Mai 17 2008
Caminhos interrompidos
foto: joão espinho
Quando trilhamos um caminho, sabemos que vamos encontrar obstáculos.
Porém, há sinais que nos dizem para não continuar.
Se o fizermos, prosseguimos por nossa conta e risco.
Interromper a viagem pode ser a solução, quando se deseja que os sinais sejam temporários.
18 de Maio de 2008 às 12:15
Exmo Sr João Espinho,
Peço a sua permissão não só para utilizar o seu estraordinário Blog, dado o assunto lhe dizer indirectamente respeito pois pertence à Assembleia Municipal de Beja,mas também porque se trata da Praça da República de Beja, que pelos vistos lhe é tão querida.
Há mais de quatro décadas a residir nesta cidade de Beja, muito poucas vezes vou aos vários espectáculos que o Cine-Teatro Pax Júlia oferece com regulariedade, dada a minha vida profissional e familiar. No entanto este fim-de-semana, resolvi abrir uma excepção, dado ser um apreciador de jazz e sobretudo de piano, e assitir no sábado dia 17/05/2008 ao concerto de Bernardo Sassetti de quem aliás sou admirador.
Como todos nós que aqui residimos sabemos, não é fácil estacionar naquela zona e àquela hora, nesses dias; pelo que fiz uma primeira tentativa exploradora ao parque de estacionamento em frente da Cooperativa Proletário Alentejano. Não tive sorte, pois não havia um único lugar disponivel para o meu carro.
Segui então em direcção ao que fica ao lado da Igreja de Santa Maria, mas acabei por voltar para trás e subir a rua em direcção ao cine-teatro, mas nada nem um único lugar à vista.
Desci depois a “Rua do Marçal” em direcção ao jardim do bacalhau, continuei em frente e voltei a subir a rua de acesso à Praça da República.
Já dentro desta reparo estasiado para um lugar na fila continua e ininterrupta de carros estacionados no lado direito. Parecia uma dádiva dos céus.
Lá estacionei finalmente e ála que se estava a fazer tarde; lá fui, Rua dos Infantes a caminho do tão desejado Bernardo Sassetti.
De facto é um pianista brilhante e que merecia muito mais do que um terço dos lugares da sala preenchidos.
Porque é que não vão pessoas a estes espectáculos, que aliás são subsidiados por todos nós? Talvez a resposta seja a que me leva a escrever esta mensagem.
À saída, nas habituais despedidas de pessoas que aqui habitam mas que passamos anos sem nos encontrarmos, surgiu a proposta: E que tal se fossemos beber um copo a um espaço que abriu agora na Rua do Touro e onde até é proibido fumar? – Porque não, pensei eu . É sábado e além de se esquecer um pouco as chatices do dia-a-dia, é uma boa altura para conviver com amigos que já não vejo há tempo.
A conversa foi agradável, embora os temas fossem sobretudo as recordações do passado. E quando me dei conta, já passava algum tempo da meia-noite. Pelo que despedi-me e lá fui de novo em direcção à Praça da República.
Quando me aproximo do carro, reparo na presença de um bilhete no pára-brisas e para meu grande espanto, verifico de facto tartar-se daqueles habituais com que a Policia de Segurança Pública nos costuma brindar. E onde consta que o Comando da Polícia de Beja me informa que às 00 horas e 15 mn tinha o meu veículo na Praça da República em frente ao nº________, em contravenção ao disposto no Artº 24º RST, a que corresponde a coima de cerca de 20 €.
Fiquei de boca aberta, pois levo os meus filhos há 3 anos ao Conservatório Regional do Baixo Alentejo, um pouco à frente do qual estacionei o carro. Pois até é frequente deixar aí o mesmo, sem que nunca tenha dado conta ser tal facto interdito. Ainda procurei algum sinal de trânsito recente, que tivesse alterado o gesto que tantas pessoas fazem diárimente aí, mas não…Não consegui detectar o motivo da coima. E ainda menos sei o que é o 24º RST.
Claro que a PSP de Beja conseguiu estragar uma noite que parecia para voltar a repetir. E não vou cair na tentação de culpabilizar o Agente (que aliás está bem identificado no bilhete) que terá certamente nessa noite conseguido atingir os objectivos em termos multas, pois todos os carros alí presentes estavam na mesma situação.
Quero acreditar que cumpriu com zelo as ordens que a sua cadeia hierárquica lhe mandou cumprir, a qual termina no Sr Governador Civil.
Assim o que me leva a escrever tudo isto, é que pensava eu que os cidadãos seriam multados quando não cumprissem com as suas obrigações e leis, as quais deveriam ser do seu conhecimento prévio. Depois que as mesmas seriam aplicadas a todos, todos os dias e a todas as horas. E por último deveriamos ter a certeza que as forças de segurança como a PSP são entidades que a todos merecem respeito e ser consideradas pelo seu trabalho.
Por último salientar que se é desta forma que se pretende dinamizar e a cultura e o Centro Histórico de Beja, acabam de perder um adepto.
O meu obrigado.
19 de Maio de 2008 às 12:52
@Jorge matos – sabe… não é que aconteca sempre, mas é certo que em alguns sábados à noite os senhores agentes costumam deixar esses bilhetes a quem costumar ir para a borga e deixar os veiculos estacionados nesse local.
Acho que tem um sinal que proibe o estacionamento de dia, de noite, acho que nada indica que é também proibido.
Cumprimentos
5 de Abril de 2009 às 22:30
[…] foto daqui […]