Abr 04 2008
O Olhar de … Miguel Almeida
foto: joão espinho
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Os rostos cansados, dos velhos, que já foram jovens, lembram-se lá ao longe dos sonhos que tiveram e não realizaram nem metade deles. Rostos cansados, dos dias solarengos, das noites ao relento, do vinho que beberam, das noites de folia, dos bailaricos, e de namorarem à janela das suas cachopas. Rostos cansados de tantos anos a fazer o mesmo, sempre o mesmo.
Levantar, passear pelos campos os animais, entreterem-se com as brincadeiras dos cães que ainda guardam as poucas ovelhas que ainda têm, que o tempo hoje não é para pastores, é para os computadores. Já nada é como antigamente. Deitam-se, os ossos já rangem, os comprimidos, se é que têm dinheiro para os ter, tomam, para descansarem. Rostos cansados, mas cheios de sabedoria e experiência da(e) vida. Isso ninguém lhes tira. Rostos cansados, mas cheios de histórias para contar, de coisas que eu já não sei o que são, de coisas que nunca ouvi falar, de coisas que só estão na minha imaginação, porque nunca as vivi. Rostos cansados que nos lembram que temos um passado, de vivermos o presente, para depois, contarmos ao futuro, como eles a nós, o passado. De rostos cansados…
Miguel Almeida
4 de Abril de 2008 às 14:27
nada como as nossas memórias… se por vezes lembramos com uma certa nostalgia e saudade os nossos tempos de criança, as nossas brincadeiras, a nossa ingenuidade, quanto mais as pessoas que têm mais anos de memórias do que nós…
gostei das tuas palavras 😉 ***