Fev 19 2008
Divulgação
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Beja – A igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, jóia do Barroco português, será o espaço mágico que acolhe, no dia 23 de Fevereiro de 2008, às 21 H 00, um dos momentos altos da 4.ª edição do Festival Terras sem Sombra de Música. O Prof. Bernard Brauchli, músico suíço reconhecido como um dos supremos intérpretes do clavicórdio, glosa um repertório de primeira escolha, organizado em torno da espiritualidade da área mediterrânica.
19 de Fevereiro de 2008 às 23:27
Irei lá estar, se possível bem à frente.
Em primeiro lugar deve dizer-se em abono da verdade, que não há um só tipo mas inúmeros tipos de clavicórdios.
O clavicórdio, genericamente considerado, é um instrumento com uma sonoridade frágil, porém única e especial.
Trata-se dum pequeno e remoto antepassado do nosso piano.
Constituido inicialmente por um número limitado de cordas, 20 a 22, estas eram percutidas tangencialmente pelas teclas, diferentemente do que se passa no cravo em que estas são beliscadas por palhetas.
Nos clavicórdios iniciais, cada corda dava para três teclas (nalguns sectores do teclado davam para ainda mais). Os diferentes sons eram conseguidos pelo facto das teclas percutirem e limitarem as cordas em sítios diferentes tal como se faz quando se toca guitarra, em que os dedos ao pisar aumentam ou diminuem os comprimentos das cordas tocadas.
A execução das peças nem sempre era fácil exigindo uma técnica especifica consoante o estágio de evolução do instrumento.
Apesar de ser dono dum som frágil, é no entanto dotado dum poder de expressão que o tornou apetecível a todos os grandes compositores do Sec XVIII, altura em que já a um passo de evoluir para o piano, os construtores tinham conseguido através de inúmeros melhoramentos, potenciar toda a sua alma.
Durante o processo de evolução do clavicórdio, algumas experiências bem curiosas foram feitas pelos fabricantes do que resultaram exemplares raros que embora não tenham tido seguimento, facultaram algumas formas e técnicas de execução e expressão únicas.
De tudo isto fica ser óbvio que o próximo dia 23 apenas nos irá dar uma muito pequena amostra dum período tão rico tanto em compositores quanto construtores.
Espero que durante a performance do especialista que irá honrar Beja com a sua presença, os ruídos ambiente sejam abaixo de zero…..( I cross my fingers)