Abr 25 2008
O discurso do Presidente
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O estudo colocou aos inquiridos três perguntas muito simples: qual o número de Estados da União Europeia, quem foi o primeiro Presidente eleito após o 25 de Abril e se o Partido Socialista dispunha ou não de uma maioria absoluta no Parlamento. Pois, Senhores Deputados, metade dos jovens entre os 15 e os 19 anos e um terço dos jovens entre os 18 e os 29 anos não foi sequer capaz de responder correctamente a uma única das três perguntas colocadas. Repito: metade dos jovens entre os 15 e os 19 anos não foi capaz de responder a uma única de três perguntas simples que lhes foram colocadas. No dia em que comemoramos solenemente o 34º aniversário do 25 de Abril, numa cerimónia todos os anos repetida, somos obrigados a pensar se foi este o futuro que sonhámos.
Um discurso que merece atenta leitura e uma profunda reflexão.
25 de Abril de 2008 às 14:38
o cavaco silva ganhou duas legislativas e umas presidenciais. eu nao estava lá quando o futuro era um sonho, mas arrisco-me a dizer que nao, nao foi este o futuro com que sonharam.
25 de Abril de 2008 às 16:30
Do mesmo discurso, saliento ainda “…exceptuando o exercício do direito de voto, a população portuguesa tende a ser céptica em relação à eficácia da participação política tradicional, isto é, aquela que é feita através dos partidos…”.
É curioso(?) que este discurso surge na mesma semana em que a AR aprovou a ratificação do Tratado de Lisboa, dispensando a consulta em referendo.
Depois admiram-se do cepticismo, do alheamento, e da falta de participação…
25 de Abril de 2008 às 19:31
Ora aí temos o nosso Pôncio Pilatos. Que fez o nosso ex-primeiro para cativar a juventude para a política. Ele, que até disse que não lia jornais…
NG
25 de Abril de 2008 às 19:54
E depois querem aprovar lei eleitorais (autárquicas) para criar maiorias artificiais e afastar os pequenos partidos dos executivos municipais, para que cada vez mais o espectro político seja mais limitado. Será que assim se estará a incentivar a participação dos cidadãos na política. Este é apenas um exemplo. O tratado de Lisboa é outro. Isto cheira-me a lágrimas de crocodilo!
25 de Abril de 2008 às 21:25
Trinta e quatro anos depois do 25 de abril de 74.
o que ficou?
Hipocrisia pura e não mais !
Olhemos o espectro politico!
Que PSD para alternativa ? Como diz a minha vizinha ninhum ?
O PS actual ? Estéril e musculado.
25 de Abril de 2008 às 21:46
SIRESP – sabem o que é ?
Que merda de País !!!!
É urgente outro 25 , não 26 , um VINTE CINCO !!!!!
Para limpar muita merda deste País.
26 de Abril de 2008 às 0:43
Se isso fosse só em Portugal…
Na Alemanha, a situação ainda é pior. Pergunta-lá alguém sobre alguns acontecumentos da segunda guerra mundial…
26 de Abril de 2008 às 0:44
acontecimentos, sorry!
26 de Abril de 2008 às 2:46
Se bem que o Sr Presidente da República tenha toda a razão no que diz e que sendo eu da geração de Abril esteja totalmente de acordo com a sua perplexidade e quiçá indignação, devo lembrar a bem da verdade que lhe cabem particulares responsabilidades por parte da ignorância que grassa nas novas gerações, que sendo livres, desconhecem quase por completo a que devem a sua liberdade.
Era o Sr Cavaco Silva ministro quando disse que já chegava de conversas sobre o 25 de A. e que o Pais precisava de outros rumos, de outros conhecimentos. Foi o senhor que directamente fez apagar do ensino quase tudo o que falava do 25 de Abril.
