Jul 07 2008
Tiranos
Sobre a libertação de Ingrid Betancourt já tudo se disse e se escreveu.
Não posso, porém, deixar de destacar a posição daqueles que, no nosso país, continuam a ser os defensores de regimes tiranos, apoiantes de terroristas, não obstante o seu permanente e ruidoso apelo à Liberdade e à Democracia.
Estes pequenos tiranos – os dirigentes do PCP e respectivos cães de fila – não conseguem ver mais para além de uma cortina de ferro, de um muro de betão, que eles próprios erguem e onde desejam que todos permaneçam.
Na Assembleia da República, a casa da Democracia, o PCP votou contra um documento onde as restantes forças políticas se “congratulam pela libertação de Ingrid Betancourt”.
A nota de imprensa do PCP sobre o mesmo assunto é um documento que regista, na perfeição, o perfil destes pequenos ditadores.
Mas há, também, os pequenos satélites do PCP, que desavergonhadamente publicam isto.
O PCP pode continuar a enganar e a seduzir alguns jovens com as suas teorias de que o sol brilhará para todos nós. O PCP pode continuar a gritar que defende a liberdade e a democracia.
O que o PCP não pode é pensar que engana quem quer!
Avante!
7 de Julho de 2008 às 10:39
Cada vez mais me agasta a postura moralizadora do PCP quando tão frequentemente incorrem em incongruências graves como a presente.
Enquanto a maioria dos países tenta marcar uma posição firme relativamente ao terrorismo – porque é a única forma de lidar com ele –, o PCP insiste em fazer figurinhas tristes destas. Eles lá sabem, e as pessoas de bem, que também existem dentro do PCP, certamente não se esquecerão de recordar.
Quanto ao fundamentalistazinho que escreve aquele texto desprezível procurando justificar o injustificável, nem tenho palavras para o classificar. Talvez “asqueroso” seja o adjectivo mais indicado?!
Simplesmente vergonhosa a posição do PCP relativamente a esta matéria tão delicada! E depois ainda têm a lata de escrever isto:
http://www.pcp.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=32133&Itemid=581
7 de Julho de 2008 às 11:12
só uma pergunta barata, algum dos deputados comunas já foi a China ou a Rússia? não digo a cuba que eles são bem capazes de ter ido lá passar umas ferias…
É que uma visita a china ou a Rússia fazia-lhes bem…
São estas coisas que me fazem confusão, um partido politico pode defender terroristas, podem existir anarcas que é tudo legal, se alguém defende politicas um pouco mais a direita, é logo a chamar fascistas…
7 de Julho de 2008 às 11:36
@Madalena – só me apraz dizer isto eh eh eh
7 de Julho de 2008 às 13:12
Pois….meus amigos…
Raptar alguém é um acto horrível, condenável a todos os títulos, e sem nada que o possa justificar.
Mas o terrorísmo é uma coisa que não cai do céu aos trambolhões.
E muito menos na Colómbia onde esses maltrapilhos das FARC ocupam 15 a 20% do território e tem um amplo apoio nos sectores mais pobres da sociedade.
As raízes assentam sempre na injustiça, na hipocrisia, na prepotência dos poderosos contra os fracos.
Quando os EUA inventaram o Panamá, retirando-o ao território da Colómbia, fizeram-no através do apoio aos então terroristas a troco da benesse do canal que ficou com esse nome.
Dos sucessivos fantoches ditadores que o Panamá conheceu a “governar” o país, nem se ouve falar: o Panamá é pais amigo e os países amigos podem ter ditadores..
O mesmo que fizeram em muitas ocasiões como por exemplo no Afeganistão onde apoiaram os combatentes da liberdade, na altura os heróis que guerreavam o invasor soviético, e logo, logo transformados nos inqualificáveis terroristas Talibans.
Dispensando mais apresentações, mas estando estes do mesmo lado barricada da Al- Qaeda, justificaram (?) que se raptassem milhares cidadãos de todo o mundo para interrogatórios e torturas em Guantánamo.
Desta vez raptos “bons”.
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Mas não fiquem os senhores do PC contentes ao ler estas linhas julgando que estou de acordo convosco.
