Set 29 2008
Tribos
No Sábado à noite assisti a algumas manifestações tribais, resultantes de um resultado num jogo de futebol.
Hoje, assisto pela cidade a idênticas manifestações, estas, porém, envergando capa e batina.
Dei por mim a pensar nas afinidades entre estas tribos. As conclusões não são boas, principalmente para quem faz da praxe académica um ritual tribal.
29 de Setembro de 2008 às 20:07
Exactamente! Excelente post!
30 de Setembro de 2008 às 0:34
Abaixo com as praxes!
30 de Setembro de 2008 às 0:44
@zig – discordo!
30 de Setembro de 2008 às 10:48
Abaixo as praxe/humilhação gratuita e violenta, imposta e consentida (que é o que se vê por essas ruas, ano após ano, por esta altura).
30 de Setembro de 2008 às 14:39
Abaixo a palhaçada das praxes…
30 de Setembro de 2008 às 15:28
Concordo com as praxes desde que sejam saudaveis, muito dentro dos limites da dignidade individual, não vexatorias e dentro do recinto escolar.
Não entendo esse espectáculo público.
Pelo que tenho visto ano após ano, confirma-se que os praxados gostaram da praxe, tanto que nos anos seguintes a aplicam aos novos caloiros.
30 de Setembro de 2008 às 16:00
Todos os anos assistimos às praxes de recepção aos caloiros. Por cada ano que passa tenho assistido ao elevar do nível das práticas. Ao elevar do nível da imbecilidade e da tacanhez diga-se. Nem percebi se aquilo é pacíficamente aceite , tolerado ou engolido.
Mas mais do que os exercícios de humilhação a que os caloiros permitem ser submetidos, o que me irrita é o papel de instrutores militares em que os veteranos se transvestem, ungidos por poderes que só podem ter uma raiz de frustração/cobardia de que padecem.
Ignoro se já algum caloiro foi para as fuças de um aqueloutro veterano. Mas se foi não me espantava.
Querem praxes? Então façam um esforço e preparem práticas ao nível do ensino em que se situam. Dito de outra maneira: puxem pelos neurónios e façam algo superior e dignificante para todos.
CG
30 de Setembro de 2008 às 16:52
Se bem que o “nível de ensino” que se frequenta não está forçosa, positiva e directamente correlacionado com o nível intelectual daqueles que o frequentam. Alguém já perdeu (porque é mesmo perder) um minuto a tentar perceber em que é que o teor das conversas dos frequentadores da academia interfere com assuntos desta? Nem resvala. U ka malta keré kopos, tunas, fardar, kilos de pins na kapa, ezuberânssia nu tratu . . e . . eskúta, tázavêr, ganda buba ontem! Admito que há excepções. Há que ter esperança. Esqueçam Sebastião, Magalhães é que está a dar.
