Abr 10 2009
Não alinho!
Tenho uma séria dificuldade em lidar com este assunto.
Existe no nosso país um vírus que é alcunhar e catalogar as pessoas.
Em determinada ocasião da vida somos o filho do X, que é casado com a Y. Depois passamos a ser o irmão do K ou o marido da Z. Para outros somos o genro da L e do H e, calcule-se, o neto do P. Perde-se o nome. Somos alguém que não nós próprios.
Quando o assunto mete namorados/as e relações íntimas, a coisa vai mais fundo.
Passamos a ser o namorado da ex do D, esta namorada também não tem nome, pois é a ex de alguém, que por sua vez agora namora a ex do R, que entretanto casou com a W.
Coisas de província?
Não! São coisas de um país de merda.
Trazidas à primeira página de um jornal como o Expresso.
Não alinho nisto.
Porque as pessoas têm nome, têm personalidade, têm opinião. Independentemente de serem filhos da mãe, do pai, namorados desta ou daquela, casados ou divorciados de figuras públicas. As pessoas têm nome e cara. E sabem assinar com nome próprio.
10 de Abril de 2009 às 14:44
Caro João,
Este «post» é um manifesto exagero.
O Expresso diz-nos: «Fernanda Câncio, namorada do primeiro-ministro (…)» .
A maioria dos leitores do Expresso sabe lá quem é Fernanda Câncio.
Nós «bloggers» às vezes temos tendência a julgar que todos os cidadãos portugueses passam horas na «blogosfera»… não passam.
Fernanda tem razão em parte, perde-a quando ela própria se refere a outras pessoas como: «o marido de»
Ricardo Araújo Pereira (último n.º da Visão) refere-se a uma reputada jurista americana como: «a mulher de Obama» e não me consta que a Dra. Michelle tenha mostrado tanta indignação como a jornalista de Vila Franca de Xira.
10 de Abril de 2009 às 18:29
Pois o post não é exagero nenhum – concordo na íntegra – e não me parece que se deva passar um atestado de ignorância à maioria dos leitores do Expresso. Sabe lá o Sr. Pedro Oliveira se a maioria dos leitores do Expresso sabe lá quem é a Fernanda Câncio. As pessoas têm nomes. E não são parvas, por muito que gostemos de nos intitular como os infoevoluídos. Não está em causa a Câncio ou o Sócrates, ou o Ricardo ou se a Michelle mostra ou não indignação.
10 de Abril de 2009 às 20:04
Caro Miguel,
Releia o que escrevi.
Releu?
Ok.
Concordo em parte com a Fernanda e concordo, totalmente, com o João.
Escrevi que o «post» é um exagero pois refere: Fernanda Câncio (está a nomeá-la, a tratá-la pelo nome, não está?) e depois elucida para os mais distraídos: «a namorada do primeiro-ministro».
Não está em causa se o artigo (que não li) é interessante ou não ou se o tema é pertinente, estamos a falar, apenas, da forma de tratamento.
Se tiver paciência leia este «post» e os comentários:
http://jugular.blogs.sapo.pt/811084.html#comentarios
11 de Abril de 2009 às 0:03
Quem tem o direito cívico e democratico de jornalista, cidadão, deputado ou o quer que seja de se meter com a vida privada, de quem quer que seja na vida a dois optada de livre e espontânea vontade ???
É uma autêntica aberração escrita para vender “papel”e facturar euros, para não lhe chamar outros nomes !!!
É a vida !!! O Expresso (semanário) já foi o que devia ser e agora é o que não deveria !!!
E ela ” A Vida” é pertença única de quem a quer viver !!!