Mai 05 2016
Lopes Guerreiro escreve carta aberta ao Rocha
foto: Beja em imagens
“Ex.mo Senhor
Presidente da Câmara Municipal de Beja
Caro João Rocha
Escrevo-te esta carta aberta, neste Feriado Municipal, na tentativa de te sensibilizar para que não cometas um acto, que, para além de poder-te custar a reeleição, te colocará na História da Cidade de Beja pelas piores razões.
Demolir o Depósito de Água da Praça da República, sem promover um sério debate público, sem dares a cara em defesa da iniciativa que é tua e divulgando em sua defesa opiniões de especialistas que, do seu ponto de vista técnico, não poderiam dizer o contrário, poderá sair – a ti e, principalmente, à Cidade -, bastante caro.
Porque não promoveste um debate público sobre um assunto que sabes polémico e que divide a população, quando a CDU defende a gestão participada nas autarquias?
Porque não foste tu e foi o teu vice-presidente a assumir o ónus da defesa dessa decisão?
O que poderiam dizer os arqueólogos senão que preferem que o Depósito de Água seja retirado da área da estação arqueológica? Porque não lhes perguntaste se eles gostavam que as casas em volta também fossem demolidas? Se a respostas fossem positivas, como é normal que fossem, também as mandavas demolir?
Para quando é que prevês que as escavações arqueológicas estejam concluídas e o sítio visitável, constituindo uma atração turística da Cidade? Daqui a três ou quatro anos ou daqui a 30 ou 40 anos?
Caro João Rocha
Ainda estás a tempo de ponderar melhor a decisão e arrepiar caminho. Ouve as pessoas, principalmente as que são, por nascimento ou opção, de Beja. A opção não é meramente técnica, é também e principalmente política e mexe com os sentimentos das pessoas. Mesmo muitas que poderiam concordar com a demolição do Depósito de Água se tivessem tido oportunidade de participar num debate público alargado, ouvindo os prós e contras, não aceitarão a sua demolição. Estou convicto de que serão muitas mais as pessoas que se manifestarão contra a demolição, se ela for por diante, do que as que agora o fazem.
Caro João Rocha
Decidi escrever-te esta carta aberta hoje, porque, não sendo o Feriado Municipal comemorado como tem sido, talvez tenhas oportunidade de dedicar algum tempo a reflectir sobre a tua polémica decisão e as consequências que terá. E também porque fui instigado a usar este espaço de liberdade e intervenção cívica, que é o Alvitrando, para tentar evitar que vá por diante uma decisão de que os bejenses se virão a lamentar. E ainda porque não me parece correcto que em nome do património se destrua património. Sim, porque o património da Cidade não é apenas o arqueológico e de uma determinada época histórica. E, finalmente, porque as pessoas têm o direito de se pronunciar sobre decisões de consequências irreversíveis para o futuro da Cidade.
Espero que acolhas melhor esta minha sugestão, do que tens acolhido outras apresentadas com espírito de participação e colaboração pelo movimento independente e plural Por Beja com Todos. Beja merece!
Um abraço
Lopes Guerreiro”
(No alvitrando)
5 de Maio de 2016 às 11:08
Esta atitude do autarca bejense mais parece a de um qualquer ditador.
Eu quero, posso e mando.
Vai sair-te bem cara e podes crer que eu, familiares e rede de amigos serei catalisador da dinâmica para a queda do teu poder camarário no próximo ano e sem esquecer a ” tal ” central de massas de asfalto de centenas de milhares de euros usada e sem utilização, entre muitas outras festas e festarolas sempre adjudicas aos familiares do norte.
5 de Maio de 2016 às 12:01
Veremos se o mesmo povo que “cegamente” importou Rocha para Beja não vai “cegamente” renovar-lhe a confiança… mesmo confrontado com esta gestão ausente, cheia de máscaras e desculpas e erros grosseiros! Rocha sempre foi isto. E, certamente por milagre da grande e infinita sabedoria do povo, anda há quase 40 anos a governar mal o erário público, a endividar Serpa, a estagnar e manipular a AMBAAL e a CIMBAl, a meter Beja num profundo desalento e numa inenarrável tristeza.
Por que será que o PCP tolera tudo isto ??
Por que será que as pessoas não se revoltam??
Se calhar, uns e outros, têm o que merecem.
Siga a festa.
5 de Maio de 2016 às 12:27
Ora cá me diz que os elementos fálicos incomodam muita gente…por isso nada como projectarmos a sua destruição….
