Jun 11 2008
Isto está mau
Estou a ouvir na Radio Pax reportagens em directo junto a postos de abastecimento de combustível, de hipermercados e na rotunda da FAP (concentração de camionistas): o gasóleo esgotou na bomba do Inter, há bens de primeira necessidade que esgotaram e não foram repostos, prevê-se que a gasolina comece a faltar ainda durante o dia de hoje em vários postos de Beja.
Temos uma solução: vamos todos para a Rotunda confraterrnizar com os camionistas, pois parece que por lá nada lhes falta.
Aguardam-se medidas para acabar com esta situação.
11 de Junho de 2008 às 10:23
«Aguardam-se medidas para acabar com esta situação»
A unica medida que estou a ver é por policia nas ruas e parar com os apedrejamentos e coação dos piquetes e deixar trabalhar quem quer… Se se cede a uma chantagem cede-se a todas e amanha sao os agricultores e depois todos… e eu nao acredito q se formos todos para a rotunda de Lx o gasoleo vá baixar…. se o governo deixar de cobrar o imposto na gasolina ou nao tem dinheiro para as despesas orcamentadas (e.g. ordenados exercito, hospitais, escolas, etc) ou entao tem de o ir cobrar a outro lado…
11 de Junho de 2008 às 11:01
Se ficar sem combustivel e nao tiver onde abastecer vou pra rotunda…
…apedrejar os camiões lá estacionados!
11 de Junho de 2008 às 12:20
A situação está a ficar, de facto, fora de controle.
Mas o mesmo se passa em Espanha.
Não sei se os camionistas têm ou não têm razão, mas uma coisa é certa esta paralização não é para fazer baixar o preço das coisas, nem dos combustiveis. Pelo menos para o geral da população.
Estranho que sendo a atitude cada vez mais ilegal – se isto é possivel quantificar assim – não se faça nada, nem a lider da oposição se manifeste. O Euro, afinal, não resolve tudo, mas o senhor Pinto de Sousa está cada vez mais preocupado com a sua biografia (saida hoje) que não deve ter tempo para tratar da questão, ou então são os remorsos pelo buzinão da ponte, onde os socialistas foram activos e barulhentos. Ou não há mesmo solução?
Pela minha parte vou regressar às sopas de pão e alho.
11 de Junho de 2008 às 12:36
A situação era esperada.
Todos os agentes económicos – como todos nós aliás- estabelecem os planeamentos com base em referências. Uma referência é um marco estável, por exemplo custos de operação, impostos, ordenados etc. Se estas mudarem constantemente torna-se impossível cumprir por melhor gestor que se pretenda ser.
11 de Junho de 2008 às 13:14
Esta crise é global, e temo não ter fim à vista.
Todo o mundo cresceu no sec XX com o paradigma do baixo e estável custo da energia.
Isto fez com que o desenvolvimento se baseasse no crude como fonte energética como se esta fosse infinita e eterna.
Ninguém, exceptuando as recentes e tímidas investidas nos campos das energias renováveis, pensou seriamente no que poderia acontecer quando a oferta não conseguisse responder às demandas da procura e o previsível assambarcamento em grande escala por parte das grandes forças económicas que fazem investimentos e especulação nas matérias primas.
A dependência quase total do crude deu nisto!
A escalada do preço contagia todo o ciclo económico, os preços vão ter de aumentar indexando a inflação principalmente na zona euro.
A estabilidade da moeda Euro, o seu valor irá depreciar, e a tendência do Banco Europeu será o do aumento das taxas de juro, numa tentativa que digo eu, desesperada para controlar a pressão inflacionista.
De nada servirá, pois com um factor de custo energético que escapa ao controlo dos Estados, apenas resta ao operadores reflectir sobre os preços ao consumidor final, e isso acrescido dum custo maior resultante dos financiamentos mais caros irá fazer disparar ainda mais a inflação.
Alguém do mundo económico disse há tempos que o preço do petróleo andava doido.
Eu acho que a loucura contagiou todo o mundo e que deveremos estar preparados para algo de muito grave que poderá resultar disto tudo.
11 de Junho de 2008 às 16:33
Já alguém fez as contas de quanto o Estado já amealhou com o aumento dos combustiveis, logo com os proveitos que advêem em termos fiscais. Já pensaram que devia haver um tecto de proveitos fiscais sobre os combustiveis? Por exemplo, e se o Estado só ganhasse X (não percentagem como é agora) por litro, estivessem os combustiveis a 1,50€ ou 2€. E se a Galp e outros levassem com um imposto para compensar o Estado, por não cobrar mais em imposto sobre os combustiveis aos cidadãos e empresas. Se calhar, ainda vamos agradecer este aperto por parte dos camionistas. Se calhar…
11 de Junho de 2008 às 19:34
Vi eu, com estes dois olhinhos, hoje de manhã: gasóleo na Madeira a um ponto duzentos e tal… Um só país? O custo da insularidade?… O Tanas!!!
