Nov 12 2012
Auf deutsch, bitte!
Nobre povo este que, nos últimos dias, se rendeu à língua de Goethe. Nos blogs e redes sociais a germanofobia traduziu-se numa estridente tentativa de escrever coisas em alemão, na crença de que algum germânico, ou a alemã, desse ouvidos ao que por aí se foi vomitando. Verdadeiramente ridículos os ódios à Chanceler e a tudo o que vem de Berlim. De tal forma ridículo, que se chegou a chamar nazi a todo um povo e, claro, a quem o governa.
Incapazes de perceber as nossas próprias incapacidades, esgotamos energias estupidamente, não olhando para o que é efectivamente essencial.
Aos novos escribas, que tanto se esforçaram por escrevinhar correctamente vocativos em alemão, aconselho umas horas no Instituto Alemão para que possam, no sítio certo, certificar-se da riqueza da cultura alemã e, quiçá, aprender alguma coisa daquela difícil língua. Até lá, tratem-se.
(também aqui)
13 de Novembro de 2012 às 21:36
http://www.ocaoquefuma.com/2012/11/auf-deutsch-bitte.html
14 de Novembro de 2012 às 1:03
Confesso que também padeço do mesmo mal – embora, a bem da verdade, os alemães não me inspirem um temor por aí além. Nojo, talvez. Tenho, para me desculpar, a nossa tradição – é que já o nosso Pessoa, também ele fascinado pela cultura e língua alemã, qualificou de miserável essa Alemanha, nova-rica da civilização europeia.
30 de Novembro de 2012 às 1:26
É com grande lástima que recordo os tempos em que peguei num livro desses, Auf Deutsch, Bitte! Estava no 5º ano, ou 7º, com também era conhecido. E decidi optar pelo alemão como 2ª língua porque o francês me suava “efeminado”. Devíamos estar em 1978/79 e o livro só se obtinha por encomenda e custava uma barbaridade. Posso estar a exagerar, mas creio que custava uns 600,00 escudos. Pronto, era muito caro. E, no entanto, era o livro que o sistema propunha para o ensino do alemão no secundário. O sistema… Democrático, não?
Enfim, lástima porque deveria ter insistido bastante mais na língua (como em todas as outras disciplinas) e perdi-me no meio da adolescência. E se não me tivesse perdido, teria provávelmente emigrado, aquilo a que aconselho todos fazerem e provávelmente também ainda farei, nesta auspiciosa idade de 47 anos.
Enfim, o que no fundo eu queria era responder ao Sr. Panurgo, mas, como não sou erudito, faltam-me as palavras. O quanto não gostaria eu que este “nobre povo” fosse apenas um pouco como os alemães, talvez prosperasse. Assim, não, nunca.
“Ein bis Pestalozzischule, bitte!”