Jun 16 2008

Caminhos do Futuro

Publicado por as 11:44 em Geral

O Congresso Alentejo XXI, reunido no passado fim de semana em Beja, confirmou (repetiu) o diagnóstico que ao longo dos anos se tem vindo a fazer à região Alentejo.
Desta vez apontaram-se estratégias de desenvolvimento, vertidas num texto a que chamam de “Declaração de Beja”. É um documento que não carece de exaustiva atenção, pois todos os seus parágrafos estão já nos programas eleitorais das diversas forças políticas.
Em nenhum dos pontos é referido que:
há um inultrapassável fosso que divide os alentejanos;
há feridas que ainda não sararam;
o conservadorismo e a ortodoxia, características dos empresários e agentes políticos no Alentejo, são um forte obstáculo ao desenvolvimento.
Dito isto, acredito que todos estiveram de boa-fé no referido congresso, mas que nenhum acredita que, no próximo encontro, alguma coisa de significativo se tenha alterado.
Porque os actores vão ser os mesmos.

Share

35 Resposta a “Caminhos do Futuro”

  1. maremoto diz:

    O problema é então dos actores? Mudando os actores, algo mudaria?
    (Para além do óbvio “sim” interessa perceber o quê?)

    «««o conservadorismo e a ortodoxia, características dos empresários e agentes políticos no Alentejo, são um forte obstáculo ao desenvolvimento»»» concordo plenamente. O que fazer? Como fazer?

    O velho problema: o diagnóstico está (à muito) feito. A questão é como aplicar a terapeutica.

    Como posso ter acesso à chamada “declaração de Beja” sabe se, por causa, existe algures, na net.?

    Obrigado.

  2. José diz:

    Suponho q

  3. João Espinho diz:

    @maremoto – u got mail!
    @josé – que?

  4. José diz:

    Suponho que seja uma visão sua, distanciada do que se passou no Congresso.
    Eu tenho outra, de quem esteve presente, que é naturalmente diferente, não é melhor nem pior, é diferente.

    Pois acho que Sim, valeu a pena realizar este Congresso, repetindo muito do diagnóstico já feito sobre a região, mas também com muitas propostas de intervenção.

    Sim o Congresso foi um sucesso.
    Sim, a organização do mesmo foi muito profissional, embora com pequenas falhas.
    Sim, estiveram presentes 600 congressistas.
    Sim, muitos eram comunistas, mas não houve noticia de nenhuma criancinha comida.
    Sim, o PS esteve em força no Congresso, incluindo o de Beja.
    Sim, do distrito de Beja faltaram sem surpresa apenas dois Presidentes de Câmara o de
    Cuba e o de Ferreira do Alentejo
    Sim, o PSD de Beja primou pela ausência, mas isso é generalizado ao país.
    Sim, o Congresso teve conclusões, contrariando a tentativa de condicionar as mesmas,
    manifestada por exemplo pelo Deputado Pita Ameixa, que teve em Pulido Valente
    o seu moço de recados no Congresso sobre esta matéria.
    Sim, a Comissão de Redacção produziu uma resenha dos trabalhos, que mereceu a
    aprovação unânime do secretariado e o aplauso dos Congressistas.
    Sim, o Alentejo tem Futuro, concluiu o Congresso, assim saibamos agarrá-lo.

  5. João Espinho diz:

    @josé – acrescente mais um “sim”:
    Sim, a “declaração de Beja” foi um documento cozinhado muito antes da abertura do Congresso (se quiser digo-lhe a data) e só foi necessário dar-lhe os condimentos finais para parecer que foi elaborado durante a ocasião.

    Há mais “sim”, mas ficam para quem os souber ler.

  6. maremoto diz:

    Obrigado, pelo “doc. de beja” recebido.
    Vou ler com atenção. (mas só logo, pela noite)
    Um abraço.

  7. José diz:

    Não sei se foi ou não “cozinhado” antes do Congresso, mas e se foi, não vejo qual é o problema, o que importa é que o mesmo mereceu a aprovação do secretariado e dos congressistas.
    quanto aos outros “sim” cada um saberá dos seus e dos quizer ler.
    Já agora a Declaração de Beja está disponivel na noticia de hoje da Rádio Voz da Planicie

  8. João Espinho diz:

    @josé – eu acharia normal que o documento estivesse pronto, cozinhado e pré-aprovado se se tratasse de um evento do PCP. Mas como estavam lá tantos socialistas, a coisa pareceu-me estranha.
    Já agora, e há pouco deixei passar em branco, você fala em “moço de recados”, referindo-se a JPV. Deveria ter falado nos verdadeiros moços de recados que, como sabemos, são a “voz do dono”.
    Se esteve lá, também os deve ter visto, porque ouvi-los, só na meia-laranja.

