Fev 17 2009

Marx

Publicado por as 19:37 em A minha cidade

Foi ontem proposto, por um cidadão presente na Assembleia Municipal, dar-se o nome de Karl Marx a uma praceta ou rua da cidade de Beja. Para fundamentar a sua proposta, leu um excerto de uma obra de Karl Marx. Fiquei sem saber se era da grande obra “O Capital” ou se do “Manifest der Kommunistischen Partei” (Manifesto Comunista), mas julgo ser indiferente, pois ambas são um bom fundamento para que em Beja se perpetue o nome de Marx.
Não sei se o assunto subirá a reunião do executivo bejense e se a referida proposta será aprovada. Porém, sugiro desde já que o nome do filósofo alemão seja atribuído à actual Rua da Ancha*. Que melhor sítio poderia ter Beja para acolher o nome de Karl Marx?

* onde está a sede do PCP/Beja

Leia este post do Quem és tu de novo (não te zangues por te linkar)

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27 Resposta a “Marx”

  1. celtiberix diz:

    ah ah!
    vais ter de mudar o nome ao blog, é que deve vir por aí uma “praça vermelha”, ah ah ah!
    um abraço.

  2. jose chicharo diz:

    ehehe eheheh , essa é para rir,;
    são uns decepados intelectualmente, nesses cerebros somente reside memoria ram, não têm processador, são como os terminais estupidos em informática.

  3. Patricia diz:

    Não acho normal!

  4. palhacinho diz:

    Mas afinal Karl Marx não foi e é um dos maiores vultos da cultura ocidental????????M&M Até parece que estão a falar do Xico Béu ou da Nita. Tenham juízo porque o ridiculo mata. M&M

  5. quemestudenovo diz:

    🙂

    Agora já me posso rir à vontade! Isto não será anedota? Até aposto que sei quem foi o cidadão habitué das assembleias!..

  6. ZEITGEIST diz:

    Por quase duas décadas, uma grande campanha varreu o mundo. Uma frase simples – “o socialismo morreu” – repetida aos quatro ventos, parecia soar como verdade, ainda mais acompanhada das imagens da população comemorando a queda das burocracias do Leste europeu.

    Articulistas não mediram esforços para louvar as vantagens do capitalismo e o futuro exuberante. Alguns, como Francis Fukuyama, não conseguiram conter a euforia. Tal qual um trovador da Idade Média, que cantava as batalhas em versos, Fukuyama pregou o fim da história e vislumbrou uma nova ordem mundial.

    A crise econômica aberta em 2008 calou fundo. A crise na economia veio expor a face do sistema. Junto com milhões de empregos e casas, a farsa veio abaixo.

    Marx é o principal crítico do capitalismo. Dedicou-se a demonstrar como o sistema é voltado ao lucro e à acumulação de capital. Como a burguesia, dona dos meios de produção, explora o proletariado, dono apenas da força de trabalho. O dono da fábrica sabe que paga menos do que o valor do que um operário irá produzir.

    Além da exploração, Marx enxergou as contradições do sistema. Demonstrou que a lógica do lucro que move o capitalismo também acelera sua crise. Como na concorrência entre capitalistas, que exige de cada o aumento constante da taxa de lucros, a disputa e os monopólios. Ou na forma como a produção é organizada, com muitos trabalhadores e o lucro em poucas mãos. Marx afirmava que o capitalismo, em sua vitória, trazia os germes de derrota.

    Em seu lugar, Marx defendeu uma sociedade sem exploração, com o fim da propriedade privada. Uma sociedade socialista, onde a produção estivesse voltada para todos e não para o lucro de uma classe.

    Quando Marx publicou O Capital em 1867, o capitalismo vivia um período de auge, de progresso. A situação é outra. A crise pode virar uma depressão, a exemplo de 1929. Mas o cenário já é de destruição.

    Como modo de produção, o capitalismo é a forma atual como a humanidade se relaciona com a natureza, como a transforma. Não é o primeiro a existir. Assim como o feudalismo, que o antecedeu, é parte de um período histórico.

