Jan 18 2008
O Olhar de … Nuno Júdice
foto: Anne Vitale
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DEMOCRACIA
Fui dar com a democracia embalsamada, como
o cadáver do Lenine, a cheirar a formol e aguarrás,
numa cave da Europa. Despejavam-lhe por cima
unguentos e colónias, queimavam-lhe incenso
e haxixe, rezavam-lhe as obras completas do
Rousseau, do saint-just, do Vítor Hugo, e
o corpo não se mexia. Gritavam-lhe a liberdade,
a igualdade, a fraternidade, e a pobre morta
cheirava a cemitério, como se esperasse
autópsias que não vinham, relatórios, adêenes
que lhe dessem família e descendência. Esperei
que todos saíssem de ao pé dela, espreitei-lhe
o fundo de um olho, e vi que mexia. Peguei-lhe
na mão, pedi-lhe que acordasse, e vi-a mexer
os lábios, dizendo qualquer coisa. Um testamento?
a última verdade do mundo? «Que queres?»,
perguntei-lhe. E ela, quase viva: «Um cigarro!»
Nuno Júdice
18 de Janeiro de 2008 às 9:22
Olha João, nem sei que te diga.
22 de Janeiro de 2008 às 17:16
O que vocês não sabem é que este júdice se anda a atirar à minha mulher. manda-lhe sms.
29 de Fevereiro de 2008 às 10:01
Tretas? Afinal, até são … há cerca de dez anos. Pergunte a quem quiser. Quanto à poesia… muita parra e pouca uva. Aquilo faz-me lembrar uma espécie de algaraviada ou, talvez… de culinária! Preferiria mesmo o Pedro Abrunhosa.
29 de Fevereiro de 2008 às 11:16
Sou um técnico e encontro em plena sanidade mental, simplesmente reveoltado com estas 2 proeminências invisíveis. Só para terminar: «Romã» é uma alcunha da família dela. (Sei mais do que possam pensar).
Terminado