Jun 11 2017
A elite bejense
foto: joão espinho
Escreve José Frade em comentário aqui:
“Faço parte de uma geração de jovens médicos que se deslocou para Beja vindos do Porto, de Coimbra e de Lisboa. Um traço comum entre os elementos desse grupo era um certo idealismo, ainda que sentido em diversas tonalidades. Uma parte desse grupo foi ficando, passaram-se quase quatro décadas e alguns resistem. No que me diz respeito, passo a um registo pessoal. Em 1980, vinha engajado na militância de desenvolver os serviços de saúde numa perspectiva de integração e na missão pública. Apesar de ter uma vivência de centros urbanos muito maiores, não me foi difícil adaptar-me às características da cidade e da cultura dos seus habitantes. Trilhei os primeiros vinte anos da carreira com paralelo envolvimento cívico. Contribui com o meu trabalho para a evolução e crescimento do Hospital de Beja. Vi que a cidade crescia e as mentalidades evoluíam. A aldeia parecia estar seguramente a ficar num tempo passado. Entrámos num novo milénio determinados a enfrentar os desafios. Parecia-me que essa era a atitude da Elite Bejense. Ilusão minha. Os anos vieram a demonstrar a descrença em si próprios que tomou conta dos bejenses. Passividade, inibição, conformismo, ausência de atrevimento criativo. Qual o fator que determinou que esse derrotismo se instalasse nas mentes? Não sei, não avanço qualquer hipótese. Parece-me que os recursos materiais e naturais existem aqui. Mas o aproveitamento das potencialidades depende na iniciativa dos indivíduos. É este um problema educacional ou sociológico?”
Este comentário foi destacado como “Comentário da semana” no Delito de Opinião.
11 de Junho de 2017 às 22:15
Salvo erro a imagem da foto, é do interior da muralha do Clube Bejense, sito à Rua do Sembrano, em Beja, onde é notório o estado de degradação da mesma e em vias de derrocada iminente com a taipa esburacada e os tijolos superficiais insuficientes para a conter.
Se assim fôr e para quem conhece que serão muito poucos cidadãos bejenses, esta muralha tem uma extensão visível de quase 100 metros.
E seria bom para início de debate falar e comentar no dinheiro já gasto em 2004 no Beja Polis e ainda recentemente em 2017, nas centenas de milhares de euros, sempre na parte exterior da referida muralha com acesso para a Rua Capitão João Francisco de Sousa, rua do Café / Restaurante Luis da Rocha.
11 de Junho de 2017 às 22:24
Não, a fotografia não é do local que referes. Mas é em Beja e está como se pode ver.
12 de Junho de 2017 às 23:17
Já agora diz onde é, porque é muito parecido ou próximo.
12 de Junho de 2017 às 23:56
Na Rua D. Manuel I, naquele gaveto/parque de estacionamento, onde se investiu algum mas cujo estado é esse.
13 de Junho de 2017 às 11:48
Merecido destaque. Uma estimulante reflexão do dr. José Frade – um bom exemplo de exercício de cidadania. É também para isto que os blogues servem, caro João.
Um abraço.