centro Histórico a afluência de públicos e incentivar a animação de processos de intervenção, que envolvam ações de produção cultural. Os equipamentos museológicos têm que ser articulados em rede e projetar as suas funções fundamentais, associando os acervos e bens culturais que encerram, por forma a trabalhar uma oferta patrimonial que dê suporte à necessária atratividade turística, conciliando os diversos núcleos museológicos e melhorando as suas instalações. Ao nível do património imaterial há que potenciar as valências do Centro Unesco e reforçar novas valências, relacionadas com o cante, as oralidades, etnografia, entre outras, e cerzir este âmbito com os núcleos da Biblioteca e da Casa da Cultura, em termos de desenvolvimento de projetos. A arte contemporânea e a Banda Desenhada, também constituem domínios importantes de afirmação da Cidade e do Centro Histórico (CH). A reabilitação do edificado urbano é um desafio gigantesco, sendo necessário procurar soluções que passem por diversos domínios, desde os mecanismos de economia urbana, na perspetiva de harmonizar a oferta e a procura por edifícios destinados à função residencial e a usos económicos e associativos, até à reabilitação dos espaços públicos subordinada ao objetivos de revitalização do imobiliário, passando por soluções de ordenamento que promovam funcionalidades complementares, como por exemplo o estacionamento e os serviços de proximidade. Para isso, é necessário estruturar e organizar dinâmicas de atração de investimento para o CH, e aprender com experiências externas, portadoras de resultados positivos, que se revelem exequíveis, adequando-as às realidades de Beja; não nos podemos fechar num casulo e “assobiar para o lado”, esta é daquelas questões que o tempo não cura, antes pelo contrário, piora; portanto, há que agir, inclusivamente com a noção do risco que representa a incerteza do sucesso. Para isso, há que claramente trabalhar com todos os que tenham protagonismo neste espaço que é estruturante para a cidade, partilhando riscos, que nos levam a alegrias, mas também a tristezas. Não nos podemos vergar às dificuldades, porque a única certeza que se pode ter, reside na convicção de que se não se travar agora estas batalhas, a cidade assistirá ao declínio acelerado do seu Centro Histórico. Perante esta evidência, não podemos deixar que isso aconteça, fundamentalmente porque é nosso dever dignificar a obra de quem nos antecedeu e honrar quem nos vai suceder.

5 – De que forma pretende a CDU apoiar os empresários e a iniciativa privada?

R: O apoio às atividades económicas é uma questão essencial, porque, a par de outros estrangulamentos, a falta de emprego é a principal causa da regressão demográfica. A partir deste reconhecimento, é importante atuar em três áreas distintas.
Primeira, empreender uma magistratura de influência, para criar as condições necessárias ao desenvolvimento das acessibilidades e concretização dos objetivos iniciais dos programas dos projetos estruturantes. Para isso, nem que o Presidente da Câmara passe semanas seguidas nos corredores do poder. Só a título de exemplo, se o mix de culturas identificado nos estudos do EFMA, tivesse sido implementado, e não as monoculturas atualmente existentes, seguramente que o Concelho não teria perdido os quantitativos demográficos que perdeu. Poderíamos ter outros problemas, mas seguramente que este não teríamos. Atenção, este problema para mim é o mais sério, por ser efetivamente estrutural; basta interrogarmo-nos: o que representam territórios sem pessoas? São autênticos desertos, onde a própria história humana fica suspensa no silêncio profundo dos tempos. E se o programa inicial do Aeroporto, o que justificou o investimento, tivesse sido significativamente implementado, ou seja, de acordo com a cronologia inicialmente prevista, provavelmente teríamos cerca de mil empregos gerados. Aqui chegados, é caso para questionar, ou os estudos estavam errados, ou pouco foi feito para alcançar os objetivos traçados; dito de uma forma cruel, ou nos enganaram, ou andam a enganar-nos. Perante esta realidade, não temos outra hipótese senão esclarecermos este assunto de uma vez; para isso, não nos podemos resignar com desculpas avulsas, há que ir ao cerne da questão.

A segunda área diz respeito à necessidade do Município atrair e acarinhar os projetos empresariais, priorizando aqueles que são intensivos em capital e em mão-de-obra. Mais, uma vez analisadas as intenções desses investidores e a viabilidade dos projetos, o Município deve comprometer-se a apoiá-los, inclusivamente junto das diversas administrações, central e regional, através da magistratura de influências, de forma transparente e cristalina, sem opacidades de qualquer tipo.

