Fev 25 2014

Correio do leitor

Publicado por as 10:20 em A minha cidade

Isto tem a ver com “algo” que se passa na nossa cidade

Uma história infantil que não devemos contar aos nossos filhos
“No tempo em que as formigas e as cigarras falavam e os porquinhos construíam casas, os lobos eram vistos como vilões que assustavam as criancinhas durante os seus sonhos. Todos os animais do reino sabiam que naquele caso, aquele lobo em particular, era realmente mau e prepotente e por isso, com medo de o enfrentar, prestavam-lhe vassalagem com um breve baixar de cabeça, referindo, sempre que podiam publicamente, a forma maravilhosa, culta e inovadora que o lobo reinava.
Um dia, incomodado com o que os leões poderiam fazer ao seu reino, o lobo decidiu que deveria partir numa viagem para tentar negociar com as hienas uma aliança forte, pois acreditava que juntos poderiam dar ao seu reino, o desenvolvimento que nunca os animais que ali habitavam tinham visto! E assim foi. Ao partir, deixou outros lobos mais fracos e débeis no seu lugar. Esses lobitos levados pela ganância e pela pouca inteligência começaram eles a ocupar os lugares de responsabilidade e chefia existentes no reino: “É necessária confiança por parte do lobo chefe” – diziam eles “Tu já não serves para este lugar!”. E assim começaram a afastar os outros animais que sempre tinham mostrado provas do seu trabalho.
As girafas, os hipopótamos, as avestruzes e todos os outros animais começaram a ficar tristes e desiludidos. Nada lhes era dado para fazer. Não havia propósito em levantar cedo, cumprir horários. Todo o trabalho lhes tinha sido retirado e assim vagueavam pelo reino do lobo.
Aliada a toda esta confusão, também não se podia confiar nos babuínos. Se dantes apoiavam os leões, agora idolatravam os lobos. “Vira-casacas!” – diziam uns “É a lei do mais forte” – diziam outros. A desconfiança e o medo estavam instalados.
Ao mesmo tempo, os lobitos humilhavam os outros animais: às girafas pediram que procurassem minhocas, às avestruzes pediram que voassem e aos hipopótamos mandaram que caçassem borboletas.
Neste momento, o reino, outrora próspero e verdejante, começa a ficar cinzento e seco. O lobo, que entretanto conseguiu uma aliança com as hienas, começou a frequentar outras paragens, outros reinos e outros afazeres, sem se preocupar com o seu próprio lugar.
O reino, que tinha visto promessas de desenvolvimento, afirmação e prosperidade, começa a ficar ingovernável. Os animais do reino começam a ficar doentes, fracos e desesperados.
Alguns revoltam-se, outros calam-se com medo de represálias. Ninguém ousa criticar o lobo, temendo ser a sua próxima refeição.
Como acaba esta história? Neste momento é impossível dizer. Será certo que o reino nunca será o mesmo. Alguns animais já começam a partir, procurando outros pastos. Uns porque assim o quiseram, outros porque foram obrigados. Resta aos animais que ainda existem no reino esperar por melhores dias, por mais lucidez, por mais inteligência!
Neste momento, está o leitor a pensar: “parece que conheço esta história de algum lugar”. Fique descansado. Esta é apenas a história infantil que não deve contar aos seus filhos. Mas cabe-lhe a si mudar o rumo da mesma.
Nota: Qualquer semelhança entre esta história e os saneamentos em empresas, muito em voga noutros tempos apregoado o bem colectivo, mas efectivando apenas o poder e regalias de alguns é pura coincidência.
Assinado: o hipopótamo que desde Outubro tem como missão caçar borboletas”

Nota do editor do blog: Vejam os caros leitores se descobrem quem são os “animais” retratados nesta “história”.

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16 Resposta a “Correio do leitor”

  1. JR diz:

    Uma tentativa de descoberta dos animais:

    – Os PCPs e alguns poucos PSDs, no concelho alentejano de Beja.

  2. Tira Borbotos diz:

    Duas das personagens de uma história semelhante:
    Passos e Portas, qual deles é o lobo mau nesse contexto ???

  3. Rochinhas e rochetes diz:

    As rochinhas e rochetes são os lobitos e os outros “animais”, receosos de mais descriminacoes e represálias mais duras, aguardam proteção para puderem falar. Pode ser que já não demore que quem de direito intervenha… Ou pode ser que a comunicação social local tenha a coragem de investigar a fundo o assunto.

