Mai 26 2009
Faz-de-conta
A greve dos professores anunciada para hoje, não é uma greve. É uma espécie de mudança de óleo e filtros para marcharem até à Avenida da Liberdade (Lisboa) no próximo Sábado. Chamam-lhe “período de reflexão”, entre as 8 e as 10h30. Não é uma greve. É um faz-de-conta. Haja paciência.
26 de Maio de 2009 às 9:25
Bom dia João! Uma risota :)))
26 de Maio de 2009 às 13:22
A greve de hoje pelo menos em 2 escolas, em Beja, onde tenho familires profs ( esposa e filha ), foram inesistentes é esta a forma de luta da FRENPROF com o Mário Nogueira com quase duas dezenas de sindicalista e 2 de professor ?
26 de Maio de 2009 às 14:14
Sem dúvida… há vezes em que preferia não ter razão. Goste-se, ou não, os Professores já vão hoje reconhecendo que foram instrumentalizadissimos pelos Sindicatos e por “Higher Powers” que em nada ou em muito pouco contribuiram para qualquer melhoria no ensino e mais especificamente na classe profissional em causa. Ora se “guerreava” por uma notícia publicada convenientemente na Comunicação Social ou se “manifestava” por um rumor e um diz que disse. A postura negocial desse Senhor Mário Nogueira é digna do maior estalinismo autocrático que poderá haver memória. Enfim. A Senhora Ministra, dentro dos muito erros que certamente terá cometido, teve o mérito de não ceder ao acessório… nem à má criação demonstrada pelo Sr. Nogueira e por outros. O mundo muda, os governos mudam, a vida muda… e vai o Ensino ficar estático bvem como todos os seus actores? Pois, claro que não… também eles têm de saber mudar.
26 de Maio de 2009 às 18:58
Na verdade, verdadinha, estou admiradissimo como é que a Sra ministra ainda se encontra no poleiro, só pela treta do magalhãeszito merecia ter ido embora.
Com os problemas dos professores, penso que o estalinismo será da parte da ministra e não do sindicalista.
Um sindicalista tem de ser assim mesmo, de reindivicar os direitos dos sindicalizados mal seria se fosse o contrario.
Só para acabar, quero dizer que não sou professor e até estou contra a falta de vocação e de qualidade de muitos deles mas esta ministra realmente não vai lá, “não vai conseguir entregar a carta a Garcia”.
Cumps!
26 de Maio de 2009 às 20:47
@El Juanito… Permita-me apenas uma correcção: o mal do Sindicalismo é ser assim como diz que tem de ser… e é por isso que, à custa dessas mentalidades, quem sofre e sai quase sempre prejudicado é o profissional (Professor) e quem fica sempre na maior é o Dirigente Sindical (Mário Nogueira) que da alegada profissão (ser professor) já tudo deve ter esquecido… essa é que é, na maior parte das vezes a Verdade! Mas, enfim…
26 de Maio de 2009 às 22:21
Haja paciência para o aturar Sr. Espinho. Você gosta dos profes até dizer chega. Seja pro-activo… e colabore com a ministra.
Vá para as escolas fazer substituições ou aulas de enriquecimento curricular…..tststs
26 de Maio de 2009 às 22:51
Sou professora. Estou farta dos sindicatos (qualquer um) e estou farta do Ministério da Educação (ministra e secretários). Esta avaliação não avalia coisa alguma e no meio desta barafunda quem fica a perder são os alunos. Penso que toda a gente se esqueceu deles. Continuo a adorar a minha profissão, mas estou a ficar cansada devido a este “diz que disse”; “faz-se, não se faz”; “avalia-se, não se avalia”. Ninguém se entende nas escolas, cada um diz a sua, as informações são contraditórias, todos os dias saem portarias e circulares e não há concentração possível. Devido ao caso daquela professora de História de Espinho há treinadores de bancada que afirmam “é por isso que deve haver avaliação”. Essa é a maior mentira, porque da forma como esta avaliação está estruturada (e não estou a falar do último simplex) a professora até se arriscaria a ter um Muito Bom ou um Excelente, desde que fosse uma boa actriz e nas aulas assistidas (3 aulas) fizesse um brilharete. Todas as outras 100 aulas podiam se a maior m**** que ninguém ficava a saber. É por isso que esta avaliação é uma farsa!É por esta e por outras que os professores não querem “brincar às avaliações”, mas querem uma avaliação séria, feita por pessoas competentes e com formação (verdadeira formação e não aquela que o ME andou a dar à pressa aos titulares com duração de 25 horas). Gostaria de saber qual é a pessoa que gostaria de ser avaliado pelo colega do lado, sabendo que esse colega até tem menos competências. Na escola onde lecciono (não é no Alentejo) há um caso deveras caricato. Uma prof. teve as aulas assistidas por colegas seus, pois houve queixas dos encarregados de educação sobre a sua relação com os alunos. Devido ao tal “concurso de roleta” de titulares ela ficou titular. Agora vai ser ela a avaliar os colegas (assistir às aulas), sendo que ela própria não irá ser avaliada nessa vertente (quem está a avaliar não tem aulas assistidas). Mais absurdo do que isto é impossível.
