Nov 26 2009

Beja – A requalificação do Bairro da Mouraria (2)

Publicado por as 13:35 em A minha cidade

Por considerar de interesse, e para que o debate possa surgir, trago para aqui um comentário deixado no post anterior:

“Sou estudante de Arquitectura de Gestão Urbanística e, como Bejense, vejo este projecto de forma muito crítica.
Um projecto que se pretende afirmar pela construção de um Silo automóvel com cerca de 20 lugares (como será a gestão deste silo? será privado? e os moradores?), a operação de repavimentação de todas as ruas desta parte da nossa zona histórica através da criação de uma autêntica “manta-de retalhos” e, por fim, aquela que me parece ser a vertente mais interessante deste projecto, a requalificação de uma pequena parte da nossa muralha e a sua transformação para possibilitar o percurso pedonal ao público em geral.

Volto a reiterar que não me parece de todo a melhor das opções gastar milhões para mudar pavimentos, sobretudo se estes forem a repetição do erro do projecto polis, nomeadamente da nossa praça da república. Estou a falar, muito especificamente da pedra mármore de Trigaches da Praça da República.

Se se reparar na planta identificada como A-03 (no canto inferior direito de cada planta) pode-se verificar a repetição deste tipo de pavimento no projecto (identificado como TIPO 3 – Lajetas de Pedra Mármore de Trigaches).

Ainda falando de pavimentos, e até porque na nossa zona histórica vivem imensos idosos, espero que este projecto seja revisto até à data do início dos trabalhos, porque estas lajetas de pedra mármore são extremamente perigosas durante o inverno e em qualquer estação do ano, sempre que chova ou que se acumule humidade à sua superfície.
Pergunto-me se não seria mais óbvio aproveitar toda a verba que vai ser gasta na repavimentação da mouraria, para dotar todo o centro histórico da cidade de corredores ao centro das ruas (à semelhança das ruas em Serpa e outras cidades), em que este corredor se baseia numa superfície mais estável e confortável (estou a falar de vantagens para carrinhos de bebés, idosos, deficientes motores, etc).

Julgo que ainda muito se vai falar sobre este projecto.”
Luís Palminha

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9 Resposta a “Beja – A requalificação do Bairro da Mouraria (2)”

  1. Luis diz:

    Para já vou só assinalar um aspecto. Esta é a altura para a discussão pública, para as sugestões e propostas e pelo que li, colocadas de uma forma séria e técnica. Viva o debate de ideias, e por favor não tragam a política para isto. Discuta-se a cidade e não se deixem levar pelas ideologias de várias especíes.

  2. Luís Palminha diz:

    para ilustrar esses corredores ao centro das ruas, fica aqui uma foto que encontrei no site olhares.aeiou.pt

    http://tinypic.com/r/67pbug/6

    (Foto: Rita Arenque – “Entrar em Serpa”)

  3. João Espinho diz:

    @luís palminha – acabei de publicar esta: http://iurl.us/b0u

  4. " Hobby and lobby " diz:

    Se assim é, e não conheço tecnicamente o projecto e como tal não comento, mas reconheço que o solo de mármore de Trigaches da Praça da Republica com humidade é perigoso e no tempo quente é escaldante e nada coveniente para médias e grandes suprefícies, daí a mais do que justificada análise a indíscutível necessidade de solução alternativa.

    Repetir o erro é muito grave !

  5. Reinaldo Louro diz:

    Na gestão autarquica anterior da CDU / PCP, em Beja, tentou-se vender a imagem da requalificação do Centro Histórico da Cidade de Beja ( quase como um todo e que tal incidiria também na baixa da cidade, com centro comercial a céu aberto e tantas outras promessas nunca cumpridas, e envolvendo a zona das Portas de Mértola , Rua dos Sembranos, Rua Capitão João Francisco de Sousa e muralhas anexas, entre o Luis da Rocha e o Jardim do Bacalhau , Terreiro dos Valentes) , não especificando intencionalmente o quê, como, quando e porquê ?

    A realidade do BEJA CAPITAL, e a nova gestão camarária eleita desde 11/10 e com tomada de posse a 30 de Outubro de 2009, é e pensa completamente diferente, e apesar de projectos aprovados e comparticipados comunitáriamente, já para a zona do bairro da Mouraria, mais conhecida pela zona das Portas de Moura, meditará que é sempre possível corrigir, retocar e melhorar, depois de um debate mais aprofundado de ideias e de oscultar a opinião das pessoas e municipes bejenses, e depois sim poder decidir mais sustentadamente, antes do início das obras que se irão realizar !

  6. uno diz:

    Muito bem observado!
    Assim o tenham em atenção!

  7. belota brava diz:

    Boas a todos

    E alguém sabe o que é feito daquele projecto de residências para artistas e estudantes de artes!? Tem alguma coisa a ver
    com este? Do que me recordo também era para implementar nessa zona. Bem Hajam.

  8. less is bore diz:

    belota brava, esse projecto não foi aprovado pelo INAlentejo, logo não se pode para já realizar. o que o Reinaldo Louro diz é de extrema importância! nada está fechado, nem decidido até ao primeiro dia de obras começar. lembro-me que ouve uma sessão publica, onde se convidaram todos os moradores do bairro da mouraria, onde se explicou e se debateu o que se iria fazer e, nenhum disse fosse o que fosse contra. alias, ficaram bastante entusiasmados e contentes com as novas propostas. mais, os lugares de estacionamento, estarão num parque coberto e NÃO num silo!! parece-me grave que um arquitecto paisagista não saiba a diferença entre um e outro. parece ainda pior que o mesmo peça explicações sem sequer se debruçar convenientemente sobre o projecto e o estude, enquanto arquitecto que diz ser.

    pior mesmo, são aqueles que gostam de manter a sua cidade parada no tempo.. provavelmente deve ser para matar as suadades da sua infância, sempre que voltam de lisboa, sitios que escolhem para morar e trabalhar!

  9. Luís Palminha diz:

    @ less is bore – imagino que as pessoas que lá estavam, idosos na sua maioria, tenham tido a capacidade de análise do “BOOK” com as plantas e os renders que lhes foi entregue, numa escala miserável! chamo-te a atenção de que esse “BOOK” nem se fez acompanhar de uma memória descritiva!

    já agora, não é LESS IS BORE… é “LESS IS A BORE” (uma máxima do Arq. Robert Venturi, que ganhou o prémio Pritzker em 1991 e que criou esta máxima como antítese à máxima de um outro arquitecto – “LESS IS MORE” de Mies van der Rohe)

    cumprimentos!

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