Fev 15 2008
Medos, vergonhas e filha de putice
“O medo instalou-se nas nossas ruas e nas nossas casas. Já não basta temer as ofensas que se causam, é preciso prever que alguém se ofenda e apedreje as nossas ruas e as nossas casas. Mais do que uma vergonha, é uma filha da putice. Assim mesmo.”
Francisco J. Viegas in Correio da Manhã e Origem das Espécies
15 de Fevereiro de 2008 às 11:26
Tal e qual!
15 de Fevereiro de 2008 às 19:55
Este quadro deprimente é infelizmente a tónica deste modelo de governação.
Temos sido brindados com pseudo-reformas em que a única coisa que se
nota é o Estado, por um lado, a demitir-se e afastar-se das suas
obrigações em relação aos cidadãos, enquanto por outro lado os
sobrecarrega com impostos.
Pagamos muito mais para receber muito menos em troca.
A par desta demissão do Estado, do seu progressivo retirar da cena como elemento
regulador e estabilizador, assiste-se ao natural preenchimento, do
vazio deixado, pelas iniciativas privadas.
Umas apostadas a fazer-nos pagar pelo que já pagamos em contribuições
e que seriam direitos por essa via. – Não fossem esses direitos já por
si a marca de solidariedade e cidadania dum Estado moderno de Direito
baseado no Humanismo e só por isso um direito de cidadão e uma
obrigação do Estado.-
Mas o mais grave do esvaziamento do Estado, é o preenchimento
progressivo da sua ausência com fenómenos de marginalidade.
Deveriam os nosso governantes saber uma regra de ouro que é a de que o
poder tem horror ao vácuo. Sempre que o Estado deixa de ser imagem,
outra qualquer lhe toma o lugar. Não existe lugar para ateus no mundo
da Autoridade.
A par disto ouvi à bocado a enormidade de que o Governo ia desafectar
a REN e entregar a gestão destes espaços às Câmaras Municipais.
Ou seja, a machadada final que irá acabar com as manchas verdes, com as
reservas naturais e com as áreas protegidas. O triunfo dos Patos
Bravos e dos Trogues do Betão! Das suas negociatas onde a vítimas são
sempre os sobreiros, os cursos de água, o ar que se respira e o olhar
que em vez de se perder num horizonte extenso de Natureza, irá
esbarrar mos montes de entulho da última obra e nas placas das
varandas a dizer: “Vende-se”
Dar as REN às Câmaras é como pôr a raposa dentro do galinheiro para
guardar as galinhas, como dizia hoje e muito a propósito do tema, o
jornalista da rubrica “Pano para Mangas” na Antena 1: João Gobern.