Jan 21 2008

Crise?

Publicado por as 16:18 em A minha cidade

Escreve-se, comenta-se, é notícia.
Diz-se que está em crise, avança-se com a dissolução, supõe-se que é a cidade que está de costas viradas, ou que foi a agremiação que voltou as costas à cidade.
Desculpem lá meter o bedelho numa matéria onde, por deformação, sou essencialmente agnóstico: a crise do Desportivo de Beja não é um espelho da cidade que lhe dá o nome?
Pronto, podem continuar a chutar para canto.

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11 Resposta a “Crise?”

  1. João rosa diz:

    O clube não consegue atrair adeptos ,porque é mais comodo dizer que se é do Benfica e ir a Lisboa ao estádio da Luz no fim de semana ( dá estatuto ), ser do Desportivo é ser bacoco. Esta nossa mentalidade é reflexo daquilo que somos, não damos valor, nem defendemos o que é nosso. Agora, também há essa coisa fantástica dos núcleos e das casas dos clubes alfacinhas, até já participam em competições regionais ( escalões jovens ), é impensável que a Associação permita tal coisa, qualquer dia teremos teremos uma Distritalinho com jogos: Casa do Benfica de Beja / casa do Benfica Vila Nova S. Bento.
    Cumprimentos

  2. João Barros diz:

    @João Rosa – isso é um problema que se verifica um pouco por todo o pais, não é so no alentejo. O que se devia perguntar era o seguinte, se essas ditas associações têm capacidade para evoluir, não ha motivo para que o clube dito da cidade não o faça também. Agora há coisas incontornaveis, gato escaldado de agua fria tem medo, quem é que vai meter dinheiro num clube falido? das duas uma, ou quer fazer lavagem de dinheiro (já houve esse caso), ou então é doido varrido. Sai mais barato fazer um clube de raiz com cabeça tronco e membros… não é pelo telhado que se constroi uma casa. Note-se que não quero com isto dizer que não há pessoas dedicadas ao clube, essas não merecem o que este está a passar.
    Um ultimo ponto, em relação à associção aceitar, ou permitir como preferir, situações de as casas dos clubes ditos alfacinhas ou de são joão da burrunhanha… so tenho uma coisa a dizer, se ha iniciativa destas casas com ou sem sucesso, porque não aproveitar para desenvolver algo mais serio, vergonha seria se a associação não aceita-se as inscrições, estaria a ser mais uma barreira para a população… para essas já basta as que há.

  3. AJRamos diz:

    pelos vistos e cá de longe, é o espelho… mas não da cidade e sim das pessoas que a fazem e a “escrevem”.
    @João Barros – “bem falado”

  4. josebengala diz:

    Sendo alguém que entrou para o Desportivo de Beja em Dezembro de 1999 posso falar com conhecimento de causa porque como em tudo, há muita gente que fala sem conhecimento e, pior que este caso, são aqueles que dizem mal porque não vão com a cara do A ou do B e que q

  5. João Barros diz:

    @jose bengala – estou completamente de acordo consigo, gostava que muitas pessoas visitassem algumas instalações do distrito onde alguns clubes de futebol fazem a pratica do mesmo, é impressionante como clubes com muito menos apoios, menos condições para a pratica de qualquer desporto e com uma massa simpatizante bem mais reduzida que o desportivo de beja, e que por milagre têm resultados deveras positivos…
    isto mal comparado, é o mesmo que o Porto ser campeão europeu, quando joga com equipas que tem um orçamento 10 vezes superior…

    Deixo aqui uma questão no ar, o que aconteceu ao campomaiorense? e ao farence? e ao tirsense?

    quando não se pode ter tudo, têm-se aquilo que se pode…mas isto já é um mal geral da sociedade portuguesa, que quer mais do que aquilo que pode…

  6. João Espinho diz:

    @jose bengala – por razões que desconheço, o seu comentário não foi publicado na totalidade.

  7. josebengala diz:

