Fev 15 2008

Medos, vergonhas e filha de putice

Publicado por as 10:59 em Geral

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“O medo instalou-se nas nossas ruas e nas nossas casas. Já não basta temer as ofensas que se causam, é preciso prever que alguém se ofenda e apedreje as nossas ruas e as nossas casas. Mais do que uma vergonha, é uma filha da putice. Assim mesmo.”
Francisco J. Viegas in Correio da Manhã e Origem das Espécies

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2 Resposta a “Medos, vergonhas e filha de putice”

  1. madalena diz:

    Tal e qual!

  2. charlie diz:

    Este quadro deprimente é infelizmente a tónica deste modelo de governação.
    Temos sido brindados com pseudo-reformas em que a única coisa que se
    nota é o Estado, por um lado, a demitir-se e afastar-se das suas
    obrigações em relação aos cidadãos, enquanto por outro lado os
    sobrecarrega com impostos.
    Pagamos muito mais para receber muito menos em troca.
    A par desta demissão do Estado, do seu progressivo retirar da cena como elemento
    regulador e estabilizador, assiste-se ao natural preenchimento, do
    vazio deixado, pelas iniciativas privadas.
    Umas apostadas a fazer-nos pagar pelo que já pagamos em contribuições
    e que seriam direitos por essa via. – Não fossem esses direitos já por
    si a marca de solidariedade e cidadania dum Estado moderno de Direito
    baseado no Humanismo e só por isso um direito de cidadão e uma
    obrigação do Estado.-
    Mas o mais grave do esvaziamento do Estado, é o preenchimento
    progressivo da sua ausência com fenómenos de marginalidade.
    Deveriam os nosso governantes saber uma regra de ouro que é a de que o
    poder tem horror ao vácuo. Sempre que o Estado deixa de ser imagem,
    outra qualquer lhe toma o lugar. Não existe lugar para ateus no mundo
    da Autoridade.
    A par disto ouvi à bocado a enormidade de que o Governo ia desafectar
    a REN e entregar a gestão destes espaços às Câmaras Municipais.
    Ou seja, a machadada final que irá acabar com as manchas verdes, com as
    reservas naturais e com as áreas protegidas. O triunfo dos Patos
    Bravos e dos Trogues do Betão! Das suas negociatas onde a vítimas são
    sempre os sobreiros, os cursos de água, o ar que se respira e o olhar
    que em vez de se perder num horizonte extenso de Natureza, irá
    esbarrar mos montes de entulho da última obra e nas placas das
    varandas a dizer: “Vende-se”
    Dar as REN às Câmaras é como pôr a raposa dentro do galinheiro para
    guardar as galinhas, como dizia hoje e muito a propósito do tema, o
    jornalista da rubrica “Pano para Mangas” na Antena 1: João Gobern.

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