Ago 30 2021

Entrevista com Gonçalo Monteiro

Publicado por as 12:29 em Autárquicas 2021

Gonçalo Monteiro é o candidato do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Beja nas próximas eleições autárquicas.

Agradeço a sua disponibiliadade em participar nesta entrevista.

1 – Não sendo um “filho de Beja”, pois é natural de Vila Nova de Gaia, que motivações o levaram a aceitar ser candidato à Câmara Municipal de Beja? Que diagnóstico faz da cidade e do concelho?

R: Primeira questão o que se entende por ser “filho de Beja” ou de outro espaço qualquer? Mais do que esta definição não será mais importante a nossa vivência de um espaço local, regional, nacional e a perceção de que a nossa ação poderá ser importante como contributo para ultrapassar dificuldades e potenciar mais valias? O diagnóstico da cidade e do concelho tem a ver com as dificuldades detetadas no nosso programa e as propostas que também apresentamos no sentido de valorizar as suas potencialidades.

2 – Sendo um jovem (31 anos), que medidas propõe para atrair mais jovens para o concelho? Ou, se quiser, o que vai fazer para que a juventude não fuja da região?

R: As nossas propostas vão no sentido de procurar encontrar motivos para que os jovens sintam que podem viver e trabalhar neste concelho mantendo-se neste espaço ou fixando-se nele.
Questões fundamentais para que isso aconteça são (entre outras): dinamizar as acessibilidades dentro e para fora do concelho (ligações diretas de caráter rodoviário e ferroviário) com transportes públicos de qualidade; fomentar serviços públicos de qualidade nas diversas áreas (educação, saúde, económicos, financeiros); apoiar todas as forças vivas numa dinâmica de desenvolvimento económico sustentável e que contribua para a diversificação das atividades económicas (por exemplo, muito haveria a fazer a nível da preservação, divulgação e promoção do património do nosso concelho que se poderia, ele próprio, constituir como uma mais valia em termos do chamado turismo de natureza ou cultural).
Poderá encontrar outras propostas no nosso programa, não deixando, no entanto, de salientar as de caráter social como a importância do respeito pelo que designamos de trabalho com direitos (daí a nossa luta contra a precariedade e a exploração, por exemplo dos imigrantes que trabalham nas monoculturas que se disseminam), pela manutenção de apoios sociais importantes como a tarifa social automática da água ou no campo da habitação e da revitalização das localidades do concelho.

3 – Nas últimas autárquicas o BE foi a 4ª força mais votada, ficando a escassos 40 votos do CDS (5º). Não tem receio de o Bloco desaparecer, dado que o partido Chega se vai apresentar aqui pela primeira vez em autárquicas?

R: Encontrando-nos em campos ideológicos tão distintos, tal questão nunca se coloca, creio que quem tenha motivos para recear uma alteração na intenção de voto será a própria direita. Outras forças políticas poderão sentir-se ameaçadas. A nossa preocupação tem a ver com a definição e divulgação das nossas propostas.

4 – O desenvolvimento da nossa região faz-se com empresários, com a iniciativa privada, com investimentos não só do Estado. Sendo o Bloco contrário ao emprrendedorismo privado, que medidas sugere para que o concelho de Beja seja mais desenvolvido economicamente?

R: Partindo esta questão de uma premissa, a mesma condiciona de forma pouco ética a resposta, contudo o Bloco defende e defenderá sempre a existência de serviços públicos e de qualidade que permitam o desenvolvimento das atividades económicas privadas sustentáveis,respeitadoras do ambiente, das pessoas e dos direitos daqueles e daquelas que, com o seu trabalho, seja em que área for, contribuem para o desenvolvimento do concelho e do país.

5 – Considera que a chegada de imigrantes, refugiados das diversas partes do mundo, poderá ser um motor para o repovoamento e progresso da região? De que forma? Como considera a actuação do actual executivo camarário nesta atéria?

R: Consideramos sempre importante a possibilidade de todos os seres humanos poderem livremente escolher o sítio onde querem viver, trabalhar e eventualmente, fixar-se. Lamentamos que, frequentemente, essas deslocações tenham como causa as muitas e graves dificuldades económicas e políticas que leva muitos a migrar.
É óbvio que a fixação de mais pessoas, sobretudo jovens, no nosso concelho poderá contribuir positivamente para a dinamização da sua população. Para essa fixação será fundamental a implementação de medidas já referidas nesta entrevista e que constam do nosso programa (trabalho com direitos, reconhecimento de direitos como sejam o de habitação ou outros…)

6 – No dia 26 de Setembro próximo, o que é para si uma vitória?
R: Será sempre a de ter a possibilidade de contribuir para que o nosso concelho se possa tornar mais amigo da natureza e das pessoas e onde seja agradável viver, trabalhar e visitar (parafraseando uma frase de um movimento de cidadãos de há uns anos atrás).

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Uma Resposta a “Entrevista com Gonçalo Monteiro”

  1. Mais Beja diz:

    Uma entrevista que nada diz sobre Beja. O que diz, poderia ser dito caso a sua candidatura fosse na Amareleja, Gaia ou outra cidade europeia.
    Outras afirmações que faz na entrevista, são de âmbito legislativo (Estado central), em que nenhuma câmara tem poder para alterar o rumo dos acontecimentos.
    É apenas um peão na criação de uma presença constante do Bloco Esquerda por todo o país. Vem marcar presença na capital do Baixo Alentejo e ponto final.
    Os votos que tiver, não serão pelas ideias, programa ou estratégia, porque simplesmente não tem. Os votos, serão apenas dos indefetíveis BE.

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