Mai 19 2008
Correio do leitor
Foi deixado aí para baixo em caixa de comentário. Dadas as questões que levanta, traz-se para post.
“Há mais de quatro décadas a residir nesta cidade de Beja, muito poucas vezes vou aos vários espectáculos que o Cine-Teatro Pax Júlia oferece com regulariedade, dada a minha vida profissional e familiar. No entanto, este fim-de-semana, resolvi abrir uma excepção, dado ser um apreciador de jazz e sobretudo de piano, e assitir no sábado dia 17/05/2008 ao concerto de Bernardo Sassetti de quem, aliás, sou admirador.
Como todos nós que aqui residimos sabemos, não é fácil estacionar naquela zona e àquela hora, nesses dias; pelo que fiz uma primeira tentativa exploradora ao parque de estacionamento em frente da Cooperativa Proletário Alentejano. Não tive sorte, pois não havia um único lugar disponivel para o meu carro.
Segui então em direcção ao que fica ao lado da Igreja de Santa Maria, mas acabei por voltar para trás e subir a rua em direcção ao cine-teatro, mas nada nem um único lugar à vista.
Desci depois a “Rua do Marçal” em direcção ao jardim do bacalhau, continuei em frente e voltei a subir a rua de acesso à Praça da República.
Já dentro desta, reparo estasiado para um lugar na fila contínua e ininterrupta de carros estacionados no lado direito. Parecia uma dádiva dos céus.
Lá estacionei finalmente e ála que se estava a fazer tarde; lá fui, Rua dos Infantes a caminho do tão desejado Bernardo Sassetti.
De facto é um pianista brilhante e que merecia muito mais do que um terço dos lugares da sala preenchidos.
Porque é que não vão pessoas a estes espectáculos, que aliás são subsidiados por todos nós? Talvez a resposta seja a que me leva a escrever esta mensagem.
À saída, nas habituais despedidas de pessoas que aqui habitam mas que passamos anos sem nos encontrarmos, surgiu a proposta: E que tal se fossemos beber um copo a um espaço que abriu agora na Rua do Touro e onde até é proibido fumar? – Porque não, pensei eu . É sábado e além de se esquecer um pouco as chatices do dia-a-dia, é uma boa altura para conviver com amigos que já não vejo há tempo.
A conversa foi agradável, embora os temas fossem sobretudo as recordações do passado. E quando me dei conta, já passava algum tempo da meia-noite. Pelo que despedi-me e lá fui de novo em direcção à Praça da República.
Quando me aproximo do carro, reparo na presença de um bilhete no pára-brisas e para meu grande espanto, verifico de facto tartar-se daqueles habituais com que a Policia de Segurança Pública nos costuma brindar. E onde consta que o Comando da Polícia de Beja me informa que às 00 horas e 15 mn tinha o meu veículo na Praça da República em frente ao nº________, em contravenção ao disposto no Artº 24º RST, a que corresponde a coima de cerca de 20 €.
Fiquei de boca aberta, pois levo os meus filhos há 3 anos ao Conservatório Regional do Baixo Alentejo, um pouco à frente do qual estacionei o carro. Pois até é frequente deixar aí o mesmo, sem que nunca tenha dado conta ser tal facto interdito. Ainda procurei algum sinal de trânsito recente, que tivesse alterado o gesto que tantas pessoas fazem diariamente aí, mas não…Não consegui detectar o motivo da coima. E ainda menos sei o que é o 24º RST.
Claro que a PSP de Beja conseguiu estragar uma noite que parecia para voltar a repetir. E não vou cair na tentação de culpabilizar o Agente (que aliás está bem identificado no bilhete) que terá certamente nessa noite conseguido atingir os objectivos em termos multas, pois todos os carros alí presentes estavam na mesma situação.
Quero acreditar que cumpriu com zelo as ordens que a sua cadeia hierárquica lhe mandou cumprir, a qual termina no Sr Governador Civil.
Assim o que me leva a escrever tudo isto, é que pensava eu que os cidadãos seriam multados quando não cumprissem com as suas obrigações e leis, as quais deveriam ser do seu conhecimento prévio. Depois que as mesmas seriam aplicadas a todos, todos os dias e a todas as horas. E por último deveriamos ter a certeza que as forças de segurança como a PSP são entidades que a todos merecem respeito e ser consideradas pelo seu trabalho.
Por último salientar que se é desta forma que se pretende dinamizar e a cultura e o Centro Histórico de Beja, acabam de perder um adepto.”
