Fev 15 2010
Não se percebe
“Não é possível o aeroporto de Beja ser um aeroporto de mercadorias”, diz aqui João Paulo Ramôa. Segundo JPR quem produz uvas se quiser exportar para Londres tem que importar também uma quantidade de qualquer produto de Londres e que só por coincidência é que a região poderia exportar, por exemplo, para Roma e importar de Roma.
Há aqui, a meu ver, um desconhecimento do que é a aeronáutica e do que são terminais de carga (em aeeroportos). No caso de Beja, como em todo o mundo, não poderá prevalecer a lógica de supermercado. Isto é, eu importo sabonetes espanhóis e em contra partida mando para Espanha pensos higiénicos made in Portugal. É uma visão muito redutora das múltiplas valências que um aeroporto/terminal de carga pode ter.
Carece de melhor fundamentação esta opinião de João Paulo Ramôa. Digo eu.
15 de Fevereiro de 2010 às 20:52
Pode ser que esteja enganado pelo conhecimento que tenho, mas até prova em contrário, o que me foi dado a entender e pelo número de debates, colóquios e forúms , a que tenho assistido ao longo dos anos, e nisto de cargas e descargas, o óptimo era ou é, e como forma de atenuar custos fixos / despesas fixas, sempre afirmaram que voo que vá com carga tem que trazer algo de volta ( assim funcionam os enormes camions que circulam pelas estradas da Europa, e que são uma séria concorrência ), para dividir as despesas não numa, mas sim em duas ligações e assim o produto final ficar mais competitivo e mais acessível no preço final .
É a lei do mercado da compra e da venda nos produtos de consumo !
Mas esta é apenas uma das 10 valências ( digo eu ), eventualmente que pode ter o Aeroporto Internacional Civil de Beja !
15 de Fevereiro de 2010 às 23:10
Outra coisa relacionado com este aeroporto:
Acho engraçado, sem ter graça nenhuma, que toda a comunicação social o chama Aeroporto de Beja, ou novo Aeroporto de Beja, como se esse aeroporto antes não tivesse existido. No meu blog, quando falo desse aeroporto digo Base Aérea, e no que toca a esse novo aeroporto, até não ter um nome próprio escolhido, para mim é o Aeroporto Civil de Beja, peeenso eu de que!
Achas que tenho razão ou é apenas na minha cabeça que essa dúvida existe?
15 de Fevereiro de 2010 às 23:19
@zig – a denominação oficial é “Terminal Civil de Beja”. E não deve ser confundido com “Base Aérea”, pois são duas coisas muito distintas.
16 de Fevereiro de 2010 às 0:53
O seu a quem de direito :
O Relatório do Orçamento de Estado 2010 – Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, aprovado recentemente na Assembleia da República, nas Políticas Sectoriais, cita :
” Em relação ao Aeroporto de Beja, será iniciada a sua exploração e promovido o desenvolvimento da actividade, em termos operacionais e comerciais, em articulação com as entidades regionais e os restantes parceiros, bem como a evolução da estratégia e desenvolvimento turístico da região “.
Penso que contribui para o termo técnico e aeronautico algumas vezes utilizado de Terminal e o nome próprio : Aeroporto de Beja .
16 de Fevereiro de 2010 às 8:46
Neste ( http://iurl.us/b6l ) comunicado do Governo lê-se “Terminal Civil de Beja”. Mas, julgo, a dúvida do Zig é entre os termos “aeroporto civil” e “base aérea”.
16 de Fevereiro de 2010 às 14:47
Num dos últimos encontros em que estive presente relacionados com o tema no salão nobre da Câmara Mun. de Beja, e em que a a administração da ANA esteve presente, ficou esclarecido de uma vez por todas que o referido espaço teria o nome de Aeroporto de Beja para consumo nacional, e que no marketing turistico internacional a realizar seria o Aeroporto do Alentejo ( tal como a ANA já faz com Aeroporto de Faro e do Algarve, no mesmo tipo de situações ).
Não sou jurista e humildemente penso, que um comunicado do governo será decerto diferente de um Orçamento de Estado, e para complementar das duas uma, optamos por solicitar a ” pen ” ao ministro Teixeira dos Santos ou vamos à pág. 317 do citado documento instituicional.
