Set 25 2013
A Comissão Nacional de Eleições
É à Comissão Nacional de Eleições que compete estabelecer os critérios jornalísticos na cobertura das eleições, nomeadamente nas Autárquicas?
A democracia portuguesa sai fortemente prejudicada com a posição tomada pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) sobre o tratamento jornalístico da campanha eleitoral autárquica. Ao exigir tratamento igual àquilo que não é igual, a CNE intromete-se numa área que não deveria ser a sua, registando-se um anacronismo legislativo que vai provocar, ainda mais, o alheamento dos eleitores para o acto eleitoral que se avizinha. É verdade que as pessoas andam cansadas da política, é também verdade que os eleitores pouco ou nenhum interesse mostram pelos tempos de antena produzidos nas e pelas direcções partidárias.
Mas exigir que as redações de jornais e TV adotem uma linha editorial que põe no mesmo patamar aquilo que não é equalitário, veio provocar nos órgãos de comunicação social uma atitude que os arreda de efetuar uma cobertura jornalística da campanha eleitoral, o que fará com que o eleitorado fique menos informado e esclarecido sobre as diversas posições e programas das listas concorrentes, o que resultará, indiscutivelmente, num aumento da abstenção. Já o disse: esta democracia está doente. A Comissão Nacional de Eleições só veio demonstrar que as metástases surgem donde menos se esperava e se espalham e contaminam por áreas que se pretendiam imunes.
A CNE prestou um mau serviço a Portugal e à democracia.
João Espinho – no DA)