Do mesmo modo os outros, os da outra superpotência extinta, a URSS, exerceram o mesmo terrorismo de Estado, anexaram paises, chamaram terroristas aos Chechenos que apenas queriam ser donos do seu destino, e levaram lá o combate ao nível do holocausto e genocídio…e tudo em laudo aos amanhãs que cantam, exactamente iguais em valor transcendente aos”felizes-os-pobres-que-deles-é-o-reino-dos-céus-e-toca-de-ser-pobrezinhos-que-os-ricos-vão-ser-muito-infelizes-quando
-morrerem”, tão conhecido da nossa cultura Cristã…
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Terroristas foram também D. Afonso Henriques e George Washington, Simón Bolivar e Nelson Mandela, Viriato e todos que numa determinada fase da História estavam em contraciclo com o poder. Antes terroristas, depois homens de Estado ou alvos abatidos e relegados à lenda ou ao esquecimento….é assim a História
Regozijo-me com a libertação da senhora Ingrid Betancourt, não há valor mais importante que a liberdade e autodeterminação, e não me merece qualquer simpatia a justificação para os raptos que as FARC perpetuam.
Duvido até que saibam já o porquê do seu combate, a sua causa.
É apenas a miséria e o dinheiro fácil dos raptos ou o seu valor como moeda de troca para eventuais benefícios que subsiste.
O mundo pode e deve fazer algo para acabar com o que está na génese deste fenómeno que tende, como tudo, a tornar-se global.
7 de Julho de 2008 às 14:34
O Muro ainda não caiu para os lados da Soeiro Pereira Gomes…
7 de Julho de 2008 às 15:01
Assunto muito complexo, este do terrorismo. Lembrar que só há alguns dias é que Nelson Mandela foi retirado da lista de terroristas perigosos dos EE. UU. da América, e apenas graças aos “bons ofícios” da Secretária de Estado Condoleza Rice.
E se a este tema lhe juntar-mos o barril de pólvora que é a América Latina, onde na maioria dos países ainda são os descendentes dos colonizadores a impôr os seus direitos seculares sobre os quase mas não totalmente dizimados indios. A situação torna-se de facto deveras difícil de analisar e logo de avaliar de forma correcta.
Agora outra coisa bem diferente, é justificar raptos com o que atrás foi dito.
7 de Julho de 2008 às 15:02
@ RCataluna
E cada vez há mais muros a rodear os condomínios privados….
7 de Julho de 2008 às 15:11
Neste caso, parece-me, as divagações sobre o conceito de “terrorismo” são vazias.
A justificação de actos bárbaros (como a violação continuada dos direitos humanos perpetuados pelas FARC) através daquilo que dizem ser a fundamentação sua acção (falsamente assente na defesa dos direitos, liberdades e garantias dos povos oprimidos) é simplesmente ridícula.
AS FARC SÃO UMA ORGANIZAÇÃO DE CARIZ POLÍTICO QUE LUTA PELA INSTAURAÇÃO FORÇADA DE UM REGIME DE INSPIRAÇÃO MARXISTA-LENINISTA NA COLÔMBIA. Ponto final. Tudo o resto são balelas, justificações vãs, meios para alcançar fins maiores, pretextos para não respeitar a vontade dos Colombianos expressa democraticamente nas urnas.
As FARC não aceitam, pela sua própria natureza ideológica e pela espiral de barbárie em que se envolveram, outra forma de governação que não aquela que é proposta (ou melhor, imposta) por si. Admitir o contrário seria o mesmo que aceitar a sua inutilidade intrínseca como organização.
O PCP, ao apoiar esta organização a todos os níveis ilegítima e criminosa, está, simultaneamente, a renegar o modelo democrático de governação em que vivemos. Modelo esse que, para o bem e para o mal, tanto nos custou alcançar e que importa preservar até que outro melhor nos seja proposto.
7 de Julho de 2008 às 16:13
@ Pontapé
Se há coisa que jamais e principalmente agora neste dealbar da História se pode considerar ” vazia” e ” balelas” são as considerações sobre o terrorismo.
As FARC serão ou não, não vem ao caso, isso que o senhor afirma.
O que é sério, porque tem o gérmen da contaminação, são as causas que geram da parte de quem não tem esperança, a ilusão da luz ao fundo do túnel.
É fácil recrutar entre uma imensa mole de descontentes e famintos, usando até a demagogia. Porque no fundo, no fundo a luta é sempre entre os que tem o poder e os que não o tendo, o ambicionam.
Todos os outros são a carne para canhão inflamados pelo dinheiro, ou motivados pelo sentimento de que estarão a fazer justiça combatendo contra os que dizem-lhes ser a causa da sua miséria.
Acabar com o terrorísmo exige uma postura que se calhar tem a ver com a perda de algum poder da parte de quem o detém.
Perguntar o que querem se não é que o sabem já.
Fazendo as contas, os detentores acham mais barata a frente militar.
Pois siga a marinha…
7 de Julho de 2008 às 17:02
@Charlie
Não deturpe as minhas palavras. Aquilo que disse relativamente ao “vazio” enquadrava apenas a discussão conceptual em torno das FARC serem ou não uma organização “terrorista”. Seria torpe da minha parte relativizar a importância desse problema em termos genéricos.