19 de Maio de 2008 às 11:44
Só duas notas, quanto a questão do lugar para estacionar, não se trata de ser febre de sabado a noite, é mesmo um problema diário para os residentes
A segunda nota em relação a multa… bem afinal de contas eles têm de trabalhar, quando fazem falta nunca estão disponíveis, porque ou muito me engano ou andam na dita caça a multa ou gostam de chatear a malta, que as leis são para cumprir ninguem tem duvidas, mas dai a ligar o implicador vai uma distancia… talvez seja o efeito ASAE a funcionar…
19 de Maio de 2008 às 12:06
Curiosidade: será que a passagem de multas teve alguma coisa a ver com a reunião do PSD que estava a decorrer na sede?
As multas só foram passadas depois de acabar o concerto no Pax Julia (para se evitarem as multas aos carros que estacionam em frente ao Teatro onde antigamente havia um parque de estacionamento e que uma mente inteligente decidiu abolir)?
Há aí várias questões que mereciam esclarecimento.
19 de Maio de 2008 às 13:03
Completamente ridículo.
Proposta: Não saia de casa, deixe estar que nós não vamos dar pela sua falta no Pax Júlia.
E já agora, que tal vir a pé?
E ainda outra, que tal deixar o carro no Parque de Estacionamento da Av. Miguel Fernandes
Equacionar que uma eventual falta de público no seu concerto se fica a dever ao estacionamento é realmente de uma parolice a toda a prova, isso quer dizer que quando o Pax julis esgota e são muitas as vezes as pessoas levam os carros no bolso.
19 de Maio de 2008 às 13:50
@josé – modere a linguagem.
19 de Maio de 2008 às 14:07
Concordo com o José e não percebo onde é que a sua linguagem tenha que ser moderada….Será que é proíbido dizer as verdades? Será que a verdade já é assim tão inconveniente? Falam , Falam, que nunca há nada na cidade, mas é curioso que esses mesmos que estão sempre a falar ninguém os vê em lado nenhum, a não ser na blogoesfera. …João
19 de Maio de 2008 às 14:13
@joão – se você aí na CMB está habituado a chamar parolos aos seus colegas e eles engolem, o problema é vosso. Agora aqui, não!
“mas é curioso que esses mesmos que estão sempre a falar ninguém os vê em lado nenhum, a não ser na blogoesfera” – essa cassette está gasta, não acha?
19 de Maio de 2008 às 16:01
João e José:
Quando se deslocam para aquela zona, deixam sempre os vossos carros no Parque de Estacionamento da Av. Miguel Fernandes?
Devem ser pessoas muito abonadas. Quem me dera ser assim também.
Mas o cerne da questão está em se é proibido ou não estacionar naquele local? Se o é, desde quando? E onde está pelos vistos a informação do facto?
19 de Maio de 2008 às 16:23
Meu Deus
quanta sensibilidade caro João Espinho, confesso de todo, que não lhe conhecia esta faceta, isto claro está, pela forma como habitualmente trata as pessoas que não concordam consigo aqui no seu blog.
Mas mais vale tarde que nunca, vou guardar este termo “parolo” ,para usar como bitola do que você considera linguagem excessiva pode ser que sirva para alguma coisa.
19 de Maio de 2008 às 16:31
@josé – deixemos as religiões de lado. Se você vier aqui e me chamar parolo, o mínimo é eu devolver-lhe na mesma moeda. Se eu o tratar por parolo só poderei esperar resposta na mesma moeda. Certo?
Mas não posso permitir que comentadores se andem a tratar nesses termos. Terei que ser árbitro, não é? Pois você não gostaria que chegasse aqui um anónimo (como você) e o tratasse em termos pouco civilizados, não é?
De resto, o tratamento que dou a quem não concorda comigo é adequado ao tipo de linguagem. Ou tem dúvidas de que assim seja?
19 de Maio de 2008 às 18:29
Fez-se um Parque que viria a dar resposta aos espaços de estacionamentos retirados da Praça.
Diria o Bobo da corte:
” que sublime, Senhores
Suas Altezas.
Condes, Marqueses e Marquesas
que ficou
o que dantes era a Praça.
Vede como se quedou
cheia de graça
e leveza.
Não mais conspurcada
por essas coisas malsãs
e baratas
que o povo-ralé após a promenada
encostava ao redor
do centro do poder
aleivosando-o com essas suas latas.
Mas sois vós também que exemplais
quando com caleches e coches,
– embora o berço vosso o mereça-
encheis também a Praça
de brilhos ao sol, ou sob as noites archotes
com vossas montadas
e Fidalgas rodas e riquezas,
Sujeitando o povo pelo exemplo
à inclemência das Milícias
Tendes também agora
sob o solo que foi e voltou a ser Corredoira
estalagem paga
de pagens guardadas
para o descanso do coches e alimárias.