A terceira, dependente integralmente do Município, assenta na disponibilização de terrenos a custos controlados, devidamente infraestruturados, e facilitar os licenciamentos, inclusivamente os que precisam de decisões externas; neste caso acompanhando, se for caso disso, os próprios promotores dos projetos para tornar mais céleres e facilitados os respetivos processos. As isenções e outros incentivos municipais constituem instrumentos já existentes, podendo naturalmente serem revistos, se for justificável.

6 – Caso seja eleito Presidente da Câmara Municipal, qual será a sua primeira prioridade?
R: A revitalização do Centro Histórico e a atração do investimento.

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Entrevista com Vitor Picado (1)

31 de Agosto de 2021

Vitor Picado é o cabeça de lista da CDU à Câmara Municipal de Beja nas próximas eleições autárquicas.
A entrevista vai ser dividida em dois posts.
Agradeço a Vitor Picado a disponibilidade para participar nesta entrevista.

1 – Nas autárquicas de 2017 a CDU ficou em 2º lugar na corrida à Presidência da Câmara de Beja, com uma diferença de 1444 votos para o Partido Socialista. O que é que contribuíu para esta derrota depois de um mandato liderado por um experiente “dinossauro”?

R: Em minha opinião foram dois fatores essenciais, que estão obviamente interligados, um de ordem formal, associado ao modo como o PS desenvolveu a sua campanha e o outro decorreu do efeito do voto útil no PS, por parte de forças do espetro político à sua direita. O PS desenvolveu uma campanha com pouca elevação política, basta deixar um pequeno apontamento que ocorreu numa das sessões públicas daquele partido, não sei se ainda se recorda, mas numa intervenção o João Rocha foi alvo de uma nota desagradável, assente na afirmação que o autarca “vivia com a neta”, como se as opções amorosas se materializassem em função da idade. Mas todos se recordam das calúnias que correram, principalmente nas redes sociais, sobre presumíveis cambalachos e esquemas fraudulentos em relação aos prestadores de serviço, nomeadamente em relação ao fogo-de-artifício, às empresas de projetos etc. etc. A CDU entendeu na altura e mal, não ligar a estas provocações, o certo é que devia ter defendido a honra, para desmontar estes artifícios manhosos de criar subjetividades enganadoras e moralmente condenáveis. O certo é que o eco das “fake news” resultou. Aliás, na presente pré-campanha já nos chegaram notas sobre informações junto de públicos específicos, p.ex. com narrativas deste tipo: “se a CDU ganhar não vai honrar compromissos, tais como, entre outros, os concursos de admissão de pessoal”. Isto é uma postura inconsequente de alguém que engana, ou anda enganado, dado que não considera a estabilidade processual do ordenamento jurídico que regula a administração local. Mas, pasme-se, acusações estas que vêm de uma força política que neste mandato, na Câmara Municipal, a título de exemplo, levou a cabo uma política de admissões para cargos de chefia digna da menção de escandalosa em alguns casos, isto para não enveredar por questões de ordem jurídica, em termos de condução de processos. Em relação ao voto útil à direita do PS, basta analisar atentamente os resultados eleitorais para se chegar à conclusão de que ocorreu um arrastamento de votos para aquela força política. Poderia referir outros fatores, de ordem subjetiva, mas fico-me por aqui.

2 – O Vítor Picado, enquanto vereador da força minoritária, como desenvolveu a sua acção enquanto oposição? A CDU apresentou algumas propostas que tenham sido chumbadas pela vereação socialista? Dê-nos alguns exemplos.