Quando às “balelas”, também as tira intencionalmente do contexto. “Balelas” é justificar os meios usados pela FARC em função de um fim maior – libertar o povo oprimido. É falso tal! O fim maior das FARC é a INSTAURAÇÃO FORÇADA DE UM REGIME DE INSPIRAÇÃO MARXISTA-LENINISTA NA COLÔMBIA.
Meu caro, todo o seu raciocínio parece assentar na omissão de um dado fundamental: A Colômbia é uma democracia!
Foi o povo que escolheu o seu governo, tal como nós escolhemos o nosso. Não compare a acção das FARC à de Nelson Mandela e à de outros libertários que se opuseram legitimamente a regimes totalitarista em todo o mundo.
Cumprimentos e parabéns pelo blog
7 de Julho de 2008 às 17:18
É verdade.
É uma democracia, formalmente entendida no seu modelo de livre escolha pela maioria da população.
Mas também é uma sociedade de gritantes contrastes e pobreza, germén de todos os fenómenos marginais como é o caso das FARC.
É nessa franja que se tem que trabalhar para secar a fonte que alimenta o terrorismo.
E veja que as FARC andam nesta coisa há 44 anos! Quarenta e quatro anos!
Quarenta e quatro anos diz qualquer coisa, não acha, amigo pontapé lógico?
Acho que já se poderia ter encontrado uma solução qualquer, pois parece-me que só existem há tanto tempo por terem uma base de recrutamento constante, fruto das contradições do sistema politico e social.
Quanto aos parabéns ao blogue, deve endereçar ao João Espinho, ele é que é o dono deste espaço.
Abraço e obrigado pela troca de ideias.
carlos
7 de Julho de 2008 às 17:20
@charlie – se eu fosse dono deste espaço, já há muito que ele estava fechado.
Continuem a trocar ideias.
(se quiserem vou buscar uns caracóis e umas loiras)
7 de Julho de 2008 às 17:33
principalmente as loiras….de caracóis… :))
7 de Julho de 2008 às 17:50
@Charlie & João
Salazar esteve no poder de 1932 e 1968 (36 anos). Também acha que isso quer dizer alguma coisa? Também acha que isso legitima aquela que foi a sua actuação? Ou será que apenas quer dizer que se andou a incorrer no mesmo erro demasiado tempo?
Quanto aos parabéns, esses eram mesmo para o seu blog “Cartas sem Valor”, se bem que o Praça fez “aninhos” há dias, mas esses já foram entregues ao respectivo.
Caracóis: venham eles!
Cumprimentos
7 de Julho de 2008 às 18:03
@madalena – o que é, propriamente, “fascistas”?
7 de Julho de 2008 às 18:20
@ pontapé.
Esteve muito tempo sim senhor, até cair da cadeira, mas as FARC não caem nem à lei da bala, essa é que é a porra que nunca mais tem fim. Parece nascerem debaixo de cada moita… 😉
*
Obrigado pelo elogio às cartitas.
7 de Julho de 2008 às 18:32
oh joão… atão e as loiras? Vêm ou não? É só garganta…?
7 de Julho de 2008 às 19:01
Eu vi logo que vocês …. preferem as loiras! 🙂
7 de Julho de 2008 às 19:33
João Espinho – Se forem loiras com caracois então ainda melhor….
7 de Julho de 2008 às 19:42
ó-ó… e já somos metade de meia dúzia com gostos parecidos. :D))
Com três rodadas e fica uma mesa de esplanada cheia de vasilhames vazios, incluindo as cascas dos simpáticos e gostosos gastrópodes.
7 de Julho de 2008 às 19:44
a pergunta que se impõe mesmo é esta (e eu estou cá para isto), a que horas e onde? eh eh eh
7 de Julho de 2008 às 22:10
Ainda as há, ou cheguei tarde demais? As loiras…
8 de Julho de 2008 às 0:15
Grande texto!
Continue a escrever. Sempre.
8 de Julho de 2008 às 1:11
Está uma pessoa a contar votos, sem jantar e sem uma garrafa de água, e vocês a falar em loiras e sei lá mais o quê!!!
@madalena – loiras não é comigo; nem as que trazem constantemente shampoo branco (vulgo espuma) na cabeça. E das anãs (vulgo mines ) então nem pensar.
8 de Julho de 2008 às 8:39
eu continuo na minha… este tipo de assuntos são demasiado sérios para serem discutidos num blog, o local indicado é mesmo uma esplanada com uma mesa minada de loiras e uns caracóis para animar… eh eh eh