  9. José diz:

    Quando fala em “verdadeiros moços de recados” quer fazer a diferença entre JPV e os outros “certamente os comunistas, esses sim são a voz do dono os outros não, jamais, em tempo algum, até porque para si o mundo divide-se apenas em dois lados os comunistas e os outros, por isso parto então do principio que esteve no Congresso e fala por isso com conhecimento de causa ou então a sua capacidade de análise é de tal ordem, que quase acredito que seria capaz de descrever todo, mas mesmo todo o Congresso, até porque você não é nada o tipo de ter preconceitos em relação a tudo o que não seja o seu umbigo.
    Quanto ao documento estar ou não pré- feito como sabe é completamente secundário

  10. João Espinho diz:

    Ó José, desculpe lá, mas acha que temos que estar em determinado local para saber o que lá se passa? Não me diga que você precisa de ir a Fátima para saber o que lá se passa a cada 13 de Maio…
    Preconceitos não tenho, principalmente quando se trata de abordar a ortodoxia do PCP.
    Quanto ao meu umbigo, deixe-o lá estar onde está, que está muito bem.
    (essa história do umbigo está tão gasta que até parece que o referido tem cotão. tão previsíveis).

  11. João diz:

    Como diz o José e bem, é necessário é documentarmo-nos para podermos cagar sentenças. Se não a nossa credibilidade para o fazermos é nula.

  12. João Espinho diz:

    Cagar sentenças aplica-se, no discurso do José, em que parágrafo?

  13. fm estéril diz:

    o congresso foi muito bom.
    o xico brilhou, brilhou e brilhou.
    as ruas estavam cheias… de grupos corais manipulados.
    o PC fez o trabalho de casa e encheu a sala com todos os seus quadros e “cães de fila”.
    o congresso não tem emenda.
    o Alentejo não sei se tem emenda.
    os comunistas como o José continuam iguais a si próprios e também não têm emenda.

    e ainda há quem dê para peditórios destes!

  14. João Espinho diz:

    @fm – e este foi um peditório muito caro. Sabendo a inconsequência do mesmo, há muita verba que se perdeu. Em nome do quê? O futuro se encarregará de esclarecer.

  15. Mayday diz:

    O que interessa é que muitos como eu tiveram que mudar de cidade e de região para arranjar emprego. Eu e amigos meus licenciados não conseguiram uma oportunidade na cidade onde cresceram. Começo a tomar raiva a Beja, não às pessoas, nem à cidade, mas ao clima social que parece que não avança, às cunhas, às mesquinhices e ao destino da desertificação que parece certo.

  16. Fátima diz:

    Como é que na era de globalização alguém ainda estranha ter de partir do Alentejo para encontrar emprego? Este fenómero verificou-se ao longo de décadas .Muitos partiram para a capital outros ainda para mais longe. Esperariamos estar melhor, mas a desertificação é mal de todo o interior e culpa não é dos que lutam pelo e no Alentejo mas essencialmente do poder central que sempre nos votou ao abandono. E com o número crescente (felizmente) de licenciados, nem o país tem capacidade de resposta para absorver todos eles, quanto mais o Alentejo.
    Aceitaram alegremente o liberalismo e a globalização?Estamos todos a pagar as consequências.É a lei do mercado que tudo justifica.
    Pronto… mas a culpa deve ser dos comunistas!

  17. Marco diz:

    @Mayday
    Você está sempre a chorar que partiu, que o seu curso, os seus amigos, blá blá blá
    diga lá só uma coisinha que curso tirou, que projectos desenvolveu, o que é que já fez tirando o seu cursinho, só para vermos que sumidade perdeu a cidade com a sua partida

  18. João Espinho diz:

    @fátima – se os governos centrais tivessem a cor que a gente cá sabe, então sim, havia empregos para toda a gente e o sol brilhava mais forte, certo?

  19. João Espinho diz:

    @marco – você deve ser um tipo cheio de sucesso. Só pode! Tem cartão?