R: A CDU desenvolveu o seu mandato com muito trabalho executado no âmbito da análise e aprofundamento dos assuntos e dossiers submetidos às reuniões de câmara, tendo insistido em esclarecer muitos e diversificados assuntos, que vinham com falhas de informação, alguns dos quais foram até retirados pelo próprio executivo PS, a pretexto de não se sentir à vontade com as respostas dadas, revelando, em muitos casos, falta de preparação. Outros assuntos foram objeto de apresentação de propostas de melhoria, aceites em processos que votou favoravelmente e se traduziram em ganhos para os munícipes e os agentes locais. Há que registar questões colocadas que ainda não tiveram resposta, inclusivamente com decisões tomadas pela maioria do executivo em desconformidade com deliberações da Assembleia Municipal, curiosamente tomadas por unanimidade, como foi o caso da descentralização de competências na área do ensino. Em paralelo, a CDU recebeu, em regime de atendimento personalizado, dezenas de munícipes que apresentavam questões que não viam resolvidas, e que apelavam para a CDU intervir, situação que ocorreu com frequência, para além dos email que recebíamos e que tudo fizemos, transmitindo essas questões ao executivo PS e manifestando preocupações, assinalando ainda que, em inúmeros casos, fomos informados que não eram recebidos, nem pelos membros do executivo, nem por funcionários da autarquia, porque os assuntos não eram descentralizados de forma a serem prestadas, por estes últimos, a informação desejada.

Em resultado da pandemia Corona Vírus (Covid-19), dos seus reflexos para a saúde pública e também para economia local, com principal destaque para as micro, pequenas e médias empresas, para alem da disponibilidade para auxiliar o executivo PS no desenvolvimento de um conjunto de procedimentos necessários, apresentámos várias propostas de apoio à população, às IPSS, aos empresários, ao comércio local… bem como fizemos chegar as nossas preocupações relativamente à falta de proteção de alguns trabalhadores que estavam no atendimento público (Tesouraria, Balcão Único e EMAS…) e outros que no âmbito e natureza das suas funções estariam mais propensos a ser contaminados e como tal seria de todo urgente que o executivo tomasse as devidas diligências. Regra geral quase sempre as nossas propostas foram desconsideradas, ou apenas “timidamente” colocadas em prática e passado algum tempo de forma a não aparecerem ligadas a nós e no que concerne, por exemplo, à aplicação da tarifa social da água (tarifário especial na fatura da água para famílias com menos rendimentos, que resulta num desconto nos preços a pagar pelos serviços de abastecimento, saneamento e tratamento de resíduos – todos incluídos na mesma fatura), apesar das nossas insistências, tanto em reuniões de câmara como na assembleia municipal, o executivo PS nunca desenvolveu os procedimentos necessários à sua implementação.

3 – A CDU, estando bem implantada nas freguesias rurais, terá já feito um diagnóstico à atual situação, após 4 anos de governação socialista. Como é que estão as aldeias do nosso concelho? O que teria feito de diferente?

R: A CDU manteve boas relações com todos os presidentes de Junta e Uniões, naturalmente que houve maior contacto com quem, entre eles, nos questionavam para resolução de determinadas questões. Apesar desta realidade, há um traço marcante sobre indicações de obras não executadas e que alegadamente teriam sido apalavradas. Mas há uma área que se destaca e que está relacionada com o ordenamento do território e aplicação do regulamento do plano diretor municipal, no que se refere à falta de respostas dadas pelo executivo sobre eventuais violações ao plano levantadas pelos presidentes, corroborada, em diversos casos, por particulares, sobre o impacte das culturas intensivas. Aliás, para responder a esta situação não foi alheia a proposta dos eleitos da CDU com assento na Assembleia Municipal de constituir uma comissão para analisar esta problemática, tendo sido aprovada por unanimidade, no âmbito da qual foram produzidos 4 documentos, com os resultados do trabalho e recomendações à câmara. De referir que este trabalho teve como fase prévia reuniões com empresários, associações e também, numa sessão aberta, com os munícipes interessados no tema, as participações foram muito elevadas e as propostas apresentadas de enorme valor. Da experiência recolhida e excetuando as obras, de feição eleitoralista, realizadas à pressa, particularmente nos últimos 6 meses, muito pouca coisa foi feita, comparativamente com outros mandatos.
No essencial, teríamos feito mais obra física, teríamos melhorado a eficiência dos serviços prestados pelo Município (p.ex. na higiene e limpeza e zonas verdes), teríamos tido uma relação de maior proximidade, solidariedade e afetividade com os munícipes nestes tempos terríveis de pandemia, procurando melhorar as intervenções que estavam definidas para os municípios, e apoiaríamos muito mais os eleitos locais das freguesias e uniões, para ajudá-los a ultrapassar alguns problemas que tiveram, nomeadamente em relação ao encerramento de caminhos e solicitações de recuperação de vias e nas questões ambientais resultantes de processos de intensificação agrícola, nas imediações das aldeias e áreas residenciais.