5 de Maio de 2016 às 12:29
E não se esqueçam que somos um povo conformista, apanhamos e continuamos…nem sei como é que alguma vez conseguimos der descobridores…
5 de Maio de 2016 às 13:08
Back in business!
Que disseram eles lá da NOS?
Abraço
5 de Maio de 2016 às 13:08
Penso que a decisão de demolição do depósito não será nenhum momento que a população de Beja irá recordar com muita alegria. Sendo este um “monumento” um dos mais altos da cidade que deveria ser recuperado para uma melhor atracção de quem vem cá nos visitar. O sr. presidente da câmara, não sendo sequer do alentejo, não tem o direito de tomar decisões deste gênero. Como muitos estão esquecidos das burrices que os presidentes que passaram por Beja fizeram à cidade, ainda toleram estas decisões???? Mais uma vez a população deveria se juntar contra esta demolição.
5 de Maio de 2016 às 13:23
@manuel – qualquer coisa como: o domínio “não existe para a NOS” e que vão escalar a situação e entrar em contacto quando tiverem mais informações. ” É para rir, mas é assim 🙂
5 de Maio de 2016 às 13:30
O Alvitrando pifou. Não se consegue entrar. Bruxas ou hackers?
5 de Maio de 2016 às 14:39
Espero que o povo saiba ser soberano em 2017 e que aplique a devida sentença de “exoneração” a quem comete atentados desta natureza à nossa cidade sem sequer se dignar a ouvir as pessoas!
5 de Maio de 2016 às 15:49
Só vai ser demolido se a população deixar
Onde está a população de BEJA?
5 de Maio de 2016 às 16:20
@bejense – não pifou nada!
5 de Maio de 2016 às 19:17
Porquê demolir o depósito de água?
Tal, nada de bom trará ao campo arqueológico porquanto o que eventualmente pudesse existir sob ele (depósito) foi destruído aquando da sua construção, o que foi um erro. Persistindo na ideia da demolição comete-se um novo erro.
Parece que há projectos ou ideias para transformar o depósito num mirante, associado a um espaço de cultura. Por que não aproveitar?
Enriquece-se a cidade e o campo arqueológico.
Haja senso.
5 de Maio de 2016 às 22:16
Não sou de Beja.
Não resido em Beja.
Mas sou alentejano, português, atento e preocupado com o património. E fundador de uma das primeiras associações de defesa do património no Alentejo e em Portugal, e não posso estar mais de acordo com o subscritor desta “carta aberta”.
O património é a memória, é o testemunho, não apenas o que tem “valor” ou o que os arqueólogos pensam.
Com um amplo debate sobre este tema, seguramente que se tomará uma decisão correcta (o que não significa que toda a gente concorde com ela), mas sem esse debate a decisão será sempre, mas sempre errada, contraproducente, anti-pedagógica e atentatória não só da democracia participativa mas da cultura e do património.
5 de Maio de 2016 às 22:30
…, …., Mas para que querem um depósito, ….. quando se governa tem de se tomar decisões, não fazer referendos por tudo e por nada, bela forma de desresponsabilizar, …. e por falar nisso umas casitas abaixo também dava jeito, …. é necessário arejar a zona velha, …. aliás onde ninguém quer viver, ….
6 de Maio de 2016 às 10:48
Subscrevo na integra a carta aberta do Lopes Guerreiro. Nada tenho nem a acrescentar nem a retirar. Lamento e muito a distracção do PSD, do meu partido.
6 de Maio de 2016 às 12:25
@jpr – o PSD não anda distraído. Anda de braço dado com quem sabemos. Vamos ver com que cara se apresenta o nosso Partido nas próximas autárquicas.
6 de Maio de 2016 às 12:45
Terra queimada
6 de Maio de 2016 às 13:16
@pl – o que é que é terra queimada?
6 de Maio de 2016 às 21:59
Desviando o festival de BD para o Pax julia, se não se puserem a pau ainda manda demolir a Casa da Cultura, pois sem a atividade que lhe dá visibilidade deixa de fazer sentido a sua existência.
9 de Maio de 2016 às 12:20
@João espinho – Vai tudo abaixo para reconstruir melhor!
9 de Maio de 2016 às 13:47
Já se percebeu, há muito, que tudo o que é obra do Estado Novo é para derrubar. Um dia ainda deitam abaixo o Liceu.
13 de Maio de 2016 às 11:12
@João espinho – Até esse edifício já foi alvo de uma remodelação.