Jun 12 2017

CP – gato por lebre

Publicado por as 7:30 em A minha cidade

Escreveu Salvador Silva: “Há anos, muitos, que não utilizava os comboios. Quiseram as circunstâncias que, desde Set/2016 até hoje, por duas vezes utilizasse a “nossa linha”, numa primeira viagem Beja/Porto e volta e, mais recentemente, Beja/Lisboa e volta. Felizmente, em ambas as ocasiões não aconteceram as, parece que frequentes, avarias na automotora velha, suja e barulhenta, que nos serve.
Devo no entanto referir que, numa primeira abordagem às minhas viagens, comecei por consultar na Net (site da CP) os horários que me fossem convenientes e, pasme-se, sabendo eu que já não havia Intercidades a partir de Beja, por nos ter sido tirado à má fila, só consegui aceder aos horários entre Beja e Casa Branca, selecionando os horários do IC. O regional estava fora de questão. Quer isto dizer, que nos querem dar lebre, quando nos dão gato. Uma maneira muito enganosa de convencer o Zé de que a cidade não perdeu valências ferroviárias. Bom, mas se ia no IC, esperava usufruir das comodidades compatíveis com esse IC. Puro engano, puseram-me à disposição uma automotora velha, com um aspecto interior deprimente e com a pretensão de se apresentar com alguma modernidade. Ronceiramente lá se chegou a Casa Branca e aqui, depois de uma espera, felizmente curta, numa plataforma completamente desabrigada, o que não se compreende e só acresce a falta de respeito pelo passageiro, um transbordo para, esse sim, um comboio IC limpo e silencioso que não disponibilizando todos os serviços (o bar estava fechado) me levou à Gare do Oriente.
A partir daqui e até ao Porto, embarquei num IC a 100% numa rápida e cómoda viagem. Aqui está, continuam a privilegiar-se os grandes centros, em detrimento daqueles em que os votos mais escasseiam. Acentuam-se as assimetrias em vez de se atenuarem, propagandeando no entanto que se “trabalha” para o contrário.
A conversa vai longa, o essencial já foi dito e nós por cá teremos que ir continuando a lutar. No entanto, por tudo o que não nos respondem, já começamos a crer que estamos Quixotescamente a lutar contra moinhos de vento e isso é desesperante.

Share

Deixe Uma Resposta