Set 16 2008
Anatomia
foto: branislav stefanik
Olho este rosto, com a surpresa
da sua imobilidade. Que suspiro suspendem
os seus lábios? Que imagem se esconde
sob as pálpebras fechadas? Digo-lhe:
«Amo-te». Como se a pudesse
despertar. São outras as palavras
que a poderiam trazer de volta,
dissipando-se em nuvem no céu
da sua cabeça. «Nenhuma vida passa
duas vezes
pelo mesmo lugar», digo-lhe. E ela
sorri, como se me tivesse
ouvido.
Nuno Júdice
16 de Setembro de 2008 às 22:44
Escolha acertada de um belo poema do Nuno Júdice para fotografia tão soberba.
Por estas e por outras é que venho aqui todos os dias.
Parabéns
16 de Setembro de 2008 às 22:51
@ofthewood – obrigado. Também sou um teu leitor regular. E registei o teu último poema. Bem associado à imagem.