Mar 20 2008
Em directo do Tibete: a denúncia
O Luís Carmelo divulga no seu Miniscente o teor de um mail recebido de alguém acabado de sair do Tibete:
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“Mas, agora que posso, tenho que começar a falar. Devem saber o que se passa no Tibete… O que vos posso dizer é que tudo é muito mais violento do que mostram na televisão. Foi muito muito violento. Para os tibetanos vai ser um massacre. Nunca vamos saber quantos morreram ou morrerão. Para nós, além de violento psicologicamente, foi mais perigoso porque acabou por se saber que fomos os dois (eu e o Miguel) as únicas testemunhas do princípio de tudo (no mosteiro de Drepung, onde estávamos no dia 10 de Março, por acaso).”
Para ler aqui.
21 de Março de 2008 às 1:15
O que se passa no Tibete é mais uma das coisas completamente inadmissíveis à luz do pensamento da modernidade.
Um povo independente e livre que o seu vizinho gigante, sob um regime ” supostamente da igualdade, da fraternidade entre os povos e duma sociedade do Homem Novo, sem exploração de classes” invadiu e tem vindo a sujeitar a um contínuo genocidio.
Não cabem aqui considerações históricas sobre limites do territorio, dos avanços e recuos de fronteiras ou de estratégias politicas derivadas do periodo de colonização inglesa.
Nenhuma das passagens na sua longa história fez ao povo tibetano a brutalidade que lhe está a acontecer agora.
Desde há 60 anos que uma cultura milenar, de longas tradições e de índole pacífica, tem vindo a ser purgada e perseguida pelos que agora de sorriso amarelo nos enchem as ruas das (ainda) nossas cidades com as quinquilharias que nós armados em pacóvios compramos por serem baratas, mesmo que essa barateza seja sinómina de sucata por um lado, e de pressão negativa sobre os empregos por outro!
Aliás, neste momento da nossa civilização global, não encontraria melhor palavra para a significar: sucata. Coisa sem valor, desperdício, e paradoxalmente, estupidez pelo alto preço que a prazo pagamos pela barateza do lixo que a pouco vai substituindo as nossas genuinas referências.
Pelos mecanísmos politicos em que a subserviência velada ou mesmo descarada, e a negociata, é a moeda corrente.
E é esta hipocrisia global de agitar valores pela parte de quem vive sem valores que me enoja.
Enquanto uma quantidade de Estados foram correndo à pressa reconhecer a independência duma parte da Sérvia cujo único erro foi o de acolher emigrantes vizinhos tornados maioria, nenhum chefe de Estado disse uma única palavra de reprovação pelo crime continuado que a China tem levado a cabo neste território que não lhe pertence.
Todos os que clamaram na Primavera de Praga contra a opressão totalitária deveriam por maioria de razões bater-se agora com os mesmos argumentos na defesa coerente dos princípios, dos valores de Humanidade.
Por cá, a posição em especial do PCP foi, numa palavra, a mais nojenta que alguém poderia a esta propósito ter emitido.
Uma vergonha senhores comunistas, uma vergonha! Onde estão os vossos principios?
Vergonha do mesmo modo a dos nossos governantes agora também silenciosos que devolveram Macau por exigência da China- uma porção de território DADO a Portugal a título de agradecimento- arrepiando acordos históricos, sem que alguém lhes dissese isso mesmo.
Sem que ao menos alguma imprensa os incomodasse como o obvio: Se tem direito a ter Macau de volta por uma questão de princípios e se mantém as reinvindicaçãoes sobre Taiwan, pelos mesmos principios, deem o Tibete de volta a quem de pertença.
Sei que as palavras são coisas efémeras e que o vento leva até não restar sequer memória dos seus sons.
Pouco ou nada podem contra a brutalidade deste regime propotente e arrogante.
Que esconde o sol com um peneira pretendendo que ninguém fale sobre este e outros assuntos incómodos.
Que pelo seu gigantismo e potencial económico compra as consciências.
Que por acaso vai realizar os Jogos Olimpicos.
Uma coisa que os Deuses deram aos homens quando estes entraram na idade da Razão e que agora estão na mão de homens que podem ter idade mas não tem razão nenhuma.
23 de Março de 2008 às 1:03
Estive no Tibete em Outubro e pude comprovar ao vivo e a cores a repressão exercida pelos chineses sobre os tibetanos.Desde a castração de mulheres, passando pelo genocidio cultural, tudo é permitido em nome do “progresso” chines.
O palacio Potala, outrora a residencia oficial do Dalai Lama é um palácio sem chama, vazio, apenas ocupado pelos militares chineses que controlam tudo. Nem monges tibetanos existem no referido palácio.
Estive no mosteiro de jokhang, um mosteiro belissimo, que agora serve de palco a todo o tipo de atrocidades desses amarelinhos.
E ainda existe neste triste país individuos como o secretário geral do PC P que dizem que a culpa é do Dalai Lama. Pobre ignorante! Nem sabe do que fala. Tem de mudar a cassete ou o DVD que comprou nessas lojas de trezentos chinesas. É melhor desviar as atenções para o Iraque ou para outro qualquer país ocidental, para tentar esconder a vergonha que é o regime terrorista chinês. E que fala no regime chines, fala na Cuba do Fidel, em Darfur, na Coreia do Norte, etc etc etc.
Mas isso não interessa nada: se houver uma revolta faz-se como na primavera de Praga ou em Tianamen: massacra-se e não se fala mais nisso!
Só se fala se for Americano: aí sim, tira-se a cabeça da toca e vá de zurzir neles!
Bem prega frei tomáz…….
23 de Março de 2008 às 12:44
@cesar campos/ana cristina – obrigado pelo vosso valioso contributo.