Resumindo talvez tenhamos todos razão, depende do ponto de vista com que o entendemos ou queremos entender !
16 de Fevereiro de 2010 às 15:14
Acho que o termo certo será como o Zig disse-Aeroporto Civil de Beja.
Penso que termo “terminal” não deveria ser usado pois penso que a infra-estrutura não será usada só para mercadorias, apesar de ser essa a ideia inicial.
16 de Fevereiro de 2010 às 17:17
Também já ouvi/li o termo “Aeroporto Internacional de Beja”. Chamem-lhe o que quiserem…
16 de Fevereiro de 2010 às 17:21
@juanito – e o termo “terminal” não é específico para mercadorias. Prova disso são os terminais de passageiros existentes na maior parte dos aeroportos.
16 de Fevereiro de 2010 às 22:49
Eu sei um bocadinho de carga aérea. Estou no ramo há muitos anos. Conhecendo os fluxos de partida e chegada actuais, nao acredito que seja viável/rentável importar e/ou exportar via Beja.
O transporte aéreo é muito caro. Só é viável para o transporte de mercadorias com muito valor acrescentado: Peças para o ramo automóvel, produtos farmaceuticos, medicamentos e similares.
Nunca será rentável para vegetais, fruta ou pescado, produtos com um preço muito reduzido no mercado, sobretudo se o voo não estiver cheio nos 2 sentidos.
É fundamental que os fluxos das vendas coincidam em sentido inverso com os das compras. Um voo cargueiro só será rentável se chegar e partir com o “payload” total esgotado. Com uma excepção. O destino Luanda, face às tarifas médias praticadas actualmente via aérea. É para Luanda que se realizam actualmente voos cargueiros com alguma regularidade (TAP e TAAG). Vão cheios e regressam vazios (Não a Lisboa, mas à sua base na Europa). Com alguma sorte consegue-se, às vezes, não pagar o retorno à Europa. Vão de Luanda a Narobi, buscar flores para Amesterdão.
Lamento muito, mas a carga aérea só é viável, dada a dimensão do país e à sua capacidade exportadora actual, em aviões regulares mistos de passageiros e carga. Só a combinação da receita proveniente dos passageiros com a da carga, possibilitará uma tarifa por kg adequada a um preço final competitivo dos produtos nos mercados a que se destina.
Não consta que a TAP, a TAAG, a Air France, a KLM, a Lufthansa, a Ibéria… estejam interessadas, em voar para Beja.
Alguns voos cargueiros dos últimos tempos aqui:
http://sacodeasnuvens.blogspot.com/2009/11/lindos-meninos.html
http://sacodeasnuvens.blogspot.com/2009/12/este-velhote-md11f-nao-foi-facil-de.html
http://sacodeasnuvens.blogspot.com/2010/02/cavalos-prontos-voar.html
19 de Fevereiro de 2010 às 9:26
Só agora vi o teu comentário sobre o comentário que fiz na Radio Pax. Mas a resposta está satisfatoriamente dada pela “Nanda”.
Pode não ter ficado muito explicito na noticia da radio, o raciocinio e a minha opinião, pois resultou de um comentário longo, feito uns dias antes, o qual não pude ouvir, e portanto nem sei quais foram as frases que retiraram e a sua sequência.
Mas tenho muito gosto em que possamos debater este assunto, pois por escrito e sem contraditório não é facil, ou melhor, é mais dificil.
Mas para concluir te digo. Tenho estudado o assunto em profundidade, e recorrido a varios especialistas nacionias, para formular a minha opinião, e com isso gasto já, largos milhares de euros…..que estou a ver…..a voarem.
Eu acredito e muito no aeroporto de Beja. Mas não é assim, e possivelmente não é como se anda a dizer ; com uma grande dose de demagogia e muito pequena de pragmatismo.
19 de Fevereiro de 2010 às 10:19
Termo “terminal”
Peço desculpa por ter só escrito “terminal” onde na verdade era para ter escrito “terminal de carga” .
Cumps!