    Hoje, o capitalismo nada mais tem a oferecer a humanidade. Uma rápida olhada pelo planeta dá a dimensão do que ele trouxe.
    Em 2004, uma criança a cada 5 segundos morria de fome. Esse índice pode ter se intensificado, por conta da crise alimentar. A especulação com os alimentos fez com que 925 milhões passassem fome em 2007, contra 850 milhões no ano anterior. Isso antes de 2008, quando os preços dos alimentos subiram drasticamente e despertaram revoltas pelo mundo, inclusive na África, onde a fome, a Aids, as guerras e doenças seculares exterminam a população negra.

    A forma como o Sr. João Espinho coloca as coisas e a maneira como as escreve demosntra e clarifica a sua posição anti-comunista e reaccionária que tanto nos tem habituado, os senhores donos da razão total e suprema que tiveram responsabilidades governamentais desde o 25 de Abril.
    Não queira agora também jogar areia para os olhos dizendo que a culpa do estado do mundo e do nosso pais também são obra dos comunistas…lol

  7. ZEITGEIST diz:

    Aos Visitantes desta Praça Laranja apelo para que vejam com MUITA atenção os seguintes documentarios em:

    http://www.zeitgeistmovie.com/

    Zeitgeist, pronúncia: (tzait.gaisst) é um termo alemão cuja tradução significa espírito de época ou espírito do tempo. O Zeitgeist significa, em suma, o conjunto do clima intelectual e cultural do mundo, numa certa época, ou as características genéricas de um determinado período de tempo.

    O conceito de espírito de época remonta a Johann Gottfried Herder e outros românticos alemães, mas ficou melhor conhecido pela obra de Hegel, Filosofia da História.
    Em 1769, Herder escreveu uma crítica ao trabalho Genius seculi do filólogo Christian Adolph Klotz, introduzindo a palavra Zeitgeist como uma tradução de genius seculi (Latim: genius – “espírito guardião” e saeculi – “do século”).
    Os alemães românticos, tentados normalmente à redução filosófica do passado às essências, trataram de construir o “espírito de época” como um argumento histórico de sua defesa intelectual.

    Grato

  8. enxoe diz:

    esta tudo doido na minha querida cidade

  9. João Espinho diz:

    zeitgeist – obrigado pelos elogios que me tece, principalmente pela sua proveniência!
    Quanto ao resto…. Viva a luta de classes!

  10. João Espinho diz:

    @quemestudenovo – garanto-lhe que não foi o Alberto Matos 🙂

  11. charlie diz:

    @ZEITGEIS

    Meu caro:
    Karl Marx foi um teórico e estudioso do fenómeno social, da sua organização e dos seus paradigmas, e também das suas inevitáveis contradições.
    Não existe a perfeição em nenhuma sociedade, nem jamais poderia haver.
    O ser Humano é cada um por si individualmente considerado, um universo.
    Da interpolação e intersecção dos universos individuais surge a macro estrutura a que se chama sociedade, que é a soma
    ( não aritmética) do conjunto de indivíduos.
    O capitalísmo não é solução, mas não é uma solução que se pretende.
    Uma solução é sempre um ponto final numa equação e a equação humana é infinita, dialéctica. Permanentemente interactiva.
    Perpetua-se.
    E mesmo por isso é que li Marx na minha juventude e me encantou.
    Continua actual e por isso Marx não precisa que alguém o eternize, ele é eterno por si, pela sua obra.
    Mas inferir daí que é o marco final, é precisamente ir contra o seu postulado.
    E todos os que se apropriaram dele para a vangloria pessoal e de grupo, apenas repetiram o que Marx condenou: a apropriação dos meios por uma classe minoritária: No capitalísmo selvagem, uma classe de empresários sem escrúpulos, nas economias de Leste as Nomenklaturas que faziam exactamente o mesmo o que as elitas faziam no Oeste.
    A crise dos nossos dias que afecta a economia global, é – por muito polémica que esta afirmação possa parecer- mais um caso de polícia que um caso de economia.
    A história da Humanidade segue soluções transitórias.
    O Capitalísmo tal como o conhecemos até agora, terá acabado porventura, mas decerto que não será o comunísmo a forma de governo do futuro…

