Fev 11 2009
O aeroporto de Beja
Voltou a estar na agenda dos media regionais.
De acordo com algumas notícias, o Aeroporto de Beja irá ser gerido pela ANA – Aeroportos de Portugal, decisão ontem dada a conhecer à Administração e accionistas da EDAB.
Seguramente que algumas vozes irão surgir contra esta decisão.
Ora, convém recordar que a EDAB tem um estatuto que não prevê, por enquanto, a exploração daquela infraestrutura aeroportuária. Uma leitura atenta dos objectivos da EDAB (aqui) poderá esclarecer algumas mentes mais nervosas.
O futuro poderá ditar que ANA e EDAB estejam no aeroporto de Beja. Mas, para tal, a EDAB terá que o prever no seu estatuto e objectivos. Para além disso, seria conveniente que as notícias esclarecessem o que significa “gerir o aeroporto”. É que um aeroporto é uma infraestrutura que tem muitas coisas para gerir. E algumas delas, seguramente, não o serão pela ANA-AdP. Acalmem-se, pois, as nervosas vozes do costume.
(ler notícia actualizada sobre o aeroporto de beja)
11 de Fevereiro de 2009 às 12:16
Era a decisão esperada, contudo existem algumas arestas a limar, como já foi referido por questões dos estatutos da EDAB e porque as funções da ANA, não abrangem na totalidade, o que envolve uma “cidade” que se idefica à volta de um Aeroporto Internacional de Beja, pelo conjunto de valências económicas de vários tipos que vai gerar.
Este foi mais um”pontapé” de saída de um jogo, com várias partes e alguns intervalos, bem hajam todos aqueles que projectaram ideias, acreditaram, trabalharam e conseguiram, o que hoje é indesmentível e já é uma realidade no terreno.
Uma palavra final como humilde cidadão independente e bejense, para a actual tutela do eng. José Socrates e da sua equipa governamental que deu o “empurrão” final e decisivo !
O triângulo de desenvolvimento Alqueva / Porto de Sines / Aeroporto Internacional de Beja, tem as bases para dar sustentadamente um novo visual ao nosso Alentejo, sem esquecer a auto-estrada IP 8.
Se isto não é vontade, coragem e acção, o que é então em prol do nosso Alentejo ?
11 de Fevereiro de 2009 às 14:58
Meu caro João,
O que está em causa não são os objectivos estatutários da EDAB – que facilmente se ultrapassaria como no caso da EDIA (não esquecer este exemplo)-, ou o que representa a ANA em experiência de gestão aeroportuária, mas sim o que a ANA pretende fazer deste aeroporto e como colocar o aeroporto ao serviço de outros projectos regionais de desenvolvimento. O que está em causa é definir um plano de desenvolvimento do aeroporto, com necessária e urgente responsabilização dos agentes locais e da CMBeja. O que está em causa é que se desconhecem os pensamentos de muita gente e organizações locais sobre o aeroporto e sobre tantas outras coisas.
E o que está em causa é a perda de influência, cada vez mais séria e grave, da nossa região ao nível da decisão política. E esta é mais uma prova que não sabemos fazer valer as nossas posições, ou sequer formar opiniões sobre os projectos.
Um abraço
11 de Fevereiro de 2009 às 15:22
@jorge – o que está em causa, também, são alguns interesses (pessoais) instalados que não permitem que se discuta, com seriedade, o futuro desta região. Talvez por isso ninguém nos leve a sério.
Um abraço.
11 de Fevereiro de 2009 às 17:32
@ João: subscrevo integralmente. E ainda restamos nós, os cidadãos “desinteressados”, para dar “desinstalar” tais pessoas e interesses. Abraço
11 de Fevereiro de 2009 às 19:45
Não tenho dúvidas que ao nível macro a ANA é a melhor, diria mesmo que a única que se afigura como mininmamente razoável, opção para a gestão do aeroporto Internacional de Beja… isto, claro está, se estivermos efectivamente preocupados com um desenvolvimento mais global gerado por esta infra-estrutura e não apenas a alimentação de alguns egos e perspectivas demasiadamente individualistas e de curto alcance (com todo o respeito por quem tenha opinião contrária). Mas o que é facto é que a ANA tem o know-how necessário para pôr um aeroporto a funcionar em toda a sua transversalidade de funções/serviços/actuação, ao contrártio de uma EDAB que não está vocacionada nem talhada para o efeito e que não tem o networking necessário para levar por diante a tarefa mais hercúlea de todas que é a de pôr, de facto, o aeroporto a funcionar. É preciso, para além do know-how técnico muito conhecimento, muitas influências, contactos e uma estrutura forte que seja capaz de sustentar tudo isso.
A EDAB, por seu lado, está a cumprir o seu papel. E esta EDAB teve o mérito indiscutível de ter sido a única que pôs mesmo as coisas a andar (entenda-se por “esta EDAB” o seu actual Cons. de Administração e a sua equipa e o actual Governo que finalmente teve a coragem que faltou a outros de dizer: “isto vai mesmo para a frente”). Mas nem é o core-business da EDAB, nem do Governo, gerir aeroportos, nem das Câmaras Municipais, nem das Associações de Municípios nem colégios afins.
Como cidadão, anónimo nesta Praça, tenho de me congratular por não se ter optado por estratégias de pseudo-influência regionais ou sub-regionais e se ter efectivamente optado por uma solução centrada no desenvolvimento baseado no conhecimento e na capacidade instalada.
Mas… é apenas uma opinião entre muitas (certamente!).