Abr 20 2009
O templo é um orgasmo!
A “notícia”, com destaque em primeira página, vem no Diário do Alentejo e mereceu alguns orgasmos por parte da blogosfera local. Calculo que também alguns bejenses tenham sentido uma comichão especial ao lerem a entrevista, sabiamente conduzida pelo Director ex- Director do DA, a uma das arqueólogas responsáveis pelas escavações junto ao Conservatório Regional do Baixo Alentejo.
Ponto alto desta entrevista que, calculo, deve ter deixado humidificado o ex-Director do Diário do Alentejo:
“Já é possível ter uma ideia da dimensão e importância deste templo romano de Beja?” a que a arqueóloga responde: “Claro. O templo é muito grande, é maior do que o de Évora”!
Climax total.
Toda a entrevista é uma sucessão de orgasmos múltiplos e os leitores deverão ter ficado a salivar por saberem que Beja tem uma coisa maior que Évora.
Eu diria, porém, que é uma peça de campanha eleitoral.
A imagem que vos apresento em seguida vem publicada no “Plano de Salvaguarda e Recuperação do Centro Histórico de Beja”.
Data? 1981!!!!
Mas em 1981 os bejenses, segundo o referido Plano, não tinham grandes motivos de orgulho. É que, ali, escreve-se: “Os capitéis de Évora medem 1,01m de altura, havendo, portanto, nos de Beja, uma diferença, para menos, que vai de 6 a 15 cm”.
Diria que, na ocasião, o DA não sofria de disfunções. O tamanho não contava!
Falta-me o tempo, e alguma paciência, para “desmontar” esta capa do DA.
Entrámos em pré-campanha, e o Diário do Alentejo não perde tempo!
20 de Abril de 2009 às 19:26
Há algum tempo, escrevi aqui neste blog um género comentário, visando o tributo público ao Dr.º Fernando Nunes Ribeiro. Na altura derivado a um qualquer post relacionado com a figura mítica de Catarina Eufémia, em que existia a discussão doutrinária relativa a comunismos e não comunismos.
Hoje, após notícia do falecimento do primeiro, quero aqui homenageá-lo e agradecer-lhe pelo que me ajudou em termos de compreensão do que é a democracia e a vivência em comunidade. Antes o expliquei porque mas agora sinto uma verdadeira nostalgia desses tempos, do mesmo modo que a irei sentir de novo cada vez que passar pela artéria de esta cidade que, inexoravelmente virá a ter o seu nome.
Foi um enorme vulto da cultura bejense. De outros tempos é certo. Mas a memória colectiva de um povo não se faz apenas com as coisas do amanhã, começa antes de mais com o conhecimento da sua história.
OBRIGADO DR.º FERNANDO NUNES
20 de Abril de 2009 às 19:33
Caro João.
Não é de hoje esta coisa de a Comunicação Social ser utilizada, ou deixar-se utilizar, para fins políticos.
Mas fez bem, a meu ver, em desmascarar mais esta tentativa de “política-mais-do-mesmo”.
É pena, mas enfim … é o que temos por cá.
Saudações aqui desde Vendas Novas.
20 de Abril de 2009 às 22:28
Não dormes pois não?
21 de Abril de 2009 às 0:04
@do contra – 6 de seguida. Horas. Por noite. É pouco, não é? 🙂
21 de Abril de 2009 às 8:54
aparentemente em tempo de guerra não se limpam armas, e para alguns as regras foram feitas para não se cumprir… mas ainda a missa vai no adro… a ganancia pelo poder vai levar a isto e a muito mais. Cá estarei para ver.
21 de Abril de 2009 às 10:31
O “tamanho das construções” em causa é coisa que terá sido decidida à 1900 ou 2000 anos atrás. Interessante será ver o “tamanho da diferença” da gestão futura das ditas.
21 de Abril de 2009 às 12:03
Vivo em Évora, nasci noutro lugar do sul, e gosto de Beja.
Gosto do desenvolvimento que esta cidade tem sabido construir. Espaços públicos que convidam a uma (con)vivência social agradável, programas de natureza económica-social-cultural de que a OVIBEJA é um exemplo, uma comunicação social dinâmica e actuante, são três exemplos entre inúmeros outros possíveis.
Mas do que gosto mais em Beja é das pessoas. São atentas à sua terra, solidárias, muitas vezes capazes de distinguir entre o fundamental e o secundário quando se fala de Alentejo, de cultura alentejana, de necessidade de congregar esforços.
Não posso por isso deixar de lamentar as expressões recorrentes de comparação desnecessária entre Évora e Beja. Esse espírito quase clubístico que por vezes aflora e quer parecer relevante. É dispensável. Se as duas cidades percorrerem os caminhos dos seus desenvolvimentos em atitude de cooperação, Beja poderia pensar com cuidado e sem precipitação a sua Arena (apreendendo com os erros cometidos em Évora); Évora poderia aprender como fazer melhor uma feira. Entre muitas outras hipóteses concretas.
Agora, andar a medir os centímetros da coluna de um e outro templo, pode ser que contribua para reduzir (muito limitadamente) numa perspectiva de curtíssimo prazo, o desemprego em Beja, mas num plano mais longo e sério, fomenta distâncias, desconfianças, ódios inexplicados que se projectam no tempo e nas mentalidades com resultados que nalguns momentos-chave nos surpreendem e não compreendemos.
21 de Abril de 2009 às 12:06
O João Honrado é mesmo o João Honrado que eu estou a pensar? O do PCP?
21 de Abril de 2009 às 13:47
E ainda a procissão está a sair do adro, o populismo e a demagogia, vão ser palavras de ordem, em tudo o que os “boys” do PCP/CDU controlarem, o temer perder o poder local, deixa-os desesperados e não vão olhar a meios para tentar atingir os fins que têm em mente, que será manter a “cassete” e com a dizer e a fazer sempre do mesmo.
21 de Abril de 2009 às 19:18
Se assim for, se for pré-campanha, vou ficar bastante ofendido com tamanha patranha.
22 de Abril de 2009 às 1:02
Você não está a ver bem a coisa, a Drª Conceição Lopes a fazer campanha eleitoral?
E que tal informar-se para saber quem é esta ilustre arqueóloga?