(continua)

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Entrevista com Gonçalo Monteiro

30 de Agosto de 2021

Gonçalo Monteiro é o candidato do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Beja nas próximas eleições autárquicas.

Agradeço a sua disponibiliadade em participar nesta entrevista.

1 – Não sendo um “filho de Beja”, pois é natural de Vila Nova de Gaia, que motivações o levaram a aceitar ser candidato à Câmara Municipal de Beja? Que diagnóstico faz da cidade e do concelho?

R: Primeira questão o que se entende por ser “filho de Beja” ou de outro espaço qualquer? Mais do que esta definição não será mais importante a nossa vivência de um espaço local, regional, nacional e a perceção de que a nossa ação poderá ser importante como contributo para ultrapassar dificuldades e potenciar mais valias? O diagnóstico da cidade e do concelho tem a ver com as dificuldades detetadas no nosso programa e as propostas que também apresentamos no sentido de valorizar as suas potencialidades.

2 – Sendo um jovem (31 anos), que medidas propõe para atrair mais jovens para o concelho? Ou, se quiser, o que vai fazer para que a juventude não fuja da região?

R: As nossas propostas vão no sentido de procurar encontrar motivos para que os jovens sintam que podem viver e trabalhar neste concelho mantendo-se neste espaço ou fixando-se nele.
Questões fundamentais para que isso aconteça são (entre outras): dinamizar as acessibilidades dentro e para fora do concelho (ligações diretas de caráter rodoviário e ferroviário) com transportes públicos de qualidade; fomentar serviços públicos de qualidade nas diversas áreas (educação, saúde, económicos, financeiros); apoiar todas as forças vivas numa dinâmica de desenvolvimento económico sustentável e que contribua para a diversificação das atividades económicas (por exemplo, muito haveria a fazer a nível da preservação, divulgação e promoção do património do nosso concelho que se poderia, ele próprio, constituir como uma mais valia em termos do chamado turismo de natureza ou cultural).
Poderá encontrar outras propostas no nosso programa, não deixando, no entanto, de salientar as de caráter social como a importância do respeito pelo que designamos de trabalho com direitos (daí a nossa luta contra a precariedade e a exploração, por exemplo dos imigrantes que trabalham nas monoculturas que se disseminam), pela manutenção de apoios sociais importantes como a tarifa social automática da água ou no campo da habitação e da revitalização das localidades do concelho.

3 – Nas últimas autárquicas o BE foi a 4ª força mais votada, ficando a escassos 40 votos do CDS (5º). Não tem receio de o Bloco desaparecer, dado que o partido Chega se vai apresentar aqui pela primeira vez em autárquicas?

R: Encontrando-nos em campos ideológicos tão distintos, tal questão nunca se coloca, creio que quem tenha motivos para recear uma alteração na intenção de voto será a própria direita. Outras forças políticas poderão sentir-se ameaçadas. A nossa preocupação tem a ver com a definição e divulgação das nossas propostas.

4 – O desenvolvimento da nossa região faz-se com empresários, com a iniciativa privada, com investimentos não só do Estado. Sendo o Bloco contrário ao emprrendedorismo privado, que medidas sugere para que o concelho de Beja seja mais desenvolvido economicamente?

R: Partindo esta questão de uma premissa, a mesma condiciona de forma pouco ética a resposta, contudo o Bloco defende e defenderá sempre a existência de serviços públicos e de qualidade que permitam o desenvolvimento das atividades económicas privadas sustentáveis,respeitadoras do ambiente, das pessoas e dos direitos daqueles e daquelas que, com o seu trabalho, seja em que área for, contribuem para o desenvolvimento do concelho e do país.

5 – Considera que a chegada de imigrantes, refugiados das diversas partes do mundo, poderá ser um motor para o repovoamento e progresso da região? De que forma? Como considera a actuação do actual executivo camarário nesta atéria?

R: Consideramos sempre importante a possibilidade de todos os seres humanos poderem livremente escolher o sítio onde querem viver, trabalhar e eventualmente, fixar-se. Lamentamos que, frequentemente, essas deslocações tenham como causa as muitas e graves dificuldades económicas e políticas que leva muitos a migrar.
É óbvio que a fixação de mais pessoas, sobretudo jovens, no nosso concelho poderá contribuir positivamente para a dinamização da sua população. Para essa fixação será fundamental a implementação de medidas já referidas nesta entrevista e que constam do nosso programa (trabalho com direitos, reconhecimento de direitos como sejam o de habitação ou outros…)

6 – No dia 26 de Setembro próximo, o que é para si uma vitória?
R: Será sempre a de ter a possibilidade de contribuir para que o nosso concelho se possa tornar mais amigo da natureza e das pessoas e onde seja agradável viver, trabalhar e visitar (parafraseando uma frase de um movimento de cidadãos de há uns anos atrás).