1 de Outubro de 2008 às 2:12
Meus caros…
O que vocês estao aqui a dizer/escrever é completamente contra a realidade… Pois as praxes não são nada mais nada menos do que um meio para integrar os novos alunos no ambito escolar e social, quer da universidade onde andam quer da cidade onde se encontram a estudar… As praxes não servem para humilhar ninguem apenas para existir um maior relacionamento entre os caloiros e os veteranos… E para se acolherem os novos alunos na escola e no curso para não andarem “perdidos” nesse novo mundo que é a vida académica… Em relação ao que muitos de vós escreveram anteriormente quem anda numa universidade é porque quer aprender mais e poder vir a ser alguem num país e num planeta que infelizmente quem não tiver um curso não é nada hoje em dia, pois os actuais governos só o que querem é gastar dinheiro em coisas que não valem a pena como um novo aeroporto em Lisboa, como 10 estádios entre os quais apenas 3 ou 4 é que são devidamente utilizados, etc… Enquanto se devia investir numa boa educação e num melhor sistema de saúde… Mas pronto essa conversa iria dar panos para mangas… Voltando à conversa das praxes, os Veteranos não forçam ninguém a fazer nada que não possa nem que queira… Caso não saibam a primeira regra dum Veterano é zelar pelo bem estar físico e psicológico dos caloiros e não deixar que nada de mal lhe aconteça… Em relação as bebedeiras é bastante normal… Ou vocês vão-me dizer que nunca apanharam nenhuma ou que nunca beberam… Outra coisa não critiquem coisas que não sabem… Pois os professores fazem tudo para que nós tenhamos uma boa aprendizagem… E nem eles, nem nós somos “imbecis”, “incompetentes”, ou “burros” como vocês mencionaram nos comentários anteriores…
Bom basicamente o que eu vos digo é que “estudem” a matéria antes de comentarem, porque senão são ainda mais burros, imbecis, e incompetentes do que qualquer outra pessoa… E lembrem-se como alguém já ai escreveu, se os caloiros repetem o que lhes fazem nas praxes, é porque gostam… E se gostam não é nada do que voces escreveram… Por isso aprendam e cresçam… pois nós mesmo sendo mais novos sabemos mais do que vocês…
1 de Outubro de 2008 às 10:02
Caro Nuno Gois
Se é assim tão pacífico então peço desculpa por achar exercício de humilhação ver caloiros desfilar pela cidade a olhar o solo, com um monte de não sei quê na cabeça, a repetir o que outros, quais sargentos, lhes impõem.
Só mais uma coisa, façam-no no interior das instalações académicas; não obriguem os cidadãos não estudantes a ter que conviver com tal miséria.
CG
1 de Outubro de 2008 às 11:12
Ex.mo Senhor Nuno (presumo futuro Eng./Arq./Dr.) Gois. Ainda o Ex.mo senhor andava a passar do direito para o esquerdo, e vice versa, já havia gente que era confrontada, por esta altura do Equinócio, com a praxe. Nesse tempo, o Metro acabava em Entre Campos, não havia A.S.A.E. e o Quim Barreiros ja era um ícone da cultura que abrilhantava as festarolas da Academia. Uma praxe passava por haver um veterano, numa aula de substituição (só que na altura ninguém sabia que o era) a debitar “referências bibliográficas fundamentais(?)”, durante uma hora. Claro que era tudo ditado porque não havia fotocópias para ninguém. Dizia ele, “um universitário deve (devia) escrever depressa e bem como ninguém”(já havia presunçosos). A Associação de Estudantes (nessa altura estas estruturas eram, na generalidade dos casos, conduzidas por gente de esquerda – e não estou a dizer com isto que era melhor ou pior que outra coisa qualquer, muito pelo contrário) promovia uma visita guiada aos departamentos, às reprografias, à livraria, às bibliotecas, à mapoteca, aos bares, às cantinas, aos serviços sociais, davam dicas quanto aos sítios nas proximidades onde havia petisco barato e bom, conversa ligeira e tolerância do proprietário do estabelecimento e, claro, as coordenadas para as noites de buba (esta, indicação perfeitamente dispensável. Qualquer um que as procure descobre rapidamente onde ficam). Claro que depois, mais para a frente, havia também uma ou outra manifestação mais espalhafatosa, numa aula teórica dum cadeirão (daquelas onde se juntavam os caloiros de todas a “variantes” num anfiteatro), onde era entoado o hino do curso e outras alarvidades que tais. Depois . . . Depois Portugal ganhou o Campeonato Mundial de Sub-21 e morreu Salgueiro Maia. Agora, estou para aqui a escrever e reparo que me distânciei daquele que era o objectivo primeiro deste comentário. O que eu queria mesmo era perguntar-lhe onde é que o Sr. vê integração e zelo (físico e psicológico) numa prática que consiste em fazer deitar indivíduos, com a cara encostada ao chão, menietados, pintados, sujos, catalogados, num passeio público, enquanto elementos vestidos de preto, com capas que vergam sob o peso dos tais pins, gritam e insultam. Procuram que a sociedade em geral (e o governo em particular) vos respeite? Porquê? Afinal são vocês que se expõem, vexam e sujeitam a práticas que só são equiparáveis às inflingidas aos elementos das etnias vencidas, num qualquer lugar remoto da África Equatorial.