26 de Maio de 2009 às 23:31
@Anónimo Construtivo
Permito-lhe o comentário mas não a correcção, pois na minha opinião, penso estar certo quanto à função de um sindicalista e sendo assim, não há nada a corrigir.
Cumprimentos.
27 de Maio de 2009 às 0:26
@El Juanito… concordo com o reparo.
@Odiana: a) concordo em parte com o que diz no seu “prêmbulo”. b) Contudo uma dúvida/questão me assola e sempre me assolou: como é que se pode dizer assim “por colegas com menos competências”? Não é isso presunçoso demais e desde logo antitético àquilo que diz defender? Ou as competências são apenas sinónimo de anos de Serviço!? Hmmmm, pois é… assim quem perde são os alunos, mas também a Escola, o Ensino e a Comunidade.
27 de Maio de 2009 às 11:08
«a professora até se arriscaria a ter um Muito Bom ou um Excelente, desde que fosse uma boa actriz e nas aulas assistidas (3 aulas) fizesse um brilharete. Todas as outras 100 aulas podiam se a maior m**** que ninguém ficava a saber»
ou seja a senhora queria um avaliador em permanencia na sua sala?? quando faz os testes aos alunos tb faz um todos os dias ou eles mostram o q fazem em 2 (ou 3) testes por periodo? se as aulas assistidas forem de surpresa garante q o prof em causa tem todas as aulas preparadas.. SEJAM SERIOS E RACIONAIS NOS VOSSOS ARGUMENTOS E LIMITEM-SE A DIZER A VERDADEQUE É QUE QUEREM CHEGAR TODOS AO FIM DA CARREIRA E GANHAR €€€ E QUE NAO OS CHATEIEM e de preferencia no fim de junho ja estarem de molho em monte gordo
27 de Maio de 2009 às 20:37
A verdade é que quaisquer que sejam os argumentos que eu apresente aqui, já todos estão formatados para as seguintes frases “Os profs querem é chegar todos ao fim da carreira e ganhar muito e ir de férias para Monte Gordo. Não fazem nada, trabalham poucas horas, etc., etc. etc.” Se ser professor é assim tão bom, se são só privilégios e benefícios, estranho que as pessoas que dizem estas coisas não tenham ido para professores. O mais engraçado é que só de há uns três anos para cá é que tenho tido as férias todas a que tenho direito, porque mudei de escola (como disse no post anterior agora não estou no Alentejo). Até aí conseguia “gozar” no máximo 17 dias de férias, pois fazia parte de vários projectos que me “obrigavam” a estar na escola em pleno Agosto quando todos os bejenses iam de molho para Monte Gordo. Conseguia ir de férias nos finais de Julho (só podíamos marcar férias a partir de 21 de Julho) e mesmo assim tinha de estar contactável por questões de serviço.
