Mar 19 2013
pastor
foto: joão espinho
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Para além de silêncio e gado, o pastor também guarda o tempo. Aliás, é ele que tem a chave do mecanismo do devir. É ele que abre as manhãs. Ao acender o primeiro cigarro, puxa fogo ao sol para que este nasça em pequenos gritos de luz. É ele que acorda o balido das ovelhas, as asas dos pássaros, a côdea do pão, a humidade das rãs, a rijeza do cajado, o rabo dos cães, a viscosidade dos lagartos, o canto dos pintassilgos, o veludo das borboletas, as sombras das árvores.
O cajado é a trave mestra do mundo. Sem ele a pastagem era invertebrada. É ele a espinha dorsal do tempo, a viga de azinho que suporta o horizonte, o pau que sustenta as nuvens, que aguenta o azul, que fura o céu para fazer chover, que é fálico porque a terra às vezes arredonda de mais. O cajado é o general dos cães. Sem ele, os cães eram soldados insurrectos e as ovelhas talvez perdessem a sua obediência de lã.Para além de silêncio e gado, o pastor também guarda o tempo. Aliás, é ele que tem a chave do mecanismo do devir. É ele que abre as manhãs. Ao acender o primeiro cigarro, puxa fogo ao sol para que este nasça em pequenos gritos de luz. É ele que acorda o balido das ovelhas, as asas dos pássaros, a côdea do pão, a humidade das rãs, a rijeza do cajado, o rabo dos cães, a viscosidade dos lagartos, o canto dos pintassilgos, o veludo das borboletas, as sombras das árvores.
O cajado é a trave mestra do mundo. Sem ele a pastagem era invertebrada. É ele a espinha dorsal do tempo, a viga de azinho que suporta o horizonte, o pau que sustenta as nuvens, que aguenta o azul, que fura o céu para fazer chover, que é fálico porque a terra às vezes arredonda de mais. O cajado é o general dos cães. Sem ele, os cães eram soldados insurrectos e as ovelhas talvez perdessem a sua obediência de lã.
Vítor Encarnação
20 de Março de 2013 às 9:39
Para além de silêncio e gado, o pastor também guarda o tempo. Aliás, é ele que tem a chave do mecanismo do devir. É ele que abre as manhãs. Ao acender o primeiro cigarro, puxa fogo ao sol para que este nasça em pequenos gritos de luz. É ele que acorda o balido das ovelhas, as asas dos pássaros, a côdea do pão, a humidade das rãs, a rijeza do cajado, o rabo dos cães, a viscosidade dos lagartos, o canto dos pintassilgos, o veludo das borboletas, as sombras das árvores.
O cajado é a trave mestra do mundo. Sem ele a pastagem era invertebrada. É ele a espinha dorsal do tempo, a viga de azinho que suporta o horizonte, o pau que sustenta as nuvens, que aguenta o azul, que fura o céu para fazer chover, que é fálico porque a terra às vezes arredonda de mais. O cajado é o general dos cães. Sem ele, os cães eram soldados insurrectos e as ovelhas talvez perdessem a sua obediência de lã.