  12. quemestudenovo diz:

    Pois não! E pode tratar-me por tu como sempre fez! 🙂

  13. ZEITGEIST diz:

    Caro Charlie

    Grato pela atenção ao post, concordo plenamente consigo nalguns aspectos, até porque jamais no meu comentario referi que a teoria de Marx é o marco final, penso que ela é uma base importante para compreendermos o sistema capitalista, o seu funcionamento e as causas que origina na sociedade, contudo é inegável que o conteudo da sua obra e passados estes anos todos, continua actual. É claro que a dialéctica é fundamental e tem que estar presente na nossa acção e reflexão do mundo e sociedade que vivemos, afinal o mundo está em constante mudança e hoje o mundo que temos não é o mundo que tinhamos há 20 anos atrás, contudo, a história demonstra e tem demonstrado recentemente que este modelo neo-liberal, capitalista, com base numa economia monetária, não serve e não resolve os problemas das pessoas.

    No plano nacional é irrisório ir assistindo à desresponsabilização sucessiva dos governantes ao longo da nossa democracia, afinal têm sido os responsáveis politicos do PSD/CDS e PS que ao longo da sua governação nos últimos 34 anos têm conduzido este pais ao estado de sitio que se encontra.
    Têm sido “eles” a hipotecar o futuro das gerações vindouras no acesso ao trabalho com direitos, há educação, à saúde e habitação. Têm sido esses que em prol da Banca e da desregulamentação laboral e de mercado que favorecem a exploração, o desemprego e a desigualdade social. Têm sido eles que com as suas opções idênticas de sujeição ao modelo neo-liberal e capitalista os responsaveis pela situação em que vivemos. E são esses, os mesmos, que agora vem tentar fazer tudo para salvar este modelo, defendendo alguns, que até é possivel humanizar o capitalismo… isto só visto!

    Quanto ao facto se será o comunísmo a forma de governo do futuro, ai penso que o futuro esta na mão do povo, não esquecendo que nunca poderão ser imputadas responsabilidades ao PCP pelo rumo que o País tem tomado, antes pelo contrário, tem sido o PCP o unico partido a defender uma ruptura com esta politica, com o seu conteudo e com a sua natureza.
    O PCP não quer o poder pelo poder, aliás sobre essa matéria, defendemos uma democracia participativa e representativa, em que o povo tem um papel central.
    Se o PCP chegar ao poder, terá que ser pelo povo e pela sua consciência, pelo seu querer, em transformar esta sociedade.
    Tempo??? Não sei! Mas sei que mais cedo ou mais tarde é inevitável que isso aconteça.

    Cumprimentos

  14. João Espinho diz:

    @quemestudenovo – talvez seja da distância e de retribuir o tratamento por você 🙂
    E que tal os ares por aí?

  15. quemestudenovo diz:

    Menos Marxistas…. posso referir este post no meu blog?

  16. João Espinho diz:

    Obviamente que sim! 🙂

  17. quemestudenovo diz:

    gracias!

  18. João Espinho diz:

    bitte sehr! 😉

  19. Vasco diz:

    “Mas sei que mais cedo ou mais tarde é inevitável que isso aconteça” – espero já cá não estar por essa altura!

  20. quemestudenovo diz:

    Já está!

  21. João Espinho diz:

    E destacado aqui no post 🙂

  22. quemestudenovo diz:

    Não me zango! Uma pessoa aprende com os anos a escrever só o que “pode”!:)

  23. João Espinho diz:

    @zeitgeist – Praça Laranja? Ahahahahah. Devo ir no bom caminho, pois há quem “acuse” esta Praça de não ter nada de laranja. Gosto tanto de etiquetas e carimbos que nem você calcula.

