Ago 01 2013
Ausência de bom senso
O Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja decidiu entregar provisoriamente à Associação Animal o cão que matou, em Janeiro deste ano, uma bebé de 18 meses.
Não discuto a decisão.
Porém, considero de uma enorme falta de senso mudar o nome do cão de Zico para Mandela. Arranjem as justificações que quiserem, mas parece-me que Mandela merecia outro tipo de homenagens.
ACTUALIZAÇÃO
1 de Agosto de 2013 às 20:01
correcção: a primeira informação carece de ausência de qualquer dúvida, pois não ficou provado em tribunal que fosse o animal a matar a criança.
observação: sim, é incomparável – Nelson Mandela esteve muito mais tempo encarcerado que este cão!
mas não é por isso que deixa de ser um símbolo de resistência e de desejo de mudança. ora estas duas metas são o dia-a-dia de todos e todas os que nos insurgimos e lutamos pelo fim das barbaridades que o especismo humano, a ignorância e a crueldade votou este planeta, transformado no inferno na terra para os animais. embora, muitas vezes, pensemos que o pacifismo da resistência não chega.
portanto, enquanto resistente e operador da mudança – pois não tenhamos dúvida que este caso não é apenas um caso, mas um momento de revivolta na Justiça para com estes seres indefesos às mãos do maior e mais sanguinário predador de todos os tempos: o homem – «Mandela» é um nome que lhe calha muito bem.
1 de Agosto de 2013 às 22:51
Hummm!
Acho que o nome de Bóbi lhe ficava bem melhor!
E já agora, porquê mudar o nome?! Aos humanos não é costume mudar-lhes o nome quando são presos (culpados ou inocentes).
1 de Agosto de 2013 às 23:30
Gisela, tudo bem. O cão até pode ter sido injustiçado.
Mas Mandela é algo bem rebuscado. E de certeza que a família do mesmo não acharia nenhuma piada ao facto.
Até porque embora se deva tratar bem os animais, um cão é uma cão. E Nelson Mandela é Nelson Mandela e só ele.
2 de Agosto de 2013 às 2:20
Perfeita idiotice. Mereciam que se promovesse um abaixo-assinado para que não ponham este nome ao cão.
Raios parta, tanta estupidez.
2 de Agosto de 2013 às 10:30
Ainda voltando a questão do “canito”, acho que o nome “doiscodono” é que ficava mesmo certo. 😀
Quanto ao nome Mandela, concordo que não fica bem (mas não sei bem porquê). Mas… e Gaspar? Conheço uma pessoa que se chama Gaspar e o seu cão tem o mesmo nome.
E quantos animais de estimação têm o nome de pessoas?!
E já agora, se não se provou que foi o cão a matar a criança, quem foi então?!
Alguém sabe como ficou esta questão?!
2 de Agosto de 2013 às 10:53
@ gisela – nestas merdas devemos ser pragmáticos, pelo que se me ocorre a questão: sendo dada uma segunda oportunidade ao cão, que outra oportunidade foi dada à criança que morreu?
3 de Agosto de 2013 às 19:26
O cão, de “presumível assassino”, foi promovido a paladino da “resistência e desejo de mudança”, contra os horrorosos humanos que só querem é fazer mal aos desgraçadinhos dos bichinhos todos, que desde a descoberta da domesticação só têm sido vítimas da exploração vergonhosa dos seus algozes humanóides.
Só não se sabe se o fantástico animal ainda estará a tempo de ser candidato a alguma coisa em eleições futuras ou cargos que venham a ser atribuídos (aí não seria um boy mas um doggy).
Talvez, se hipnotizado, possa ajudar a esclarecer o que se passou naquele apartamento, na noite em que a criança morreu. Daí, poderia integrar um programa de proteção de testemunhas (o nome já lhe mudaram, agora partia-se para a atribuição de um passaporte, uma casa longe daqui, etc.
Enfim, estamos à espera que também façam uma protese para as orelhas que lhe foram cortadas e para o corno daquele toirinho, lá no Norte, que foge constantemente para a serra (a quem parece também já mudaram o nome).