Não tenho tido muita disponibilidade para comentar a movida política bejense. A coisa tem estado animada e divide-se em várias frentes.
Vamos lá ver se consigo “descascar” a coisa.
1 – O PCP (os eleitos da CDU na Freguesia Santiago/S.João) comemorou o 1º de Maio emitindo um comunicado, publicado na rede Facebook, com o título “Abandono e sujidade: segundo o Presidente da Junta, a responsabilidade é da Câmara Municipal“. A coisa foi ilustrada com mais de uma dezena de fotografias onde se pode constatar que as ruas de Beja foram invadidas por um vasto manto de ervas, denotando desleixo na limpeza das mesmas. Aqui o algoritmo comunista funcionou sem mentiras. Não sei se o algoritmo de Paulo Arsénio reagiu, mas a corte socialista não perdeu tempo e culpou os os moradores por não tratarem dos espaços em frente às portas das suas casas. Eu dei o meu contributo para a limpeza (aqui), não sei se algoritmo do blog é considerado venenoso, mas tenho a certeza que as ervas não voltaram a nascer.
2 – O algoritmo das papoilas que invadiram o Forum romano de Beja deu muito que falar. O artigo de Carlos Dias publicado no Público a 29 de Abril era bem claro: “Os alicerces do templo que obrigou a reconfigurar a história de Beja estão abandonados. Desde a sua redescoberta em 2008 sofreu mais estragos que nos 2000 anos anteriores”.
O algoritmo do Público seria falso? Para o CDS, a coisa teve eco em 15 de Maio. É um algoritmo lento, adormecido, inconsequente. É o algoritmo das eleições. Será um algoritmo de desinformação? Também os vereadores da CDU, sobre este mesmo assunto, colocaram questões pertinentes ao edil presidente. Não sei se as questões foram feitas de viva-voz, o que lhes daria um algoritmo mais credível, mas sei que também o Diário do Alentejo, em papel, para evitar os algoritmos falaciosos das redes sociais, não poupou Paulo Arsénio, lançando uma farpa envenenada quando escreve: “o Diário do Alentejo enviou ao Presidente da Câmara de Beja, no passado dia 8, um conjunto de perguntas relativas ao assunto, (…) não obtendo qualquer resposta”. Qualquer cidadão atento percebe que aqui há gato.
Obviamente que Paulo Arsénio, não o presidente mas o chefe do Gabinete de Informação (já aqui escrevi que é um enormíssimo erro Arsénio ser o “cabo” do grupo, da panóplia de indefectíveis, esvaziando de competências um gabinete de informação/comunicação da CMB), obviamente, dizia eu, Arsénio não se poupou em caracteres e cifras para, utilizando o algoritmo do Facebook, dizer que é tudo falso e que a culpa é dos comunistas que o antecederam, é dos arqueólogos que almoçam e não trabalham, etc, etc…
3 – Para terminar, que a prosa vai longa, destaco o editorial de Luís Maneta, director do Diário do Alentejo. O título “alvitres” encerra um ataque às redes sociais, blogues, sites na Internet, tudo o que funcione com base em algoritmos, tudo que não seja comunicação social credível, seja lá isso o que for. Diz o Director do DA que devemos distinguir ” o que são órgãos de comunicação social, regidos por regras deontológicas, e páginas de Internet movidas por interesses políticos e ideológicos ou por vaidades pessoais”. Brilhante! Deixo uma questão a Luís Maneta: a sua chegada ao DA não teve como base interesses políticos e ideológicos e a vaidade pessoal de alguns dos algoritmos socialistas?