  4. Zezito diz:

    Uma história muito interessante.
    O que o narrador, hipopótamo caçador de borboletas, se esqueceu de referir é que durante séculos o reino foi dominado pelos lobos, maus e prepotentes. Fartos desta dinastia prepotente que em nada ajudava ao desenvolvimento do reino, resolveram todos os restantes animais revoltarem-se e entregar o comando do reino aos hipopótamos. Pareciam animais mais pacientes, conhecedores e ofereciam promessas de desenvolvimento, afirmação e prosperidade. Inclusive tinham já experiência em governação, pois um dos hipopótamos até já tinha sido rei num reino bem próximo (se bem que sem grandes resultados visíveis).
    E foi desse modo, com os animais cheios de esperança numa nova vida e num reino mais evoluído, que um hipopótamo, que hoje anda a caçar borboletas, foi designado como rei deste reino majestoso quando visto de fora mas completamente podre quando visto por dentro.
    Mas durante o tempo em que ele reinou o reino não prosperou nem ficou mais verdejante. Antes pelo contrário. O hipopótamo, que tinha conseguido chegar a rei à custa de promessas de desenvolvimento, afirmação, prosperidade e solidariedade, descurou as suas promessas e os restantes animais, e se o reino já era ingovernável na mesma continuou. Também com ele não houve desenvolvimento, nem afirmação, nem prosperidade, e o reino que já anteriormente era cinzento e seco, se não piora também não melhora. As promessas não as cumpriu e durante anos nada fez pelo reino.
    Os lobos, que de parvo nada têm, foram deixando andar e conseguindo aos poucos convencer os restantes animais que os voltassem a reconhecer como donos e senhores do reino.
    Quando os hipopótamos se aperceberam do que estava a acontecer já era tarde. Ainda tentaram fazer uma pequena obra, que apresentaram como grande melhoria para o reino, e tentaram convencer os babuínos que a solução do reino seria manter os hipopótamos no reinado. Mas por esta altura até os babuínos estavam divididos e se alguns ainda apoiavam os hipopótamos, outros já apoiavam os lobos e até havia ainda outros que queriam um rei babuíno (os mesmos que sempre acharam que um rei babuíno seria o melhor para o desenvolvimento do reino e já anteriormente não tinham querido um rei hipopótamo).
    Nova revolta no reino, desta vez contra os hipopótamos, que nunca reconhecendo a sua fraca prestação e a perda de popularidade junto dos outros animais, sempre pensaram manter-se no reinado por mais alguns anos. Engano total. Os outros animais não lhes perdoaram as promessas não cumpridas, o desenvolvimento que nunca mais chegava, a prosperidade continuamente adiada e voltaram a nomear rei um lobo.
    Tal como o hipopótamo antes dele, também este lobo já vinha de reinar durante muitos e muitos anos um outro reino vizinho, que diga-se deixou completamente à mingua e cheio de dívidas.
    Agora novamente no poder, os lobos enraivecidos por aquilo que os hipopótamos tinham feito, vingam-se em todos os que apoiaram os hipopótamos, pondo-os de parte, não lhes dando trabalho e retirando-lhes os cargos de responsabilidade do reino.
    Tal como o hipopótamo caçador de borboletas, eu também não sei como irá acabar esta história.
    Mas triste fado o deste reino, que entre lobos e hipopótamos nunca conseguiu afirmar-se como o reino mais importante da região quando deveria ser o reino mais forte, mais desenvolvido e mais próspero. E o pior de tudo é que, mesmo vendo que nem com lobos nem com hipopótamos, os animais deste reino têm as vistas curtas e nem sequer alguma vez pensariam em escolher um outro qualquer rei que não fosse um lobo ou um hipopótamo. Poderia até nem ser um babuíno, poderia ser um rinoceronte ou um tigre. Mas não. Neste reino encantado, para se ser rei ou se é lobo ou hipopótamo.
    Infelizmente para eles…

  5. Argentino diz:

    Gostei mais da história do Zezito 😉

  6. Rato dos Pomares diz:

    Não faço ideia. Se o lobo “assusta criancinhas (…)”então o lobo deve ser a metáfora para os Socialistas que ganharam as eleições em 2009”. O complexo esquema de alianças e traições a seguir descrito parece encaixar na perfeição a esse período da iconografia fantástica da histórica recente de Beja. Depois, se o lobo fosse a metáfora para o “Partido Comunista” devia ser explicitamente referido “o lobo que comia criancinhas ao pequeno almoço” (prática quotidiana dos comunistas. Há provas disso, como todos sabemos). Mas talvez não fosse lobo. Seria leão, o rei da floresta, da pré-estepe, do montado de azinho, do “olival espanhol” do cante alentejano, das açordas e margens do Guadiana. Por outro lado o imaginativo enredo de pactos obscuros tão bem ilustrados, uns mais frustrados que outros, retrata na perfeição a acção esclarecida de alguns elementos dos Partido Social Democrata. Serão estes as hienas? Sugiro que vejam com atenção o Rei Leão da Disney. Está lá tudo muito bem explicado. Traiçoeiras hienas. Risadas de hienas. Hienas necrófagas, hienas plebeias, que nunca foram rainhas. O que não dariam as hienas para ascenderem à aristocracia? Se fossem aias ou damas da corte, talvez isso as satisfizesse. Estariam mais perto, fisicamente. E o caviar ali tão perto. Não há menção a tecidos adamascados, nem a rendas púrpura, nem a mesas cobertas de vitualhas, facto que dificulta muito outras interpretações. Não sabemos. Temos que esperar para ver. Se houvesse uma referência ao Aeroporto ou mesmo ao Politécnico, tudo seria mais fácil. Mas não podemos deixar passar incólume a nada inocente referência a lobitos. Esta é bem clara e quer dizer quase tudo. Lobitos – Escuteiros – Escuteiros Baden Powell – Baden Powell – Baader-Meinhof . Comunas. Mais comunas. Beja é comunista e é dos comunistas. Mesmo dos que não são, sendo. O próprio PSD já é comuna, está nas entrelinhas e nas linhas, nos actos e nos factos. Está-lhes no sangue. E os socialistas também já o foram. Todos. Quase todos. Senão são os os netos foram os avós que é quase a mesma coisa. E quando é precisam voltam a ser um bocadinho. E são PSD também, quando convém. É. Deve ser. Não sei. Estou confuso. Vou ali abaixo comprar um pintor de “erva” a ver se me sintonizo com o La Fontaine. Dada a qualidade do que li, deve haver muita, muito boa e deve estar em promoção.