Pirolito
12 de Junho de 2008 às 1:19
Bom até os GNR se foram bronzear pra rotunda nem sabia que havia tantos
12 de Junho de 2008 às 3:08
Pois é meus amigos estava previsto, uma das primeiras medidas quando este governo entrou em funções foi a de baixar o preço pago aos produtores de energia solar, tornando inviável a sua produção. Lembro-me bem estava na altura a decorrer um congresso no NERBE sobre esse tema, começou às 9.30 e por volta das 11.00 já havia esta boa nova.
Agora realmente foi aumentado esse mesmo preço mas com um ridiculo limite de 3,6 KW, logo não tornando a produção atractiva; mais quem o quer fazer deve ainda instalar uma unidade solar térmica (água quente) que acresce um custo de 2000 euros ao sistema, isto sem períodos de carência ou qualquer outro enquadramento de incentivo a quem quiser arriscar neste investimento, que só será recuperado em 15 anos.
Recordo que o dito sistema tem uma vida útil entre 20 a 25 anos, ora no nosso querido Alentejo temos a luz, o que é bom para a produção, mas também temos o calor que é péssimo para a produção, podendo levar a uma diminuição da eficácia das placas da ordem dos 30%, já para não falar do maior desgaste dos próprios materiais em si. Portanto também me parece que está previsto não durarem tanto.
Já agora quem disse que a central foto-voltaica em Amareleja, só a terra mais quentinha cá do burgo era uma idéia muito bem pensada? Não prevejo quem tenha previsto tal coisa.
O que não estava previsto no orçamento geral do estado era o súbito encaixe financeiro extra proveniente do brutal aumento do petróleo, mas para o ano que vem há eleições e este dinheirito vai dar um jeitão para calar a boca ao povo. Ou não tem sido assim com os anteriores governos? Não vejo porque este havia de ser uma excepção, lá vai chegar uma qualquer benesse para a função pública, um aumentozito nas reformas mais baixa (estas sempre bem vindas).
Parece-me pois que o que fica bem previsto é o nosso actual primeiro primeirar outros 4 anitos. Não creio que desta vez os filiados mais destacados do ps sejam tão activos como nos protestos contra o aumento das portagens de há alguns anos.
A culpa é sempre dos outros, ou da conjectura internacional, ou do barroso, ou da manela, do salazar, do pc, dos skins, é a filosofia do mau aluno da escola primária, alguém tem de ser culpado para que se inocentize o verdadeiro culpado, é do sistema.
Se assim o é só posso concluir que então este governo em tres anos nada fez já que não tem culpa de nada, obviamente é porque não fez.
Se os camionistas tem razão? Sinceramente não sou camionista mas creio que, desta vez, muita razão terão, podem não ter toda mas têm muita, tal como a têm milhões de portugueses que cada vez nos vimos em pior estado. Apertar o cinto era dantes, agora vamos ter de o ferver e comer, nem cinto vamos ter, é melhor que as tangas sejam lavadinhas pois é como vamos ficar novamente.
Só para acabar, existem formas legitímas de protesto mas apedrejar outros é um crime e violento, pode resultar em mortes, causa danos à propriedade é lamentável e é vexatório para quem se quer fazer ouvir e criar simpatias para a sua causa.
12 de Junho de 2008 às 11:04
Pelo que li aqui, vejo que é-se preso por ter cão e por não ter.
Agora que os camionistas fizeram algo, lá vêm uns dizer que fazem assim ou fazem assado.
A verdade é que fizeram e paralisaram o país. Os métodos, não os discuto, pois se tivessem sido brandos nada teriam conseguidos e depressa seriam desbaratados. Vejam os espanhóis e os franceses, eles não brincam em serviço.
Será que o governo não aprendeu a lição na primeira aula ou o povo, neste caso os camionistas têm de fazer mais umas aulitas para que não restem dúvidas de que algo deve ser feito para melhorar o país.
Já chega de apertos aos funcionários públicos. Apertem também quem tem o dinheiro, os grandes capitalistas do petróleo e da banca, os próprios políticos e suas despesas pessoais e dos ministérios.
Sabem que mais, admirado estou de que nada mais forte não tenha acontecido ainda.
El Juanito