Mai 13 2009
Contos da madrugada
foto: Lauren Bentley
Saciada a noite nos braços daquela mulher que tudo me desejava, decido-me nesse alvorecer a terminar aquilo que me parecia há muito gasto. Entro em casa, desalinho-me ainda mais para que não lhe restassem dúvidas, espero encontrá-la acordada, lançada sei lá em que angústias e preparado para lhe responder afirmativamente a todas as questões. Da amante, das traições, das vidas paralelas, das ausências para fugir para os beijos de outra mulher. Era este o meu novo alvorecer.
Encontro-a na sala, ofuscante na sua nudez, sedutora no seu aroma, fascinante na sua silhueta. Aguardo as perguntas, mas já eram as respostas que me atormentavam. Convida-me para um simples chá de lima, gelado, refrescante. Esqueço a taça em cima da mesa e acaricio-a no pescoço, beijo-a, como se fosse aquele o nosso primeiro encontro. Entrega-se num ardor desmedido, devorando-me a carne e a alma.
Ao princípio da tarde, exausto, saio de casa.
Nesse dia, nos que seguiram, e nunca mais, voltei aos braços da amante. Nem ao leito que agora abandonava e que me devia acolher todas as noites.
13 de Maio de 2009 às 22:43
Partir, repartir
para regressar
e voltar a partir
sem repartir.
16 de Maio de 2009 às 2:33
uma visão assim da sede hehhehehe