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Disparates

28 de Agosto de 2021

Que o cidadão comum desconheça o nome da coisa, aceita-se, mas que seja o presidente da Câmara de Beja a dizer “o Terminal Civil do Aeroporto de Beja”, demonstra ignorância ou, como lhe hei de chamar, desorientação.
Vá, sr. Presidente, emende lá o disparate. A malta perdoa.

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Autárquicas – Informação

26 de Agosto de 2021

Falta um mês para irmos às urnas.

Consulte aqui os cadernos de recensamento.

Pode também consultar informação, sobre voto antecipado (motivos profissionais, COVID, estudantes, doentes internados, etc…) aqui.

Entretanto:

Dia 5 de Setembro – 21H30 – debate na RTP3 com os candidatos à Câmara Municipal de Beja.

Dia 6 de Setembro 18H30 – Mesa redonda com o tema “Políticas Autárquicas para o Desenvolvimento Económico” que junta, no Auditório do NERBE/AEBAL, Paulo Arsénio, Vítor Picado e Nuno Palma Ferro, para apresentarem e debaterem as suas propostas nesta área. (leia aqui)

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Entrevista com Nuno Palma Ferro

25 de Agosto de 2021

Nuno Palma Ferro é o candidato do PSD à Câmara Municipal de Beja. A candidatura de Nuno Palma Ferro conta com os apoios de CDS-PP, Partido Popular Monárquico, Iniciativa Liberal e Aliança.

1 – Chegou ao PSD há 1 ano. É hoje candidato à presidência da Câmara Municipal de Beja por uma coligação liderada pelo PSD. Como decorreu o processo internamente e como chegou tão rapidamente a esta posição de destaque?

Há um ano e meio senti que deveria dar o meu contributo de outra forma à minha cidade. Após ter estado 12 anos ligado a um movimento associativo através da Associação de Patinagem do Alentejo, sentia que continuava a ter a capacidade de integrar novos projetos sociais, tendo uma contribuição ativa na cidade. Nunca escondi a frustração e preocupação crescente que tenho em relação à cidade onde vivo, e a incapacidade de reter muitos jovens de qualidade que me “passaram nas mãos” nos últimos anos. Simultaneamente, dois amigos pessoais e com quem bastante debato, o Gonçalo Valente e o Bernardo Nascimento, tornam-se os impulsionadores da minha candidatura à presidência da câmara através de uma coligação onde se enquadra o PSD, que acompanhados pelo Dr. Pinela Fernandes na qualidade de presidente da concelhia, iniciaram os mecanismos internos do partido, no sentido de me endereçarem este convite, o qual foi evidentemente aceite.

2 – Sendo um filho de Beja, como considera estar a nossa cidade, nas suas mais variadas vertentes?

A resposta é bastante evidente: está, na maioria das suas vertentes, MAL!
Se assim não fosse, não me estaria a candidatar. Se olharmos para o resto do país de uma forma genérica, a qualidade de vida das pessoas subiu exponencialmente nos últimos 30 anos. Por vários fatores, as regiões e as autarquias tiveram possibilidades de crescer muito, pois existiram financiamentos e planeamento para o efeito. Em Beja, o crescimento foi muito menos exponencial do que na maioria. Não soubemos usar os financiamentos para investir, não criámos uma estratégia, exigimos pouco ou nada ao poder central, perdemos representação e fechámo-nos em disputas partidárias que não tiveram a capacidade de fazer a terra crescer. A fatura é esta: Estamos bastante atrasados! Existem várias formas de olharmos para uma cidade, mas temos de ter a consciência que o seu desenvolvimento serve para estimular uma única variável: AS PESSOAS. E nós, estamos com cada vez menos pessoas e com perspetivas de as continuarmos a perder. O mesmo para a política, que deveria servir para melhorar a vida das pessoas, o que em Beja é notório que não tem acontecido. A forma como o poder central olha para nós é bastante esclarecedora disto mesmo: CADA VEZ SOMOS MAIS INSIGNIFICANTES!


