Fev 16 2009
metáfora do quotidiano
Vou no meu caminho em passo certo, decidido e seguro. Acontece-me, por vezes, ter vontade de parar, para ganhar mais uma lufada de fôlego para prosseguir. Nestas pequenas paragens ocorre-me olhar para trás. E como num pesadelo, vejo uma bola de neve que se aproxima e me tragará se eu não me acautelar. Então, prossigo a caminhada, em passo mais veloz, mas sempre seguro dos caminhos que desejo trilhar. Lá mais à frente, uma nova pausa retemperadora, onde não viro a cabeça para a bola de neve. Sento-me e com os meus dedos começo a fazer desenhos na terra que piso. Vou fazendo sulcos cada vez mais vincados até que um líquido começa a brotar lentamente; escavo mais um pouco e esse líquido transforma-se em lodo e, como num pesadelo, há algo que me impele a escavar ainda mais fundo. Desperto então e deixo para trás uma poça que parecia querer engolir-me. Prossigo mais acelerado a caminhada e, quando necessito de ganhar mais forças, abrando a passada, mas não me detenho, não posso parar. Sigo em frente, de olhos postos no horizonte ou contemplando o céu, que de dia me aquece e à noite me preenche de estrelas.
É assim o espírito do meu quotidiano.
18 de Fevereiro de 2009 às 1:07
Olhar o horizonte não é em ti uma metáfora.