  20. aldeão diz:

    Este evento é sintomático porque razão a nossa reunião não se impõe: a divisão política. Repare, estiveram todas as Câmaras presentes com excepção de duas. Pois bem, em vez de se criticarem os que desde o primeiro momento tudo fizeram para desvalorizar o evento criticam-se os que participaram e que, ao menos, possibilitaram que durante um dia o Alentejo fosse notícia. Mas já nada me espanta. Esses que agora ficaram de fora quem é que apresentaram como candidato a deputado pelo círculo de Beja? O Marcos Perestello que nada tem a ver com a região e que à primeira oportunidade trocou a representação do distrito de Beja por um lugar de vereador na Câmarade Lisboa. Mas isso você não critica, porque o seu partido também não deixou os créditos em mão alheias: apresentou uma tal Glória Marques da Costa que a única ligação que tem ao Alentejo deve ser quando vai de passagem para o Algarve. Mas para si, deve ser com estes exemplos que o Alentejo se desenvolve.

  21. João Espinho diz:

    @aldeão – não acha injusto jogar-me à cara a escolha do meu partido, quando se sabe e foi publicamente conhecida a minha posição relativamente a essa escolha assim como o meu sentido de voto nessas legislativas?
    Adiante.
    Gostaria que não embarcasse na onda dos comentários, onde tudo é ou anti-comunismo ou comunismo.
    Leia o que escrevi e não se detenha a imaginar entrelinhas.
    Repito:
    há um inultrapassável fosso que divide os alentejanos;
    há feridas que ainda não sararam;
    o conservadorismo e a ortodoxia, características dos empresários e agentes políticos no Alentejo, são um forte obstáculo ao desenvolvimento.

    E contra isto não há Congresso que lhe valha.

  22. aldeão diz:

    @ Nikonman,

    Não tenho pejo em reconhecer a sua postura face à escolha do seu partido para o distrito de Beja nas últimas legislativas, mas como a senhora não foi eleita a questão foi ultrapassada. Mais grave para mim foi a situação do PS em que o referido deputado caíu aqui de pára-quedas e à primeira oportunidade mandou os alentejanos às urtigas, por troca de um lugar de vereador numa Câmara Municipal. Sobre este assunto, a não ser que tenha estado distraído, nunca vi um post seu a criticar esta atitude. No entanto, quando se trata de iniciativas que pretendem colocar o Alentejo no centro da discussão (BAL21, Congresso do Alentejo), ainda a procissão não saíu do adro e já o evento está descredibilizado.

    Se existe um “inultrapassável fosso que divide os alentejanos” se “há feridas que ainda não sararam” temos que criticar os que em cada momento contribuem para este estado de coisas e, no caso presente, foram os que desde a primeira hora criticaram o Congresso e anunciaram a sua ausência quem contribuíu para a manutenção do fosso.

  23. João Barros diz:

    Mayday – Assino por baixo

    Marco – tem toda a razão no que diz, só as elites é que podem estar em beja… especialmente as que têm cartão de socio da foice e enchada club… eu até sugeria uma coisa colocar fronteiras nas entradas da cidade e mandar para tras todas e quaisquer pessoas que não tivessem provas dadas numa area especifica… o grave desta medida é que uma parte da população de beja que um dia fosse a praia já não entrava….

    JE – isto há com cada cromo que até arrepia, seria algo interessante para por aqui no blog, uma secção de cromos, isto com um sistema de votos por mensagem ainda dava uns trocos eheheh

  24. Marco diz:

    @Mayday e @João Barros

    Essa dos cromos é boa, claro que o joão Barros jamais entraria nessa lista, porque cromos, cromos são os outros.
    Quanto ao argumento recorrente por aqui, que tiveram que sair de Beja porque por aqui só se arranja trabalho com o cartão do PCP, bem eu lanço um desafio, por cada técnico(só para falar de Licenciados) que identifique na cidade colocado em organismos publicos(incluindo a CMB) que sejam apoiantes co PCP (já nem digo militantes) eu comprometo-me a colocar 5 que não sejam.
    Aqui entram todos aqueles cursos todos que nós sabemos que tem uma grande saida profissional(que muitos tiraram só para ter um canudo) como Assistente Social, Psicologos , Investigação social aplicada, advogados etc etc. E que se acham no direito a ter um emprego nos organismos públicos.