3 – O que é que mais o preocupa no concelho? Caso seja eleito, qual será a sua prioridade?

O que me deixa mais preocupado no concelho é a incapacidade dos nossos executivos responderem à seguinte pergunta: Como queremos que seja Beja em 30 anos? Por muitas obras que se façam, quando não temos uma estratégia para crescer, não crescemos. Os partidos que nos governam e nos governaram, não têm uma resposta clara e concreta a esta pergunta (talvez agora arranjem!).
A prioridade é a criação dessa estratégia, porque tudo o resto vem englobado nesta grande questão. O que me vai perguntar é: “E como é isso se começa?”. Pois bem, começa-se por uma clara alteração de postura, na forma como se vende a cidade de Beja e a marca “Beja” para o exterior, tendo esta que ser uma preocupação de todos nós bejenses. Quanto melhor vendermos a nossa cidade aos outros, mais vamos crescer. Isto começa logo no presidente da câmara, que não pode só representar a instituição. Tem que ser o melhor e principal vendedor da cidade e tem que saber mostrar/pressionar o governo central que temos condições para sermos valorizados e “alvos” de investimento. Ou seja, temos de nos impor!

Depois, temos que pensar quais são as nossas mais-valias competitivas em relação às outras autarquias e no nosso caso, a ÁGUA é o principal diferenciador, que é um dos bens mais escassos e procurados pela humanidade. Temos que a usar como motor propulsor da nossa economia, nomeadamente na forma como se atrai investimento e se acolhe a atividade económica.
Enquanto câmara municipal temos que ter a preocupação, não de causar mais problemas, mas de ajudar as pessoas, de ajudar os empresários, de facilitar burocracias quando possível e de desobstruir. Os interesses das pessoas são os interesses da câmara municipal, pelo menos deveriam ser.

4 – Nas Autárquicas de 2017, o PSD obteve 899 votos, o CDS 533. Qual é a sua meta para se considerar vencedor?

Eu não olho a votos. Por uma razão: isso desvirtuar-me-ia do caminho que estamos a percorrer. O caminho é muito importante porque o objetivo numas eleições autárquicas não é ganhar o A), o B) ou C) mas que a cidade fique a ganhar. Óbvio que acredito que a cidade só ficará a ganhar se nós formos eleitos para liderar a Câmara Municipal de Beja. A mensagem é clara: “O Beja Consegue não só tem a capacidade para dar a volta a este ciclo negativo, como pretende criar um projeto para pensar Beja daqui a 30 anos”. Até ser possível, vamos ser candidatos a vencer as eleições e assim será até dia 26 de setembro, com um nível de exigência muito alto no nosso trabalho, para que o nosso compromisso não seja com votos, mas com Beja. O resto fica a cargo de todos os bejenses, em que faremos a nossa escolha de forma democrática.

5 – Caso seja eleito vereador, tem consciência de que vai ser o fiel da balança? Para que lado vai pender? Admite uma coligação pós-eleitoral com a força vencedora?

A pergunta que me faz tem por base um cenário daquilo que espera que seja o resultado eleitoral: um 3-3-1. Temos que procurar ter uma democracia o mais saudável possível, e até as pessoas votarem, não devem existir vencedores à priori. Ainda assim, esse não é o foco. Todas as decisões tomadas neste projeto têm sempre o critério de procurar o melhor em Beja, Beja e por fim Beja. Isto não é um projeto do Nuno, há muitíssimas pessoas a trabalhar connosco e todas elas terão uma palavra a dizer, a começar por dia 26 de setembro.

6 – Consigo Beja vai conseguir o quê?

Permita-me que o corrija. O Beja Consegue é um movimento de cidadania que se faz representar por uma equipa, portanto corrigiria para “Connosco”. Todas as câmaras municipais têm a mesma ambição: melhorar a qualidade de vida das pessoas. Connosco Beja será uma opção para o futuro, será um local onde os jovens querem viver, um local com dinamismo, que preserva a sua entidade cultural e ideológica, mas a mostra ao Mundo. Procuraremos captar investimento, empresas, habitação. Queremos que os nossos jovens cheguem a 2050 e olhem para Beja e digam: Eu vivo em Beja e sou muito feliz!

Nota: Agradeço ao Nuno Palma Ferro a disponibilidade em participar nesta entrevista.

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