Dez 27 2018
Uma fantochada
Sobre o concurso para Director do “Diário do Alentejo”, pode ler-se na Radio Voz da Planície: “Num tom muito crítico, Paulo Barriga, o actual director que tem gerido os destinos do semanário bejense nos últimos 9 anos e cuja prestação de serviços termina nos próximos dias, contesta os critérios que estão inscritos no concurso, considerando-os um “casaco feito à medida de alguém”. O director do Diário do Alentejo, considera que este concurso está viciado e que “há um gato escondido com rabo de fora”.
Ainda segundo Paulo Barriga, os políticos do PS e do PCP estão descontentes com o actual director, sobretudo os do PS, porque não conseguem controlar a parte editorial do jornal ainda mais numa altura em que se aproxima um ano eleitoral, por isso, considera que aquilo que lhes convém é substituirem um director “isento” por um “fantoche”. (ler aqui)
27 de Dezembro de 2018 às 12:22
Estranha unanimidade entre o PS e o PCP. O que terá Pedro do Carmo ao controleiro regional do PCP , de nome Pasinha? Só por troca de cadeira é que o PCP votaria junto ao PS na CIMBAL.
27 de Dezembro de 2018 às 14:31
“O director do Diário do Alentejo, considera que este concurso está viciado e que “há um gato escondido com rabo de fora” … “casaco feito à medida de alguém””
O anterior concurso foi clarinho, clarinho?
27 de Dezembro de 2018 às 16:20
A sempre bem informada quando lhe convém Rádio Voz da Planície, um dia antes de sair o jornal em papel ao público, veio dar já voz ao actual e ex-director de 2019, da dôr de cotovelo e não só, que este já tem, antes do anunciado, adeus ao Diário do Alentejo .
Os comentários que faz ao texto de concurso mostram agora o tipo de linguagem /pensamento impróprios a um director de jornal para quem trabalhou durante 9 anos consecutivos via Cimbal ( o presidente Jorge Rosa já clarificou em meu entender por insuficientes os argumentos da decisão ) , por unanimidade das autarquias do PS ( 9 ) e do PCP/CDU ( 3 ) ou será que nesta região solicita o apoio do do BE, CDS/PP e PSD ? Assim caro Paulo Barriga sai pela porta pequena e com algum trabalho feito e sem as desculpas de saneamento político, que deu a entender e que ainda o faz, apesar de omitir que com recibo verde / contrato durante 3 anos e em 3 reinados, num total de 9 anos, por lei estava impossibilitado de continuar nas actuais e benéficas condições financeiras que tinha.
É a vida …
27 de Dezembro de 2018 às 17:50
Com estas afirmações e as responsabilidades que tem, ao dar entrevista à Rádio V. da Planície, o Paulo Barriga ainda em serviço na qualidade de diretor do Diário do Alentejo está decerto sugeito a um processo disciplinar por parte da Cimbal, o que não será bom para o seu currículo e eventual bolso.
27 de Dezembro de 2018 às 21:38
Boa noite,
Quero dar a minha opinião sobre o Diário do Alentejo, embora tenha hesitado bastante antes de o fazer. No entanto, depois de ler estas últimas declarações do Paulo Barriga acho que devo deixar algumas considerações.
Uma primeira nota. O Paulo é um excelente jornalista, com uma ótima escrita e muito boas peças. Foi muitas vezes onde ninguém ia e nunca ninguém lhe ditou a agenda.
Agora, um excelente jornalista é automaticamente um excelente diretor? Não.
Não se pode considerar um excelente diretor alguém que em 2019 não dotou o Diário do Alentejo de um website. Não se pode considerar um excelente diretor alguém que não conta as suas historias em vídeo, ou noutras plataformas que não a palavra imprensa.
Toda a gente que está no meio sabe que o papel não chega para sustentar uma redação, e o Paulo nunca fez um esforço para diversificar as receitas. O Diário do Alentejo é um jornal público sustentado pelos contribuintes, o que dizer a um diretor que se recusa a chegar a quem lê as notícias online e a ignorar essa fonte de receita? É no mínimo um gestor autista.Todo o esforça da redação estava numa tiragem semanal de 5 mil jornais. Só no facebook o jornal tem 100 mil seguidores. Já imaginaram o potencial que o jornal tem se investisse as suas energias mais aí?
Depois, o Paulo esteve 9 anos como diretor. Mudar passado 9 anos é um golpe palaciano? Ou um ato de gestão normal para um OCS que se quer diversificar?
O Diário do Alentejo é o órgão de comunicação social mais forte do Alentejo, parte disso deve-se ao Paulo Barriga. Mas se o Diário não se voltar para onde os leitores estão vai perder essa autoridade. E não é assim tão difícil.
27 de Dezembro de 2018 às 21:46
@francisco – e que tal tentar indagar as razões pela ausência do DA online? Terá sido uma decisão/opção do director?
27 de Dezembro de 2018 às 21:55
@Espinho – este Francisco nao tem qualquer credibilidade ha que depois de ter andado a abanar o rabinho pelo PSD de Ourique converteu-se num pau mandado do Deputado Pedro do Carmo , o primeiro e unico responsavel pela m…… que se esta a passar com o DA.
