Jul 15 2020

BEJA – Projecto Cuidados Paliativos

Publicado por as 11:35 em A minha cidade

Recebi do Dr. Munhoz Frade um “Projeto de criação de Unidade de Cuidados Paliativos no Hospital José Joaquim Fernandes – Beja, que pode ler aqui (abre pdf em nova janela)
O Problema: Dificuldades de gestão das altas, principalmente na referenciação para os Cuidados Paliativos, gerando maiores custos e menor eficiência do Serviço de Medicina.
A presente situação: Demora muito prolongada da transferência para CP, verificando-se frequentemente óbitos ao fim de 1-2 meses (!) de internamento no Serviço de Medicina.

O Contexto Local:
– Insuficiente capacidade de resposta da RNCCI

– Unidade mais próxima, com tipologia de Convalescença, em Serpa (S. C. de Misericórdia), sempre lotada…

– Equipa Intra-Hospitalar inoperacional

A ideia:

– Imaginámos que principalmente pela proximidade, a possível existência no Hospital de uma Unidade de Cuidados Paliativos agilizaria o atualmente lento processo de transição de doentes da Medicina Interna para esse nível de cuidados de saúde, beneficiando prioritariamente os que necessitam de cuidados paliativos de elevada complexidade.

As Recomendações da CNCP:
– “abrir unidades de internamento específicas de CP
(UCP) exclusivamente nos hospitais de agudos, para doentes complexos ou de complexidade intermitente”

– “deve ser incentivada a abertura de UCP em todos os hospitais com mais de 200 camas”

– 6 camas para o Baixo Alentejo…

(Veja aqui a apresentação do projecto (abre pps em nova janela).

Desconheço quais as entidades que já tiveram conhecimento deste projecto e quais as suas reacções.

Fica aqui aberto o debate, se assim o entenderem.

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3 Resposta a “BEJA – Projecto Cuidados Paliativos”

  1. Munhoz Frade diz:

    Naturalmente, o Conselho de Administração da ULSBA tem conhecimento, e também a Comissão Parlamentar da Saúde.

  2. Munhoz Frade diz:

    Um esclarecimento, no que respeita a custos. O que se propõe é a utilização de instalações existentes, sub-utulizadas ou para fins não clínicos, em que há alternativa. A implementação do projeto teria assim menores custos de instalação do que se fossem criadas novas, “de raiz”.

  3. Munhoz Frade diz:

    Há três anos, escrevi:

    «Faço parte de uma geração de jovens médicos que se deslocou para Beja vindos do Porto, de Coimbra e de Lisboa. Um traço comum entre os elementos desse grupo era um certo idealismo, ainda que sentido em diversas tonalidades.

    Uma parte desse grupo foi ficando, passaram-se quase quatro décadas e alguns resistem. No que me diz respeito, passo a um registo pessoal. Em 1980, vinha engajado na militância de desenvolver os serviços de saúde numa perspectiva de integração e na missão pública. Apesar de ter uma vivência de centros urbanos muito maiores, não me foi difícil adaptar-me às características da cidade e da cultura dos seus habitantes.

    Trilhei os primeiros vinte anos da carreira com paralelo envolvimento cívico. Contribuí com o meu trabalho para a evolução e crescimento do Hospital de Beja. Vi que a cidade crescia e as mentalidades evoluíam. A aldeia parecia estar seguramente a ficar num tempo passado.

    Entrámos num novo milénio determinados a enfrentar os desafios. Parecia-me que essa era a atitude da Elite Bejense. Ilusão minha. Os anos vieram a demonstrar a descrença em si próprios que tomou conta dos bejenses. Passividade, inibição, conformismo, ausência de atrevimento criativo.

    Qual o factor que determinou que esse derrotismo se instalasse nas mentes? Não sei, não avanço qualquer hipótese. Parece-me que os recursos materiais e naturais existem aqui. Mas o aproveitamento das potencialidades depende da iniciativa dos indivíduos. É este um problema educacional ou sociológico?»

    Parece que tenho de manter o desabafo…

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