Ago 03 2009

Pormenores – Conhecer e compreender melhor o Alentejo

Publicado por as 9:30 em Geral

Por ocasião da chegada às bancas do nº 4 da revista “Pormenores“, publica-se entrevista que o seu Director, Alcides Parreira, concedeu ao Praça da República.

1 – Como surgiu a ideia de fazer uma revista sobre o Alentejo?

As três pessoas que estão à frente da revista (onde eu me incluo), todas elas tiraram a licenciatura em Jornalismo no Politécnico de Portalegre, e apesar de apenas dois sermos alentejanos, um do concelho de Estremoz e outro de Grândola, todos elegemos o Alentejo como local para viver.

Estes factores, combinados com o facto de não existir nenhum tipo de publicação regional com a abordagem que nós tentamos imprimir à Revista Pormenores, fizeram com que esta aposta se tornasse uma realidade.

Depois de algumas conversas entre todos (havendo já alguns com uma ideia bastante formada acerca do caminho a seguir), decidimos avançar.

Partilhamos uma visão bastante aproximada de duas áreas fulcrais para este tipo de projecto: o jornalismo e o Alentejo como um todo. Não obstante o pessimismo que fomos ouvindo acerca do futuro da região, acreditamos que é possível fazer vingar um “produto” deste tipo, procurando ao mesmo tempo contribuir para novas dinâmicas e, acima de tudo, para a solidificação de uma opinião pública mais atenta e informada.

2 – Com o nº 4 da “Pormenores” nas bancas, que aceitação teve a revista de que é director? (se possível referir números de vendas)

A aceitação e os números são dois aspectos diferentes. Relativamente à primeira, o feedback que vimos tendo ao longo do curto período da nossa existência enquanto publicação tem sido extremamente positivo. Mesmo as poucas opiniões negativas que temos recebido têm-se centrado em pormenores e vêm principalmente de pessoas do mundo jornalístico. Sabendo de antemão que não somos “os detentores da verdade”, nem nos deixando cair em excessos de confiança, procuramos ter a modéstia suficiente para saber ouvir diferentes opiniões e, quando se mostram válidas, mudar parte do rumo que tínhamos traçado.

Já face aos números, e apesar de não termos tido até ao momento acesso a dados concretos, sabemos que estamos abaixo do esperado. Podemos atribuir isto a vários factores: à falta de verbas e de pessoal para uma divulgação à escala do que seria desejável, à vastidão do território (um terço do País) e ao tempo necessário para a solidificação de um projecto deste tipo.

Uma realidade com que nos vimos deparando está relacionada com o facto de ainda muita gente, até mesmo pessoas que estão em locais onde já foi feita alguma divulgação, desconhecerem a existência da revista. Não tendo um grupo económico por detrás ou um mecenas com meios financeiros para tal, o esforço em nos darmos a conhecer tem sido lento, o que tem prejudicado esses números a que se refere.

3 – Qual é público-alvo da revista?
O público-alvo que pretendemos atingir é bastante diversificado e não poderá ser facilmente rotulado através de classes etárias, sociais ou formação académica.

Os meios de comunicação a nível nacional dão um tratamento jornalístico do Alentejo que se baseia pobremente na catástrofe ou na notícia de agenda, deixando uma região inteira por explorar e por conhecer. Os meios de comunicação regionais, com toda a qualidade que lhe é justo apontar, não fazem uma cobertura aprofundada dos temas abordados, primando maioritariamente pelo tratamento dos temas de agenda.

Acho que será correcto dizer que o nosso público-alvo são aqueles que não se identificam com o que existe no mercado, leitores e leitoras que querem saber mais de um Alentejo que extrapola em muito a imagem edílica da planície, do montado e do turismo.

4 – O Alentejo é uma Paixão ou uma terra esquecida?

Acho que são as duas. Paixão de muitos e terra esquecida por muitos mais. Por isso é que se torna ainda mais premente ficar e contribuir para que esse esquecimento não se torne irreversível ou fatal para uma região que luta diariamente no sentido de um desenvolvimento sustentável, onde existem pessoas capazes e que tem enormes potencialidades que, apesar de identificadas há muito, continuam a esperar um aproveitamento real.

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3 Resposta a “Pormenores – Conhecer e compreender melhor o Alentejo”

  1. pois diz:

    Serão as mãos do isaltino daqui a 7 anos?
    up’s

  2. João Espinho diz:

    @pois – como um comentário a despropósito quase ia estragando uma magnífica fotografia. A sorte é que a Arte se sobrepõe às coisas mundanas.

  3. pois diz:

    Sem querer atentar á magnifica fotografia A Arte de certos Artistas em partir e repartir fazerem-se de tolos e terem sempre muita Arte apoiados por quem agora não acha conveniente falar disso, lá vão engordando á conta dos mundanos e rindo á custa dos tolos que somos nós outros. ISTO É QUE VAI AQUI UMA ARTE

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