Quanto a ter todas as aulas preparadas é óbvio que tenho de as ter TODAS preparadas. Por isso não me incomodava nada que o avaliador lá entrasse sem aviso prévio. No início do ano lectivo todas as aulas são planificadas com indicação dos conteúdos a leccionar, quais as competências que pretendemos que os alunos atinjam, que estratégias iremos utilizar, quanto tempo levamos com cada conteúdo e que tipo de avaliação vamos fazer. Claro que ao longo do ano fazemos algumas alterações, muitas vezes devido ao ritmo próprio de cada turma. Por isso não vejo qual era o problema do avaliador entrar quando entendesse. Ao contrário de outras profissões, se eu não levar as coisas preparadas não conseguirei dar a aula e gera-se a maior confusão na sala de aula. Como é que se pode manter 28 ou 29 almas ocupadas se não levar nada preparado?! Os jovens de hoje não estão ali a olhar para nós, serenos a ouvir o que o professor tem para dizer. As aulas têm 90 minutos e há que desenvolver estratégias para que os alunos participem activamente produzindo alguma coisa na sala de aula . Esta minha metodologia implica que eu leve sempre trabalhos para corrigir em casa (sejam fichas de trabalho, cartazes que eles elaboraram, apresentações em PowerPoint ou em Windows Movie Maker, etc.). Na aula seguinte os trabalhos estão corrigidos e prontos para que os alunos possam fazer a sua auto e hetero-avaliação (isto implica que tenham nas suas mãos instrumentos para o poder fazer, ou seja, tive de criar esses instrumentos quando planifiquei as aulas).
Os meus alunos não mostram o que sabem fazer em dois ou três testes por período. Os meus alunos mostram todos os dias aquilo que são capazes de fazer. As aulas não são expositivas (quando o são não ultrapassam os cinco minutos, apenas para dar algumas directivas sobre o trabalho a desenvolver). Dou uma disciplina que se integra perfeitamente no ensino através da descoberta, utilizando os computadores do e-escolas, enciclopédias, dicionários e um monte de livros da minha biblioteca pessoal que desloquei para a escola (onde felizmente consegui ter uma sala permanente para desenvolver este tipo de trabalho).
Quanto à questão das competências, sem dúvida que não é o tempo de serviço que traz mais ou menos competências. Conheço muitos professores jovens que são muito competentes e vice-versa. Mas não sei se notaram apresentei aqui um caso concreto: uma professora com problemas na sua relação pedagógica. Agora vai ela avaliar outros sem que ela alguma vez tivesse sido avaliada. Desde já aviso que ela não me vai avaliar, pois somos de disciplinas completamente diferentes. No entanto, não considero correcto que alguém vá avaliar, sem que tenha sido avaliada primeiro. O ME, se fosse sério, teria, em primeiro lugar, avaliado estas pessoas de forma correcta e não devia ter inventado um concurso de foi uma autêntica “roleta russa”.
Mas, tal como comecei este post, diga eu o que disser todos vão continuar a “bater” nos professores. Mas como não me importo com o que dizem, mas sim com os meus alunos (no presente e no futuro) vou continuar a trabalhar tal como fiz até aqui: de forma séria, honesta, tentando ser o mais justa possível e ajudando estes adolescentes a crescer como pessoas. Agora há uma coisa que não entendo: se os professores são esta corja tão incompetente e que só querem benesses, porque raio é que os portugueses continuam a confiar-lhe os seus filhos todos os dias e durante tantas horas?! Já que as crianças não vão lá aprender nada e até acabam por ter maus exemplos na escola, não seria mais racional deixá-los ficar em casa longe desta gente tão pouco recomendável?
Quanto a ganhar muito, será que as pessoas sabem realmente quanto é que ganha um professor? Ao fim de 21 anos de serviço ganho o mesmo que ganhava o meu ex-marido no primeiro ano em que começou a trabalhar (e ele também trabalhava para o Estado). Se isto é ganhar muito …. Mas como não estou cá pelo €€€, mas sim por vocação (foi a minha primeira escolha quando me candidatei a uma universidade) por cá andarei por muitos e bons anos (pelos vistos até aos 65 anos), assim tenha saúde.
27 de Maio de 2009 às 21:53
@odiana – não seja injusta : “já todos estão formatados” e “todos vão continuar a “bater” nos professores”, são expressões que, seguramente, não passam de desabafos. E também eu, se houver saúde, terei que fazer serviço público até aos 65 anos. Sem lamentos, mas provavelmente com muito pouca paciência. Obrigado pelo seu comentário.
27 de Maio de 2009 às 23:26
Sr. João Espinho
Pelos vistos estou mesmo a ser injusta. No entanto, para onde quer que me vire só me chegam aos ouvidos as frases que já foram referidas no post anterior. Talvez não ande a ouvir muito bem, afinal a velhice já espreita 😉
Eu não me lamento por trabalhar até aos 65 anos e paciência é coisa que não me falta, graças aos deuses. Só espero é ter saúde para cumprir com esta tarefa que me foi confiada.