Também não posso deixar passar a oportunidade e agradecer-lhe o quanto cresci com o que me ensinou no seu comentário. Peço por isso que convoque o resto da pandilha porque estou (julgo que estamos todos) sedento para me embeber na culta sapiência que jorra da vossa Douta Cornucópia.
2 de Outubro de 2008 às 2:01
Exmo Rato dos Pomares…
O nome de Eng./Arq./Dr. não me interessa para nada pois não sou nem mais nem menos do que as outras pessoas… Pois existem pessoas só com a 4ª classe muito mais cultas do que Professores Doutores… Em relação ao que o senhor escreveu na sua resposta ao meu comentário axo deveras interessante o que me disse sobre como eram as “praxes” no tempo dos Afonsinhos, pois realmente achei bastante interessante o que faziam antes… Mas agora também eu o informo que as supostas Aulas Fantasma ao que o senhor chama de Aula de Substituição ainda hoje existem, e dentro dos mesmo parametros que me disse… As visitas guiadas pelas instalações escolares e comuns do Campus Académico ainda hoje são feitas, e são também alargadas à cidade em si… pois na minha opinião e axo que na opinião de muita gente, é bastante importante a visita pela cidade… não só para se ficar a conhecer locais bons e baratos para se petiscar, mas também para se ficar a conhecer grande parte da localização dos locais históricos, tais como museus, igrejas, e outros pontos de elevado interesse turistico, mas também para se ficar a conhecer lojas e locais onde se podem comprar materiais necessários para a prática das disciplinas e para o bom decorrer das aulas… Em relação as Associações de Estudantes pelo que sei ainda são maioritariamente de esquerda… se bem que desde que façam um bom trabalho tanto podem ser de esquerda como de direita… Em relação aos hinos entoados pelos diversos cursos não vejo qual é o problema do que se diz pois não é nada demais do que se encontra hoje em dia na nossa sociedade… Em relação ao que eu escrevi no comentário anterior estou a ver que o senhor ainda não aprendeu realmente tudo como já disse que o fez… Porque se o senhor reparar bem cujas “humilhações” como você chama, existe sim e continuará a existir o selo físico e psicológico dos caloiros… Porque se isso não acontecer nós somos os primeiros a dizer não e a impedir algum maltrato… Em relação ao capote (e não capa) que os veteranos vestem como parte integrante do traje académico, não percebo que mal têem os pins… e desculpe que lhe diga mas você parece ter fobia a pins pois só menciona isso, nem sequer menciona os emblemas… A utilização tanto dos pins como dos emblemas (caso Vossa Excelencia não saiba) representam o percurso académico e social dos alunos que os usam, não representando nenhum mal para a sociedade… Em relação a comparação que o senhor fez das praxes com as tribos etnicas de África Equatorial, não vou fazer comentários pois axo que essa comparação é uma barbaridade… Em relação a nós querermos que o governo nos respeite… meu caro nós não pedimos para ser respeitados, mas sim ouvidos… Pedimos apenas que oiçam os nossos apelos por uma educação melhor e gratuita… pois é um completo abuso que num Instituto Politécnico Público se paguem propinas 780€ por ano, limitando assim o ensino a muitas pessoas que o gostariam de ter…
Os meus sinceros cumprimentos e de novo lhe digo meu caro… Estude sobre os temas que vai comentar, para não cair no erro de vir a dizer alguma barbaridade…
2 de Outubro de 2008 às 8:06
Meu amigo, permita-me, eu passo a vida a aprender. Desejo-lhe as maiores felicidades (académicas e outras)!
2 de Outubro de 2008 às 12:55
Meu caro eu também aprendi muito com o que o senhor disse… E desculpe alguma expressão menos correcta mas eu não suporto muito ver comentários a coisas que não estão correctas com a realidade… pelo menos com a realidade de Beja… As maiores felicidades também para si…