Mai 30 2008
Chá de hortelã
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Nessa tarde o Sol escaldava o bastante para apetecer uma limonada bem fresca, algo que conseguisse atenuar o calor desse último dia de Maio.
Não lhe apetecia sair, mas ao mesmo tempo algo o impulsionava a desafiá-la.
Convidá-la para sua casa não era hipótese viável. Com que motivos, que razões apresentar?
Mas queria ardentemente estar perto dela, ver-lhe os olhos, sentir-lhe o cheiro.
Convidou-a para um chá. O seu chá preferido. Que sabia lhe iria refrescar a boca e os impulsos.
Na pastelaria pediu que lhe preparassem 2 chás e, se possível, o servissem bem fresco.
Quando ela chegou, o chá estava pronto. Ele olhou-a e percebeu que ela o estava a analisar profundamente.
Sentiu-lhe o aroma do perfume que trazia. O sorriso pareceu-lhe único.
Ela bebia-lhe as palavras enquanto saboreava o chá. Ou talvez o contrário.
Trocaram breves ideias sobre coisas vulgares.
Despediram-se.
Mas sabiam que aquele seria o primeiro. De muitos encontros.
Foi há quatro anos. Mesmo contrariando a meteorologia, o Sol continua a escaldar.
Os desafios aquecem-nos. Os olhares são mais intensos. As palavras, essas, não têm espaços, porque entre nós não há vírgulas e as reticências não são mais do que sinais que se estendem até ao infinito… onde nos (re)descobrimos e deixamos que o chá de hortelã regue as raízes que alimentam o nosso Amor.
foto: joão espinho
31 de Maio de 2008 às 8:42
great macro