Não sei bem o que aconteceu depois mas o resultado está à vista. Quer parecer-me que a par do resumir da História recente a um parágrafo, tudo o mais se esfumou em resumos e experiencias descontinuadas e desconexas, em que cada partido que vencia as eleições, reformava o ensino do governo anterior. Foram dezenas de anos a fazer e a desfazer sendo os alunos as cobaias do disparate absoluto dessas práticas.
E assim chegámos á geração dos putos e correspondentes do género feminino, que não sabem nada da uniao europeia, nem do 25 de Abril, mas têem a cabeça cheia de morangos com açucar, sapatilhas de marca e bués de telemóveis. Que não sabem dizer uma frase completa onde não metam umas doze ou treze muletas como “tipo”, Bués”, “cena” etc etc. Que não conhecem um autor português, que nunca leram um livro, Que de poesia sabem algumas frases de péquebrado e sub-sub-urbano-contra-cultura matraquedas pelo Hip Hop da moda. Que são incapazes de articular uma frase em tempos pretéritos e só falam no presente do indicativo, quer a acção se desenvolva agora, no passado ou se projecte como hipótese para o futuro. Com um léxico paupérrimo e uma noção do mundo pouco maior que o espaço onde cabe um centro comercial.
É isto que o senhor presidente e os que lhe sucederam ajudou a criar.
Não é só sobre o 25 de Abril que não sabem nada. É nada de coisa alguma. Não é só de sua responsabilidade é um facto mas no que toca ao desconhecimento em particular duma certa faixa etária tem o senhor presidente contas a dar.
Infelizmente os outros também não fizeram melhor
E é triste que 30 e muitos anos de liberdade tenham produzido estas gerações presas à ignorância e que para nosso mal serão no futuro o repositório do nosso consciente colectivo.
26 de Abril de 2008 às 9:13
O Sr Silva devia estar satisfeito.
Se o jovens não fossem tão ignorantes e desinteressados politicamente, ele não teria ganho as eleições presidenciais.
26 de Abril de 2008 às 9:54
@darth – e a JCP não existia…. (principalmente pela ignorância)
26 de Abril de 2008 às 12:07
@João Espinho.
Não sou da JCP, mas não tenho duvidas que qualquer um deles saberá mais de politica que qualque eleitor médio do Bloco central.
26 de Abril de 2008 às 12:16
@darth – “qualquer um deles saberá mais de politica…”. Você não está a falar a sério, pois não? O que você quer dizer é que esses jotinhas conhecem a cartilha marxista-leninista como os fundamentalistas islâmicos conhecem o Alcorão. Daí a saberem de política vai um abismo.
26 de Abril de 2008 às 20:21
Ainda não consegui perceber bem o que é isso de saber de política. A não ser que a política deva ser deixada “para aqueles que sabem de política”; o que nos levaria a uns senhores duma Assembleia Nacional (não é preciso “saber de política” pra se saber o que era), um sítio onde estavam os senhores que “percebiam de política”.
Cuidar da polis é cuidar da nossa vidinha dia a dia, e quando me vêm pra cá com a história de que “mas isso é política, pá” até me arrepio… se sou um animal social sou, LOGO, político . Não se confunda é a política com a pura e simples acção dos partidos políticos.
Quanto ao discurso do senhor presidente, ele que tenha a coragem de indicar algumas das causas. Algumas e não todas. Quando uma figura proeminente da política nacional (quem seria?) afirmava que não lia jornais… ou que raramente tinha dúvidas e nunca se enganava… (a política será assim tão absoluta?) deixa pouca margem de manobra. Ou quando o sr. Presidente (que deveria ser um dos principais defensores da “solidariedade institucional” (não fui eu que inventei a expressão) visita o feudo dum arruaceiro para quem a culpa seja do que fôr é toda dessa “corja do contenente” e lhe dá palmadinhas nas costas, deixa pouca vontade de alguém ligar à política. Claro que há muitas mais e importantes causas para esse desagrado das pessoas (jovens e não só) em relação à política. Mas é ao senhor Presidente que cabe o principal papel na resolução do problema, eu vou fazendo o que posso ( ou ainda me deixam, sei lá).