27 de Dezembro de 2018 às 22:00
@batalha – não me revejo nessa opinião.
28 de Dezembro de 2018 às 0:14
@francisco
A sério?
Um Jota a vir defender o indefensável, sem o trabalho de casa feito?
28 de Dezembro de 2018 às 2:49
@joão Não foi com certeza uma prioridade do Diretor. Lembro-me bem da nossa tertúlia na Ovibeja. Agora, se há outros motivos para não existir site ou uma forte presença online não o sei e gostava de saber.
@batalha Eu assino com nome.
@luis falácia ad hominem
28 de Dezembro de 2018 às 11:34
Pelo meu bom nome profissional, alguns esclarecimentos:
1 – Foi a presente presidência da Cimbal que “tirou do ar” o site eletrónico do “Diário do Alentejo”, deixando o jornal um ano sem edição digital. O argumento, com o qual concordei na ocasião, prendia-se com os custos de manter o site ativo no servidor original (bastante dispendioso) e com impossibilidade de o fazer transitar para outra plataforma, uma vez que estava irreversivelmente contaminado por vírus.
2 – Nunca foi cumprida a promessa do atual secretariado da Cimbal de resolver o problema num prazo aceitável. Foi sempre evocada a questão financeira e a necessidade de afetar o novo site a uma qualquer candidatura comparticipativa. O que não aconteceu durante um ano e não foi por o diretor do “DA” ser um tipo pouco moderno.
3 – Ao diretor do “DA” foi retirada a possibilidade de contratar por sua livre vontade todo e qualquer produto ou serviço. E isso implica tanto uma simples fiada de agrafos no valor de cêntimos, como a produção de um website de milhares de euros.
4 – Não o sei dizer em concreto, uma vez que nos últimos meses tem estado a ser preparado o futuro do jornal sem que se tenha comunicado qualquer desses avanços ao diretor, o que aconteceu inclusivamente com o lançamento do presente concurso público, mas suponho que estejam a acontecer reuniões com uma empresa do Algarve para concretizar o site (a uma das quais ainda assisti na parte final).
5 – Apesar da inexistência de uma página eletrónica própria, o “DA” é o segundo jornal regional do continente com mais seguidores do Facebook, logo atrás de “O Mirante”, isto numa das regiões menos populosas e, ao mesmo tempo, mais iletradas do País.
6 – Sou levado a acreditar que estes números se devem em exclusivo à qualidade do produto informativo e noticioso do “DA”, que nos últimos oito anos foi brindado com perto de duas dezenas de prémios nacionais de jornalismo. Suponho que é a propósito deste reconhecimento que algumas pessoas consideram o “DA” um “jornal meio apático”.
7 – Já agora, um aviso à navegação, venha de lá quem vier: não é possível fazer um site com a qualidade que o “DA” exige, sem que a ele se afetem pessoas. E foi precisamente isso que esta e que as anteriores presidências na Cimbal, desde que sou diretor há oito anos, não fizeram. Antes pelo contrário. Mas apesar de ter sofrido sucessivos cortes no número de jornalistas e de colaboradores remunerados, nunca a redação do “DA” deixou de se empenhar na feitura de um jornal sério, isento e com conteúdos próprios reconhecidos externamente.
8 – E já agora: não há jornalismo online, nem televisivo, nem de imprensa, nem radiofónico, nem do diabo que o valha. Há apenas jornalismo. E ele apenas é bom, quando é feito por profissionais competentes, como é o caso da redação do “DA”, que se questionam, que confrontam as partes da notícia, que tem tempo para verificar os factos e as fontes, e cujo conduta é regida em absoluto pelas normas éticas e deontológicas da profissão. O online é muito “moderno”, mas muito perigoso, porque a tendência para o imediatismo viola todos os princípios atrás descritos e abre as portas à pós-verdade. Para avançar para ali, que se avance com profissionais competentes e preparados.
9 – Sobre as habilitações para por em prática um site de um jornal regional, quero apenas informar algumas pessoas mais desatentas que, sobre as matérias em apreço, tenho formação específica na realização de cinema documental, escrevi projetos, guiões e tratamentos para cinema documental, dirigi durante dois anos a “Diário do Alentejo TV” (que fechou por falta de meios e de apoio da presidência e do secretariado da Cimbal, quer em pessoal, quer em meios. Ainda estão em exibição, no YouTube e no MEO Canal mais de uma centena e meia de reportagens/documentários), sou professor de linguagem e comunicação do Curso Técnico Superior de Som e Imagem, do IPBeja, com os alunos do qual estou atualmente a realizar um documentário sobre o futuro da Europa, estou em vias de terminar o processo de reconhecimento, pela Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa, do título de professor especialista em jornalismo e pertenço a um grupo restrito de dez jornalistas portugueses que estão neste momento a implementar nas escolas do País um projeto piloto sobre literacia mediática, que visa precisamente apadrinhar projetos escolares no campo dos media digitais ou não.
28 de Dezembro de 2018 às 16:07
[…] comentário deixado aqui, Paulo Barriga […]
28 de Dezembro de 2018 às 23:25
Muito bem Paulo.