Abr 19 2018

Jogada de alto risco

Publicado por as 18:55 em Geral

Rui Rio chegou há dois meses à presidência do PSD.
Parecendo que não, este facto veio alterar (embora de forma subtil) o xadrez político nacional.
Embora o governo seja chefiado por um líder que não ganhou eleições, Rui Rio não tem hesitado em fazer declarações que aparentam ser uma “ajudinha” ao executivo da geringonça. Aliás, este termo, criado nos tempos da santa aliança PSD/PP, parece que vai caindo em desuso.
E o que é que está a mudar?
Ontem, Rio e Costa apareceram lado a lado a anunciar dois acordos de regime. Sem serem conhecidos detalhes desses acordos – com Costa a penumbra será sempre maior do que a transparência, é evidente que, para já, ambos atingiram um objectivo comum: enterrar os resquícios do passismo que ainda pairavam por aí.
É óbvio que esta estratégia de Rui Rio acarreta um grande risco para o PSD e, claro, para o próprio RR.
1 – António Costa rasgará o acordo de cavalheiros quando no horizonte lhe surgir uma vitória clara em eleições. Até lá vai gerindo os apoios do PCP/BE e sorrindo aos apertos de mão de Rui Rio.
2 – Não é evidente que este “virar à esquerda” de Rui Rio traga mais votos ao PSD. A oposição social-democrata tenderá a esfumar-se, e a perder força, sempre que da sede do PSD sejam enviados para o Largo do Rato gestos de simpatia e, vá lá, uma mãozinha à governação socialista.
Dito isto, repito, é de um enorme risco o caminho que Rui Rio está a trilhar.
Porém, em política, como em tantas coisas da vida, quem não arrisca, não petisca. E há exemplos de políticos que arriscaram fortemente e saíram vencedores.
É ainda muito cedo para se poder adivinhar o que aí vem.
Há, somente, uma única certeza. A chegada de Rui Rio mexeu com o xadrez político (esperemos os ecos dentro do próprio PS).
A propósito: onde está a líder do CDS?

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