Bem sei que vos desagrado
Meu Senhor, e a vós Fidalgos
de origens várias
Mas preciso agora da Vossa misericórdia
Senhores e Sua Alteza
Que eu bobo,
digo na minha torpeza
isso e o que me apraz.
Mas tenho a certeza
que o Povo sabendo-me
da Vossa Mercê lacaio
se irá vingar embora dizendo
o que me apeteça
dando o corte cerce
pelos ombros
ao que chamo e guardo
como minha cabeça.”
Tudo isto verdade seria
transposto para estes tempos,
já de Fidalgos e Nobres liberto,
(que não de bobos é certo),
não fora o facto do pargue no largo
q´sob a Corredoira se fez Avenida,
ter nas noites a desdita
de fechar a estalagem com as alimárias
às horas em que os cavaleiros
findos das festas e romarias
precisam de retomar caminho.
de tiradas puxando carrinhos
ou em monta dos dorsos selados
norteando os destinos vários
cavalgado as animalescas ditas…
19 de Maio de 2008 às 18:31
Imaginem…logo ele ser o árbitro. Só se tiver a mesma independência dos do “apito dourado”. Isto porque não se lhe conhecesse o papel que lhe competia de moderador. Ele é tão só o senhor censor. Enfim, um pequenino e ridiculo censor. Ainda por cima mal educado. Ainda por cima não consegue conviver com opiniões diferentes das dele.
19 de Maio de 2008 às 18:38
@pedro (qual será o nome original que virá a seguir?) – censor e mal educado. Por acaso até sou, mas só com hipócritas que se escondem no anonimato. De resto, nada de novo, vindo donde vem!
(o frenesim em que esta malta se mete quando pensam que lhes estamos a tocar nas partes fracas. nem sabem ler o que está escrito)
19 de Maio de 2008 às 18:53
E que tal responder às questões cruciais do post?
19 de Maio de 2008 às 19:00
@fialho de almeida – isso é que é mais difícil porque o comité que aqui vem só lê na diagonal. O que interessa a “abater” o editor do blog. Têm pouca sorte.
19 de Maio de 2008 às 22:39
Pergunta: A que horas encerra o parque de estacionamento da Av. Miguel Fernandes?
19 de Maio de 2008 às 22:43
Seus reaccionários.
Estão sempre a criticar o glorioso trabalho dos nossos timoneiros municipais.
– Que tanto têm feito por nós, proletário da república Soviética de Pax Júlia.
– A forma como expulsaram o Banco de Portugal, esse símbolo do capital.
– A Visão de não mudar o PDM, para que desa forma, industrias capitalistas, como uma fabrica de aeronaves , não se
possam instalar nesta urbe Marxista-Estalinista
– Das gloriosas reformas da polís, que após gastos avultados (o dinheiro para os comunistas não tem valor) adornam a
nossa cada vez mais bela Cidade como troféus de betão, entornados aleatóriamente por entre os velhos marcos da
obsoleta Beja. Apagando assim os vestígios da ditadura de Salazar (P.Republica).
– A forma Fluída como o tráfego circula, forçando os automobilistas a circular dois ou três Kms por entre a cidade, para unir
dois locais que em linha recta estão separados 100m. Para que os automobilistas possas assim vislumbrar as maravilhas
urbanísticas e turísticas da cidade, enquanto tentam chegar ao destino.
– Mais poderia dizer sobre os nossos camaradas, mas não quero parecer um engraxador pseudo Stalinista á procura de
tacho municipal, pois esse é o tipo de pessoa que jamais triunfaria nesta cidade.
19 de Maio de 2008 às 23:31
Uau, DarthLion, sinceramente, parabéns.
Sério, há muito tempo que estava à espera duma denuncia directa, correcta e lúcida da politica dos nossos camaradas que tomaram de assalto a Camara de Beja no 26 de Abril de 1974 e até agora só teem enterrado a cidade.
Pra frente, diz mais, para isso existem os blogs livres como o do João Espinho.
Parabéns, repito, sinceramente que gostei e a partir de agora vou ler todas as tuas intervenções na esperança que venham mais.
Abraço
José Ramos
20 de Maio de 2008 às 0:45
Como qualquer um nessa cidade que tem que ir forçosamente de carro até ao Centro Histórico, tenho sempre problemas de estacionamento quando visito um espectáculo no Pax Julia. Ora, já nem procuro nas imediações do Pax, vou logo para a zona do Tribunal onde encontro sempre, repito, sempre um lugar! Depois, uma curtíssima caminhada rua acima, e já está…
Já agora, aproveito:
Encontro de Coros
Sábado, 24 de Maio, 17.30h
Pax Julia – Teatro Municipal
Entrada livre
Coros participantes:
Coral Évora
Grupo Coral do Estreito de Câmara de Lobos
Coro de Câmara de Beja