Set 16 2011
da janela do meu quarto
foto: joão espinho
da janela do meu quarto
avisto a estrada onde
as estrelas galopam
deixando rastos de línguas e
beijos luminosos.
a terra clama que o chão se abra
enquanto as águas fustigam silêncios
que as cortinas ocultam numa janela
cheia de um verbo nu.
na janela do meu quarto há mãos
que respiram rumores
enquanto as bocas trocam sussurros
compondo uma sinfonia de sílabas soltas
que me amarram a este adágio,
a esta bruma das noites breves.