Dez 13 2010
A minha rua é fodida!
foto: joão espinho
Desculpem a linguagem, mas quando algumas coisas nos dão tanto prazer, a gente só se lembra de determinado tipo de expressões.
A mesma expressão serve para sublinhar a forma como a minha rua é tratada.
Vamos por partes.
A minha rua era um beco (sem saída, pois claro). Apesar de ter o nome do poeta militante
-
«Vem, Mão de Lume!
Estoira os vidros da janela,
agarra-me pelos cabelos
e deixa-me sozinho,
ah!, e deixa-me sozinho e nu aos gritos pela rua,
a pedir às estrelas
que me vistam de fogo».
José Gomes Ferreira
nunca a olharam como rua. É um pedaço de rua que já não é beco, mas continua a ter circulação nos dois sentidos. Para alguns…
Até teve direito a reunião com vereador que, sabe-se lá das razões, desautorizou e destruiu o estudo elaborado por uma técnica da autarquia. Estávamos em período de eleições, pois!
Fizeram-se obras, sim senhor, mas nenhuma delas beneficiou a minha rua.
No final do verão andaram por aí a cortar pernadas de árvores, mas, sem explicação, o meu pedaço de rua não teve essa sorte. É isso. Um pedaço de rua. Onde os seus habitantes raramente podem abrir as janelas, não vá mais uma penugem dos milhares de pássaros entrar e juntar-se à “cagada” da passarada.
Mas vamos ao episódio mais recente, retratado na fotografia.
Uma senhora, que pela farda calculo tenha sido mandada pela autarquia, andava com um saco preto, daqueles que todos nós temos em casa para o lixo, tentando varrer com uma vassoura, igual à que também temos em casa, as toneladas de folhas que, na minha rua, persistem em envelhecer o nosso outono.
Felizmente alguém alertou a senhora: “não vale a pena. São folhas e penas a mais”, havendo outro que acrescentou: “tem sorte, pois arriscava-se a que os pardais lhe cagassem a roupa”. Outro ainda não se ficou por meias palavras: “Não limpe aí, pois ninguém estaciona aí o carro. É só merda dos pardais”
A minha rua é fodida, não é?
(o espaço a vermelho foi aquele que a senhora conseguiu limpar e no qual perdeu não sei bem quantas horas)
13 de Dezembro de 2010 às 17:17
ainda te lamentas..?
olha que te levam para ai a assopradeira de folhas e começa ás 7 da manhã com a barulheira, depois tens a rua limpa mas acordas cedo….!
13 de Dezembro de 2010 às 18:19
@zb – acordar às 7 da manhã é cedo?
14 de Dezembro de 2010 às 11:05
Eh eh eh! Deve ter sido alguma das empregadas do Xico!
🙂
Na minha zona também passam ao lado. Acho que é uma zona de “no man’s land” (terra de ninguém). 🙂
18 de Dezembro de 2010 às 14:11
tens sorte amigo,ao menos viste a empregada,onde eu vivia nem isso