Há uns dias dois velhotes no autocarro:
– Sente-se aqui, amigo, já não temos idade para ir de pé.
– Obrigadinho; com os meus 84 anos já vou precisando de me sentar.
Responde o outro:
– Ah, ainda é um jovem! Eu tenho 91.
Parado e atento à raiva do silêncio
De um relógio partido e gasto pelo tempo
Estava um velho sentado no banco de um jardim
A recordar fragmentos do passado
Na telefonia tocava uma velha canção
E um jovem cantor falava na solidão
Que sabes tu do canto de estar só assim
Só e abandonado como o velho do jardim?
O olhar triste e cansado procurando alguém
E a gente passa ao seu lado a olhá-lo com desdém
Sabes eu acho que todos fogem de ti prá não ver
A imagem da solidão que irão viver
Quando forem como tu
Um velho sentado num jardim
Passam os dias e sentes que és um perdedor
Já não consegues saber o que tem ou não valor
O teu caminho parece estar mesmo a chegar ao fim
Para dares lugar a outro no teu banco do jardim
O olhar triste e cansado procurando alguém
E a gente passa ao seu lado a olhá-lo com desdém
Sabes eu acho que todos fogem de ti prá não ver
A imagem da solidão que irão viver
Quando forem como tu
Um resto de tudo o que existiu
Quando forem como tu
Um velho sentado num jardim
13 de Fevereiro de 2008 às 9:02
Raros os jovens que aparecem nas tuas fotos da praça.
13 de Fevereiro de 2008 às 9:25
Emigraram.
13 de Fevereiro de 2008 às 10:08
Há uns dias dois velhotes no autocarro:
– Sente-se aqui, amigo, já não temos idade para ir de pé.
– Obrigadinho; com os meus 84 anos já vou precisando de me sentar.
Responde o outro:
– Ah, ainda é um jovem! Eu tenho 91.
Perspectivas.
Heheheheh
13 de Fevereiro de 2008 às 11:58
É mesmo…. tudo relativo…
13 de Fevereiro de 2008 às 13:49
Velho
(Mafalda Veiga)
Parado e atento à raiva do silêncio
De um relógio partido e gasto pelo tempo
Estava um velho sentado no banco de um jardim
A recordar fragmentos do passado
Na telefonia tocava uma velha canção
E um jovem cantor falava na solidão
Que sabes tu do canto de estar só assim
Só e abandonado como o velho do jardim?
O olhar triste e cansado procurando alguém
E a gente passa ao seu lado a olhá-lo com desdém
Sabes eu acho que todos fogem de ti prá não ver
A imagem da solidão que irão viver
Quando forem como tu
Um velho sentado num jardim
Passam os dias e sentes que és um perdedor
Já não consegues saber o que tem ou não valor
O teu caminho parece estar mesmo a chegar ao fim
Para dares lugar a outro no teu banco do jardim
O olhar triste e cansado procurando alguém
E a gente passa ao seu lado a olhá-lo com desdém
Sabes eu acho que todos fogem de ti prá não ver
A imagem da solidão que irão viver
Quando forem como tu
Um resto de tudo o que existiu
Quando forem como tu
Um velho sentado num jardim