Set 15 2011
Coisas das escolas
Todos os anos é assim: o Ministério dá um período de uma semana para que as escolas comecem o ano lectivo, para que as aulas comecem. Invariavelmente, e salvo algumas (raras) excepções, as direcções das escolas optam por abrir as portas no último dia do prazo.
Para começar as aulas? Não!
O último dia do prazo serve para as habituais reuniões com pais, mães, encarregados de educação, tutores, etc… Em horário laboral, a taxa de ausências no local de trabalho dispara mas, em contrapartida, as nossas escolas enchem-se de adultos, gente maravilhosa e alegre que se julga assim com um papel fundamental no regular funcionamento das Escolas, no sucesso do ensino e no êxito escolar dos seus educandos. Bullshit! Há um excesso de paternidade nas nossas escolas e, muitas vezes, há pais/encarregados que se julgam mais pedagogos que os próprios professores. Mas isto é conversa para outra ocasião.
Regressemos ao início das aulas, ao primeiro dia de aulas: este ano, como nos anteriores, as aulas (elas mesmas) começam a uma sexta-feira. Nalguns (muitos) casos, só da parte da manhã, para que depois os petizes regressem a casa para gozar o fim de semana. A ignição do primeiro dia de aulas só se verificará, efectivamente, na próxima semana, ocasião em que se constata que a professora A vai ser mãe num dos próximos dias, que o pai do menino B não quer que ele fique na turma C, que a sala D não tem condições para leccionar a disciplina E e que muitos alunos não dispõem ainda de livros, ou por que os mesmos estão esgotados ou pela simples razão de que os pais/encarregados não têm dinheiro para os comprar.
Há excesso de lixo nas Escolas. Melhor: há excesso de lixo no ensino em Portugal.
Não nos atormentemos: para o ano voltará a ser assim. Para o ano estaremos todos mais educados!
15 de Setembro de 2011 às 22:10
Sabes que mais João, isto é uma pouca vergonha! A educação está pelas ruas da amargura. Ninguém se interessa, ninguém quer saber. O novo ministro tão culto só se preocupa em dar mais exames aos miudos, como se avaliar, avaliar fosse a solução. Isso só incentiva aos copianços, cada vez mais inovadores, e ao desinteresse pelas matérias ultrapassadas e caducas. Os miudos já começam a escola cansados e os professores a meter baixa! Assim vamos longe…
15 de Setembro de 2011 às 22:17
Caro João,
Não compreendendo o alcance total do teu texto, não compartilho de todas as tuas posições.
Repara….é importante os pais participarem do processo Educativo. É importante que se dirijam à escola, que vejam as condições que os filhos têm, que participem no Associativismo de Pais, que participem nos seus Órgãos.
Digo isto, não para me defender de hoje ter ido com a minha filha à reunião de 1.º dia….cheguei mais tarde ao trabalho, mas decerto que está mais do que compensado com os dias em que se sai fora de horas sem receber mais um tostão ( tal como hoje…).
Digo-o porque acredito que a participação dos pais na vida educativa ( não só os pais, mas as “forças vivas”…termo tão interessante para um neo-corporativismo), é um processo inerente a uma vivência democrática forte.
Levar o filho à escola e assistir ao primeiro dia de aulas é um acto de amor.
Acompanhar a vida do filho, é um desafio paterno.
Participar na vida da escola é um dever de cidadania.
Abraço
Pedro
16 de Setembro de 2011 às 1:21
“Coisas das Escolas”, coisas da política, coisas da justiça, coisinhas de Portugal.
16 de Setembro de 2011 às 1:36
É o nosso destino…!
Este ano pior: cortes no material, luz…. turmas maiores, menos professores e menos funcionarios…. As Direcções Executivas terão de realizar uma gestão de conflitos!
A somar a este destino, os alunos que cada vez tem menos interesse, pois deparam-se com colegas que chegam ao 3º ciclo sem saber escrever o seu próprio nome.
O papel dos encarregados de educação é reclamar… quando aparecem!