  7. Rochinhas e rochetes diz:

    O zezito nesta história de animais é, concerteza, uma toupeira, dado que não vê um palmo à frente do nariz e anda sempre debaixo da terra.
    Se assim não fosse certamente que teria visto todas as obras feitas, melhoramentos realizados e o reconhecimento dos animais do tal reino (donde o rei só saiu, apesar dos outros animais do reino lhe renovarem o reinado reconhecendo o bom trabalho, para dar lugar aos mais mais novos ) e também neste outro, onde os lobitos, juntos em alcateias ferozes e traiçoeiras, sempre foram muitos mais que os outros animais todos juntos .

  8. ... diz:

    Acho inaceitavel a conversa que para aqui vai… Depois dos saneamentos terem estalado no facebook, onde houve uma confirmação efectiva por parte de uma funcionária de confiança politica deste dos novo executivo da vergonhsa situação de dezenhas… sim, dezenas de funcionários da Câmara.

    Houve saneamentos no passado? Lamento… há saneamentos agora? Por aqueles que se queixavam do mesmo no passado?! Então ganhem vergonha na cara, porque isso, de democrático, de populista e de liberdade não tem nada.

    Esta gente não vale nada! “Faz o que te digo, não faças o que faço”.
    Sou solidário com a actual situação e só espero que seja levada às ultimas consequências, seja lá o que isso signifique!

  9. ... diz:

    Fiquei mesmo incomodado, deixo-vos uma citação integral dito por um comentador:

    “A este fenómeno no local de trabalho chama-se “mobbing”, equivalente ao “bullying” das escolas. Mais vulgarmente é conhecido por “assédio moral”. Salvo erro, ainda não está tipificado como crime no nosso Código Penal, mas o Código de Trabalho já aborda este assunto.
    Não conhecendo o caso em concreto, e sem pretender escamotear ou branquear a situação, assumo-me frontalmente contra quaisquer práticas deste género. Independentemente dos autores e das vítimas.
    Mais ainda, devemos estar sempre alertas para estas situações e denunciá-las. Quer seja no privado – e existem inúmeros casos que diariamente vêm a público – quer seja na esfera do Estado. Aqui então temos pano para mangas com as atrocidades que os nossos últimos governantes têm feito contra a dignidade dos funcionários públicos.
    Não se acanhem e denunciem também estas situações.”

  10. João Espinho diz:

    “citação integral dito por um comentador” onde?

  11. CHINO diz:

    Todos aqueles que não se identificam com o PCP , mas que viam no Rocha e Companhia a transparência , a seriedade , a organização , a capacidade e competência para fazer melhor que JPV , aqui têm a resposta ás suas expectativas .

    Não sentirão um aperto no estomago quando pensam no desperdício que foi o voto no Rocha ?

  12. anonimo diz:

    Bom trabalho
    Continuem a pôr a casa na ordem.
    Quem está no convento é que sabia o que lá ia dentro.

  13. Zezito diz:

    O “Rochinhas e rochetes” é o exemplo típico do hipopótamo da história que contei antes.
    Deixe lá. Eu até poderei ser uma toupeira, cega e enfiada em buracos debaixo de terra. Mas antes toupeira cega que burro, pois esses têm uma visão perfeita mas faltam-lhes outras qualidades…

  14. ... diz:

    @ João Espinho, desculpe não ter reforçado a fonte. Foi no facebook.

  15. atão pá? diz:

    O que práqui vai…de angustiados que andam tornam-se criativos…..agora inventam historias infantis, patéticos. Dói muito não dói, a dor de corno.? queriam estar lá não queriam, inchem!!!

  16. Tira Borbotos diz:

    Direi mais, tantas “espinhas” atravessadas…

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