Nov 25 2009

A propósito

Publicado por as 14:55 em Geral

Onde é que você estava no dia 25 de Novembro de 1975?

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8 Resposta a “A propósito”

  1. Manuel diz:

    À tarde, à janela a ver os aviões a sobrevoar a Academia Militar, o Regimento de Comandos e o Regimento de Infantaria Operacional de Queluz.
    À noite, à porta d’ armas deste último a observar o granel.
    Abraço

  2. Pedro diz:

    Nem sequer me lembrei que dia era hoje. Vou já fazer uns telefonemas.

  3. João da Silva diz:

    Trabalhava numa herdade que havia sido ocupada e logo vivi intensamente essa época decisiva da democracia.
    Assim e porque acho interessante divulgar aqui essa minha vivencia de então, cá vai…

    Confesso que dada a idade e inexperiencia política, não só não tinha ideia alguma formada, como achava até algo caricato tudo o que à minha volta se passava.
    Mas como não só ninguém ligava ao facto de alí estar mesmo com aquela idade (ainda não se falava em exploração infantil), de me pagarem sempre e de forma correcta o ordenado e que tanto geito dava (foi o meu primeiro vencimento), e o facto de ter sido para lá levado por um vizinho que dava todas as garantias. Por alí me fui deixando ficar até voltar de novo às aulas, que nesses tempos conturbados, não eram de facto muito apetecíveis e estimulantes.

    Lembro as relotes dos tractores apilhadas de homens e mulheres que nesses tempos nos levavam para a Praça da República de Beja, onde decorriam os comícios e manifestações de apoio à Reforma Agrária.
    Todo um mar de gente disciplinada e barulhenta que gritava e clamava bem alto as palavras de ordem que todos já sabíamos de cor e salteado.

    Mas sobretudo recordo o dia 25 de Novembro de 1975 e os rostos de sofrimento das pessoas com quem então convivia. Toda uma sensação de perda de algo muito profundo e forma irremediável.
    Naquele dia reconheço que eu que até então embora conivente, tinha levado tudo aquilo numa espécie de brincadeira. Reparei de facto naqueles pessoas de corpos e sobretudo rostos maltratados por vidas de trabalho, a quem haviam tirado algo muito, muito importante para eles.

    Já na altura pensava e hoje ainda mais, que aquela forma de exploração das terras não iria a lado algum. E de que havia pessoas que se estavam aproveitando do trabalho daquelas outras com quem eu convivia.
    Mas que havia quem acreditasse naquilo tudo e que sofreu e bem com a reviravolta daquele dia, houve.

  4. Celso Pereira diz:

    Com dois anos e 5 meses andava a ver…………… se andava sem cair !!!
    Depois mais tarde descobri que essas quedas tinham sido as primeiras e que cair fazia ( faz ) parte de estar vivo ( que é o contrário de estar morto, como todos sabem ). Há muitos anos que me encontro em recuperação visto que o nosso dia-a-dia é uma constante aprendizagem para………não cair !!!

    Cumprimentos,

  5. Reinaldo Louro diz:

    Para quem tinha estado no serviço militar obrigatório ( a alternativa era desertar e gugir para o estrangeiro ) era mais do que previsível o acontecimento, tive a experiência de vida de estar como miliciano entre 18 de Junho de 1973 e 15 de Novembro de 1975, ou seja fui militar na ditadura ( com luta estudandil universitária em Lisboa, durante 71/72/73 e com consciência política e cívica ) e vivi no quartel o 25 de Abril e o 1º de Maio de 74 nas ruas de Lisboa entre o Rossio e a Alameda em manif popular com mais de 1 milhão de pessoas à civil e desenfiado da unidade militar em Torres Novas, à época colocado.
    A mais grata experiência militar/cívica/pessoal foi por vivida intensamente, entre 4 de Março e 15 de Novembro de 1975, não esquecer o ataque militar aéreo ao quartel em 11 de Março de 1975, por forças militares de direita na procura do poder perdido, essencialmente a Força Aérea e os paraquedistas, às Forças Militares ao serviço do COPCON, que eram a quem tudo socorria e tudo fazia, para manter a democracia, em Portugal, no ex-RALIS em Lisboa.

    Apenas 10 dias depois da ” peluda ” e já em casa e em Beja, vi à distância, o nivelamento político e militar ocorrido a bem da estabilidade e da continuidade da Democracia e da Liberdade !

  6. El Juanito diz:

    Estava no 1º ano do ciclo preparatório.

    Lembro-me de vêr na tv o “ataque” dos F-86 Sabre sobre Lisboa em 11 de Março de 75.
    Lembro-me também de vêr uma esquadra de T-6 em direcção a Lx (não me lembro da data), a minha terriola fica entre Monte-Real e Lisboa e como tal os aviões passavam sempre por cima da minha casa.
    Cumprimentos.

  7. Reinaldo Louro diz:

    Por lapso na hora de elaboração do comentário anterior e só agora detectado, esqueci o pequeno / grande promenor e que complementarei, eu estive no Ralis, em Lisboa, entre o 4/3 e 15/11/75, ou seja estava no quartel barbaramente bombardeado, e das janelas furadas e partidas, e nas balas cravadas no tecto e paredes do meu quarto, ainda hoje passados 34 anos as tenho na mente, talvez por esse conjunto de experiências e outras, eu seja como sou !…

  8. Jorge Cameira diz:

    Na noite do 25 Novembro de 1975 eu estava no Largo da Sé, a torre do Castelo olhando cá em baixo uma multidão heterógenea. Ali era o Sindicato dos Trabalhadores Agrícolas. No meio da confusão da noite, noto que os militantes do Partido Comunista – TODOS! – estavam ou de braços cruzados ou de mãos nos bolsos ou ainda agarrados ao Ventil. Acerco-me de um Dirigente daquele Sindicato e pergunto-lhe: então como é, que fazem, que se passa? Resposta dele:” ó Cameira, não temos ordens de Lisboa para avançar!” E muitas mais estórias haveria para contar daquele dia …

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