  24. El Juanito diz:

    @Charlie:
    [A crise dos nossos dias que afecta a economia global, é – por muito polémica que esta afirmação possa parecer- mais um caso de polícia que um caso de economia]

    Ora aqui está uma frase sábia.
    Concordo 90% com ela, reservando 10% para os problemas inerentes à Globalização.

    Quanto ao dar o nome Karl Marx a uma rua da cidade, acho despropositado.

    E por último, quanto ao comunismo na sua essência, já era ou até nunca foi.
    Como tal, esta cidade com mais de uma vintena de anos de comunismo parece um pantanal de estagnação. Sem investimentos sociais e económicos.
    Resido cá há 22 anos e pouco crescimento vi, exceptuando-se os hipermercados que por estarem implantados no tal pantanal lodoso, reinam os preços altos e os ordenados baixos. E há que aproveitar estes empregos, pois são os poucos que existem.
    É chegada a hora de mudança, mudança de mentalidades.

  25. zig diz:

    Há muitos e longos anos que defendo que o actual modelo económico mundial mais cedo ou mais tarde iria à falência, pela simples razão que uma economia não pode estar dependente de um crescimento contínuo. Essa economia só estava bem quando crescia, falava-se logo em crise mal essa economia estagnava. Crescer sempre é impossível, basta uma qualquer contrariedade (guerras, desastres naturais, doenças etc…) para que se fale logo em crise.

    Agora, fazer o quê? Acabar com as democracias no mundo só porque o actual modelo económico já não serve? (não gosto da palavra capitalismo, parece um nome que se chama a alguém…) Claro que não!!!

    Deixar mandar o povo? Mas será que esse povo sabe o que é mandar? Haverá sempre, mas sempre alguém que saberá mandar mais do que os outros, haverá sempre uns “mais iguais”.

    Acabar com os partidos? Impossível, pelo menos no mundo ocidental! Será o caos completo, será um vazio do poder enorme.

    Criar um novo partido de independentes, uma espécie de bloco central? Talvez fosse essa a melhor das ideias, fazer uma espécie de um reset. Novas pessoas, misturadas com gente que já sabe como a “coisa” se faz, mas pela positiva.

    Sei que esse comentário (já) pouco tem a ver com o teu post, vem mais em seguimento aos comentários aqui publicados. Lembro apenas a aqueles que pensam que um modelo socialista (whatever that means…) hoje em dia seria impossível de aplicar, seria acabar por completo com o individualismo de cada um, algo que não é tão mau como alguns o pintam. Também devo acrescentar que a actual conjuntura económica portuguesa vem “apenas” em seguimento da crise mundial, bancos e fábricas falidas há por todo o lado, não apenas por cá.

    Voltando ao Marx. Nunca o li, na Alemanha do meu tempo era visto um pouco do contra, aqueles que o liam eram vistos como apoiantes da ex-RDA. Claro que hoje se sabe que esse comunismo aplicado por de trás do “Eisener Vorhang” pouco ou nada tinha a ver com as teorias de Marx, era uma economia totalmente dependente do estado, só se fazia o que esse estado mandava. Sei de histórias que não lembram a ninguém.

    Por isso, e voltando ao teu post, se hoje em dia alguém pusesse esse nome a uma praça teria certamente os olhos do mundo em cima, esse local aparecia em todos os telejornais. Não pelo que ele foi ou ainda para muitos é, mas sim, pelo que o mau seguimento dessas teorias fizeram. Por isso, mais vale estarem quietos…peeenso eu de que!

  26. Filipe C. diz:

    Já o disse aqui há tempos, e que tal Dr. Nunes Ribeiro?

    É de Beja e fez mais por esta cidade do que Marx, Lenine, Estaline ou Trotski juntos.

  27. El Juanito diz:

    Concordo com o Zig.
    Mais uma opinião concordante com a minha frase: [o comunismo na sua essência, já era ou até nunca foi].
    Cumprimentos!

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