  25. João Espinho diz:

    @marco – não duvide que, aqui em Beja, ter cartão do PCP só traz vantagens. Mais: nem é preciso ter cartão; basta não fazer ondas. Acrescento: os beneficiados não são só do PCP; há-os de todas as cores. Têm em comum não fazer ondas e sabem quando têm que andar de braço dado com a elite do PCP. Não tem dúvidas, pois não?
    (não espere que lhe faça lista nominal. a gente até os conhece)

  26. João Barros diz:

    Marco – Eu seria o cromo numero 1, ao menos que fosse o numero 1 em alguma coisa
    quanto o topico dos licenciados, bem licenciados podem haver muitos, licenciados a trabalhar na sua area de especialização é que já é mais complicado… isso já parece o discurso do pinocrates que anda a passar na secretaria tudo o que seja estudante, a dar canudos como se não houvesse amanhã e depois emprego na area de formação é mentira, então em Beja muito menos, sim porque pelos vistos e a seu ver, Beja é uma cidade que respira saude em trabalho especializado….

  27. Marco diz:

    @ João Espinho – Eu também acho que ter cartão do PCP só traz vantagens. Tenho pena que não queira entrar na brincadeira dos nomes por mim não me importava nada. Gostei dessa de andar de braço dado com a elite do PCP, até porque ela que coloca os técnicos por exemplo: na EDIA, Segurança Social, Governo Civil, Hospital, Finanças, Instituto Politécnico, Instituto de Estradas, Escolas, Finanças em todas as Câmaras Municipais etc etc.
    @João Barros – Não, Beja não respira saude em trabalho especializado, tal como todo o interior de norte a sul, para já não dizer o país, querer no entanto sacar essa resaponsabilidade aos municipios sejam eles de que partidos, parece pouco sério.
    Sim há uma febre louca para aumentar o nível de escolaridade de forma artificial e balofa que não vai levar Portugal a bom porto, mas também se tiver em conta a forma como o próprio 1º ministro conseguiu as suas hablitações não é para estranhar, mas é para lamentar.

  28. João Barros diz:

    Marco – O interior está mau… como todo o pais, mas quer comparar Beja com Évora, Castelo Branco, Covilhã, Guarda, Portalegre, Viseu…? só cidades do interior. talvez no dia que a rapaziada da foice tire os óculos de Alcanena, e comecem a ver que o mundo cor de rosa que tanto apregoam não é possível em lado algum, talvez ai sim se consiga ver uma ténue luz ao fundo do túnel…

  29. João Espinho diz:

    @marco – o número dos que aponta é inferior aos que são bafejados pelas benesses da cor vermelha. Não confunda: no grupo dos segundos há gente de todas as cores. É transversal. Para alguns é uma questão de sobrevivência. Sabe disso, não sabe?
    (apontar nomes é uma brincadeira em que não entro e que também não vou permitir; nem com metáforas ou entrelinhas mais ou menos codificadas).

  30. joão diz:

    Seria muito interessante que o autor deste blogue que tanto gosta de criticar tudo e todos desde que não sejam dos seus apaniguados me desse um exemplo de que tenha tido uma atitude critica pública em relação às suas chefias.Experimente, mostre que é corajoso e que não tem medo de fazer ondas.Será que o serviço onde vc trabalha tudo é perfeito??????????

  31. João Espinho diz:

    Ó João, a feira de castro é só em Outubro!

  32. João Espinho diz:

    @joão – não tinha visto donde você estava a escrever. Está desculpado e percebo aquilo que o amordaça.
    Respondendo: sou funcionário público, pelo que as queixas que tenho são comuns a todos os que trabalham para o Estado.
    Não, no meu serviço nem tudo é perfeito: tenho andado a matar uma praga de moscas com tira-nódoas porque o insecticida não está previsto nas requisições. De resto, coragem é aquilo que não me falta. Mas, como já disse, percebo que você não a tenha.

  33. FXXXXXX diz:

    F……., cagem neste cromo do espinho pq ele como não comunica com mais ninguém, e é um anti-comunista primário, só consegue é falar mal deles, por isso caguei para ti!!!!!

  34. João Espinho diz:

    @fxxxx – a avaliar donde veio, calculo que na DORBE não tenha aprendido outra coisa que esse tipo de linguagem. Neurónios queimados, I guess!

  35. Mayday diz:

    @marco

    Não tenho cartão de qualquer partido e nem o meu comentário iria nesse sentido.
    Também não tenho de provar a ninguém do trabalho que já realizei. Desde os meus 17anos que sei o que é trabalhar.
    Apesar de ter sido através de contratos precários e estágios já me considero com alguma experiencia. O certo é que consegui colocação numa cidade que não é a minha. E acredite Marco, a cidade nada perdeu com a minha saída, eu é que fiquei a perder algumas coisas e ganhei outras. Continue assim

Deixe Uma Resposta