Dez 24 2008

nocturna

Publicado por as 4:18 em Intimidades

Escrevi-te há pouco uma prosa em jeito de poema. Sem rimas e sem hiatos entre as palavras como aquelas que nos segredamos. Parágrafos sem frases, letras acenadas por este vento sem vocabulário, como pássaros esvoaçando sobre as páginas dos nossos dicionários. Esta noite ditei-te para as folhas amarelecidas dos cadernos esquecidos as primeiras sílabas de uma alma que renasce e acredita.
Hoje, esta noite, olhei-te como as palavras do meu tempo, umas vezes longe outras mais perto, mas nunca ausentes.
Guarda essa prosa como se fosse tua, e só tua, pois não sei se voltarei a decifrar em palavras a aurora que em mim desponta.
E quando a releres, acredita que esta não foi mais uma noite.

Share

Uma Resposta a “nocturna”

  1. mm diz:

    “Esta noite preciso de outro verão sobre a boca crescendo nem que seja de rastos”

    Eugénio de Andrade

Deixe Uma Resposta