    Sendo alguém que entrou para o Desportivo de Beja em Dezembro de 1999 posso falar com conhecimento de causa porque como em tudo, há gente que fala sem o conhecimento real das situações e, pior que isto, são aqueles que dizem mal por dizer e que não têm a coragem de assumir responsabilidades porque criticar é fácil, difícil é dar a cara por causas como esta do associativismo (neste caso um clube de futebol). Em Fevereiro de 1998 (já lá vão dez anos) houve um grupo de homens (com pouco mais de 30 anos na altura) liderado pelo José Fernando Parreira que após a saída do Sr. Chalaça tiveram a CORAGEM de pegar num clube no qual as contas não foram aprovadas pelos sócios em Assembleia Geral e que, por esse motivo, não sabiam o que iriam encontrar. Nessa altura foi preciso coragem para pegar num clube do qual não se conhecia a sua real situação financeira. E estas pessoas, demonstrando amor a uma causa nobre (goste-se ou não se goste, este clube é um emblema da cidade) disponibilizaram uma parte importante da sua vida trabalhando de forma séria e empenhada em prol do clube, dando muito do seu tempo e até dinheiro (e este valor cifra-se nas várias dezenas de milhares de euros) para que o clube pudesse seguir em frente e não fechasse as portas, como provavelmente teria acontecido. Eu entrei um pouco mais tarde e tive oportunidade de testemunhar as grandes dificuldades que enfrenta quem tem que gerir uma associação deste tipo com as receitas que existem. A grande luta destas direcções e comissões directivas que geriram o clube de Fevereiro de 1998 para cá, prendeu-se essencialmente com o reforço da estrutura das receitas fixas e com a tentativa de aproximar a cidade ao clube. A primeira intenção esteve muito perto de ser conseguida quando tivemos propostas concretas da Galp e Mac Donald para um terreno que a autarquia nos tinha disponibilizado para o efeito mas que, por contingências várias, explicadas aos sócios em Assembleia Geral, acabou por não se concretizar. A segunda intenção, que teve várias iniciativas divulgadas na comunicação social, tentou sobretudo trazer os mais jovens a gostar do clube, divulgando uma campanha junto de todas as escolas da cidade para que os seus alunos, mediante a apresentação do cartão de estudante, pudessem ver os jogos do Desportivo sem ter que pagar bilhete. Houve outras campanhas junto dos sócios em que se davam contrapartidas a quem arranjasse novos sócios ou publicidade. Foram situações que tiveram êxito na altura pois conseguimos arranjar 300 novos sócios, 92 sócios empresa e aumentámos em 2002, no valor de 80.000,00 €, as receitas de publicidade. Mas sempre houve a noção de que estas receitas não fixas poderiam ir desaparecendo no tempo e foi o que efectivamente veio a acontecer. Hoje é muito mais difícil de arranjar dinheiro do que há alguns anos atrás, Portugal e em particular o Baixo Alentejo têm sido muito mal tratados sobretudo pelo poder central que, desde o 25 de Abril, pouco ou nada investiu aqui (não há pessoas e por isso não se investe, até já há quem chamou a isto um deserto, só faltou chamarem-nos camelos!!) e as pessoas hoje vivem com muito mais dificuldades, as pequenas empresas e o pequeno comércio quase desapareceram estranguladas por impostos e pelo aparecimento das grandes superfícies e tudo isto se reflecte na dificuldade em gerir as associações. Passaram-se dez anos e este grupo de pessoas tem o direito de dizer que já chega, estamos cansados porque este tem sido um caminho muito difícil, é altura de aparecerem novas pessoas que possam levar o clube para a frente, como todos nós, estou certo, desejamos. Na última edição do Diário do Alentejo, o Sr. Firmino Paixão culpa-nos do afastamento das pessoas e da possível dissolução do clube, dizendo que foi fruto de sucessivos e graves erros de gestão. Eu só posso dizer que esse senhor deve andar a dormir há muitos anos, pois não houve nada decidido por este grupo de pessoas que não tivesse sido aprovado em Assembleia Geral, quase sempre por unanimidade (incluindo o louvor por unanimidade dos sócios presentes em Assembleia Geral relativamente à triste situação ocorrida no final da época passada, para dar um exemplo duma das situações mais complicadas com que nos defrontámos). E há uma coisa que eu posso garantir: o clube está financeiramente muito melhor do que há dez anos atrás devido ao trabalho desenvolvido por todas estas pessoas, que deram sempre o melhor de si próprios por este clube, duma forma séria e empenhada, enfrentando inúmeras dificuldades o que implica, por vezes, a tomada de decisões que não agradando a todos, foram sempre legitimadas pelas Assembleias Gerais realizadas pelo clube.

  8. zig diz:

    Tudo começou com um certo Ferrari estacionado frente à um certo restaurante…

  9. H V&P diz:

    Uma breve nota: mais que um problema “futebolístico” importa pensar nas dificuldades do Associativismo! Cada dia que passa, mais difícil é encontrar pessoas que queiram “perder” tempo, fora do seu imenso umbigo! O resto…, honestamente, parece-me o resto!

  10. Mariana diz:

    Tenho acompanhado a vida do Desportivo, desde alguns anos (epoca Chalaça) e o que vejo é uma grande falta de bairrismo nos cidadãos de Beja em geral. Se todos ajudassem, um clube destes não morria.

  11. Filipe C diz:

    Eu cá não sou muito de isso de ver rapagões em roupa interior atrás de uma bola, prefiro as lutas de gajas com silicone na lama…mas bom, gostos à parte…

    Como se pode esperar ver multidões no campo do desportivo ou em qualquer outra parte? Já tentaram andar pela cidade de Beja num fim-de-semana? Isto parece um cenário de um filme pós apocaliptico, a única zona da cidade com gente é a do supermercado francês na saída para o Algarve.

    Razão tinha o outro isto é um deserto, não sei mas parece que em Beja não existem naturais, vai tudo para fora. E não é de agora, é um hábito enraizado que não há clube que vença.

    Pode ser uma pescadinha de rabo na boca, mas é uma realidade e duvido que por melhor vontade que se tenha, e aqui fica a minha homenagem a todos os que tentam lutar contra a maré, a situação seja reversível.

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