Jun 25 2008
Conversas da treta
A propósito do boletim que aqui refiro, leia-se a última página e tente-se perceber do que se trata. É um programa eleitoral? É um lençol de boas intenções? É o quê, afinal?
Jun 25 2008
A propósito do boletim que aqui refiro, leia-se a última página e tente-se perceber do que se trata. É um programa eleitoral? É um lençol de boas intenções? É o quê, afinal?
25 de Junho de 2008 às 14:28
E os indicadores? E as metas? Onde fica o “Quando” e o “Quanto” no meio de tudo isto? O costume: objectivos genéricos, vulgarmente conhecidos por “promessas vãs”.
25 de Junho de 2008 às 16:55
Sendo, por inerência de feitio, um leitor compulsivo, acumulei por ciclos de vida vividos, a defesa seleccionada da não leitura.
Ninguém me fará perder um segundo a ler um manual de dieta vegetariana escrito por uma qualquer raposa e muito menos uma tese de doutoramento posto à luz do dia pelas mãos habilidosas dum lobo que diz ir comer a avozinha quando os olhos meus o vêem salivar pelo capucinho de cor igual ao do seu desejo.
Já não perco nem um segundo a ler o que sei de antemão ser tão só espaço coberto de letras. Essas que de tão poucas podem dizer tanto e que tantas em desperdício conseguem a antítese de dizer coisa alguma.
Combater a desertificação, dizem, li por entrelinhas e sem querer. Isto quando toda a gente está careca de saber que a lei de Honte casa lindamente o vazio de centenas de hectares com o ratio de dois casais de velhotes por unidade, os quais tendo visto a rua pintada nas vésperas de eleições, foram levados de autocarro até à Expo-Parque nas Nações a troco seguro do voto certo.
Fazem-se panfletos, declarações às quais já lhes dei o crédito de serem de intenções e cumprem-se calendários.
Ao menos que se poupe dinheiro e guarde o esforço para enxotar as moscas.
Não vale a pena ler a placa vistosa a anunciar o conteúdo da carruagem quando basta o chocalhar da dita para ver a moleza que lá vai dentro.